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quarta-feira, 25 de julho de 2012

Empresas de transporte coletivo em Uberaba prejudicam trabalhadores!



Fonte: jagostinho.com.br


Por Valter Machado da Fonseca

Ninguém me contou! Eu presencio todos os dias, pois sou usuário dos transportes coletivos de Uberaba. É uma vergonha o que as empresas de transportes coletivos de Uberaba estão fazendo com o usuário, em especial os trabalhadores que têm horários determinados para chegarem aos seus locais de trabalho. Não sei qual é o real motivo, mas o que acontece é que as referidas empresas resolveram eliminar os postos de cobradores das principais linhas de transportes coletivos, em especial aquelas que atendem os bairros mais distantes. O motivo real, com toda a certeza, deve ser o de enxugar a folha de pagamento, mesmo que isso signifique diminuir a segurança dos usuários.
A eliminação dos auxiliares dos condutores dos ônibus coletivos (cobradores) tem sobrecarregado o trabalho dos motoristas que além de dirigir o veículo, passam ainda a ter que receber a passagem e fazer o troco. Isto atrasa o cumprimento dos horários de chegada e de saída dos veículos, além de tirar e desviar a atenção dos condutores dos veículos com tarefas que (por lei) não são suas. Observa-se que por diversos momentos, o motorista divide a atenção entre conduzir o veículo e realizar o trabalho do cobrador, o que, por diversas vezes, se dá com o veículo em movimento. E, esta prática tem sido mais constante em linhas de percursos mais longos, consequentemente mais cansativas, o que acentua ainda mais os riscos no trânsito e diminui a segurança dos passageiros. Esta prática ainda provoca congestionamento na parte dianteira do veículo e causa enormes atrasos nos horários de trabalhadores e trabalhadoras que possuem um horário certo para entrarem em serviço.
Há pouco tempo atrás verificamos uma disputa acirrada entre diversas empresas (que prometeram mundos e fundos) para ocupar o lugar do monopólio da antiga Transmil. As promessas estavam estampadas em inúmeros outdoors espalhados, via secretaria dos transportes da PMU, pela cidade e que diziam que o transporte coletivo em Uberaba seria um modelo de “primeiro mundo”. Uma grande falácia para iludir a população de bem de nossa cidade! Hoje, nos deparamos com este disparate da eliminação dos postos de cobradores, diminuindo, perigosamente, a segurança dos usuários dos transportes coletivos de nossa cidade.
Outra constatação que vem sendo verificada é a diminuição do número de veículos em trânsito nos períodos de férias e nos finais de semana. Eles partem de uma lógica “estranha”: ou imaginam que quem utiliza o transporte coletivo são apenas os estudantes e/ou imaginam que aqueles que trabalham durante toda a semana não têm o direito ao lazer nos finais de semana. Assim, sob esta “lógica”, os usuários só podem utilizar os coletivos para irem trabalhar e nunca para passear nos finais de semana.
Caros (as) Leitores (as)! É assim mesmo! Quando a gente imagina que alguma coisa vai melhorar vemos que a coisa vai ao sentido contrário. Quem leva o prejuízo são aqueles que bancam o serviço do transporte coletivo e o lucro das empresas: nós, os usuários. Eu gostaria que houvesse uma lei que obrigasse esses senhores que compõem o executivo municipal de nossa cidade a utilizarem o transporte coletivo, todos os dias, para chegarem ao trabalho. O que vocês acham? Quem sabe, se com uma lei desse tipo, os serviços do transporte coletivo urbano de Uberaba não melhorassem sua qualidade. As eleições estão aí; que tal se nós eleitores propuséssemos aos candidatos uma lei desse tipo, as coisas não melhorassem. Pensem sobre o assunto!       


quarta-feira, 18 de julho de 2012

Professor Valter Fonseca desenvolverá projeto na Serra da Canastra


Foto: Vegetação nascente do São Francisco.  Fonte: Valter Fonseca (2012)
Foto: Prof. Valter Machado da Fonseca   Fonte: Arquivo pessoal (2012)
 

Por NTV
 
O professor mestre e doutorando pela UFU, Valter Machado da Fonseca, docente da Universidade de Uberaba, desenvolverá projeto de pesquisa na Serra da Canastra (MG). O objetivo é verificar o atual estágio de conservação da nascente do Rio São Francisco e buscar compreender as particularidades e singularidades do ecossistema da Canastra, com vistas à preservação e conservação das espécies de fauna e flora que compõem aquele complexo, porém frágil bioma.
Na Serra da Canastra, o bioma cerrado possui propriedades extremamente singulares e particulares, próprias das características de ecossistema de altitude e com condições climáticas bem definidas, marcado por uma estação acentuadamente chuvosa, alternando com uma estação seca. As espécies vegetais do bioma cerrado na Serra da canastra possuem uma propriedade bem peculiar: conseguem conviver com um regime de fogo anual. Aliás, grande parcela das espécies vegetais da Canastra necessita do regime de fogo para continuarem seu ciclo de vida.
Isto não quer dizer que os incêndios criminosos que ocorrem anualmente no bioma sejam bons para a flora e fauna locais. Ao contrário, são incêndios descontrolados e provocados por vândalos, não obedecendo a nenhuma técnica de incêndio controlado e nem ao ciclo biogeoquímico das espécies. O Professor está na fase de elaboração do projeto, o que demanda estudos e observações in loco. O propósito é formar uma equipe de alunos e professores que irão coletar dados no campo, com vistas a dar sustentação teórica e empírica ao projeto. O objetivo maior do projeto é criar técnicas significativas de conservação do bioma, investigar o atual estado de conservação da nascente do São Francisco e um banco de dados e de sementes das espécies vegetais locais.
O projeto se dará como atividade de iniciação científica, que envolverá uma equipe qualificada de professores, que orientarão as atividades de pesquisa dos alunos, em especial alunos do curso de Engenharia Ambiental. O projeto é uma iniciativa do curso de Engenharia Ambiental da Uniube e tem o apoio do diretor do curso, o professor doutor André Fernandes. As primeiras atividades de campo ocorrerão já no próximo semestre na Serra da Canastra. A equipe de alunos e professores que farão parte do projeto terá por base de operações e de referência geográfica a cidade de São Roque de Minas, situada ao sopé da Serra da Canastra, embora os trabalhos de campo demandem que os integrantes fiquem acampados na área de pesquisa, ou seja, na própria área do Parque Nacional da Serra da Canastra.    
O professor Valter Fonseca acredita que este é um dos projetos mais significativos, pois o objeto central da pesquisa é a área da nascente do Rio São Francisco, fato que dá ao projeto uma projeção nacional, por se tratar do estudo de um dos principais e mais importantes rios do Brasil, que integra a região Sudeste ao Nordeste do país.

terça-feira, 17 de julho de 2012

CINE CULTURA: FESTA LITERÁRIA DE UBERABA

Cena de "O Leitor"                                                    Fonte: culturadebolso.org

Por NTV
Filme: O Leitor
Diretor: Stephen Daldry
Moderador: Prof. Valter Machado da Fonseca - Graduado em Geografia. Professor Da Uniube. Doutorando em Educação - PPGED/FACED/UFU

SINOPSE: Hanna foi uma mulher solitária durante grande parte da vida. Quando se envolve amorosamente com o adolescente Michael não imagina que um caso de verão irá marcar suas vidas para sempre. O filme retrata uma situação simples de um amor vivido por um adolescente com uma mulher madura (Kate Winslet). O amor vivido pelo casal quebra as regras da ética e da estética convencionais ao dar asas a um amor puro e descompromissado. Para o jovem muito mais que uma experiência amorosa de adolescente, a relação foi uma marca contundente em sua vida. O drama retrata ainda situações vividas na Segunda Grande Guerra Mundial, na qual a protagonista em questão (Kate Winslet) é envolvida sob acusação de torturadora em um campo de concentração nazista. Em meio a este conflito o ex-adolescente (agora adulto) revive a volta das lembranças do amor de juventude que retorna nas cenas do tribunal. A película tem um desfecho memorável e surpreendente. Enfim, o filme retrata uma história de amor cativante e original em meio às cenas da Segunda Guerra Mundial.  
NÃO BASTA ASSISTIR. É IMPRESCINDÍVEL DEBATER.

Data: 24/08/2012 (SÁBADO)
Horário: 16h
Local: Centro de Cultura José Maria Barra  
ENTRADA FRANCA
REALIZAÇÃO: OAB/UBERABA

ORGANIZAÇÃO:
André Luís Oliveira
Maria dos Anjos Pereira Rodrigues
APOIO:
AGB/Uberaba
Centro Cultural da UFTM
Instituto Triangulino de Cultura
FAZU
Sociedade Salamandra

terça-feira, 3 de julho de 2012

AS MURALHAS DE CONCRETO!

Foto: cerca                                                           Fonte: portugues.torange.biz

 Valter Machado da Fonseca
Por entre as muralhas escapam os gritos de pavor
São animais ensangüentados, assustados e maltratados
Os dias parecem parar, são intermináveis, infindáveis
Nos corredores escuros, malcheirosos, o som dos passos ritmados
As barras de ferro batido deixam escapar apenas os gemidos
Dos homens sem vaidade, embrutecidos pelo ódio da falta de dignidade

O tempo passa em conta-gotas, no tic-tac do tormento
São homens amarelos de pele encharcada no suor da opressão
Na rotina da masmorra só se ouve o lamento da frustração
No dia-a-dia do cativeiro são constantes as batidas secas
Das ferramentas frias da tortura e da enxada do coveiro

Nas noites frias de inverno, estão trancafiados
Das suas mentes obstinadas, imagens distorcidas das amadas
Com o passar dos anos, o tempo já não interessa
Trancam as mentes, confinam o pensamento, se adaptam ao sofrimento
Da paisagem distante, do outro lado do muro de concreto
Só restaram algumas imagens distorcidas pelo tormento

Insistem em resistir procuram se iludir
Os corpos presos, nas velhas camas de cimento, liberam o pensamento
Precisam, todo dia, banhados na pouca claridade, acalentar a liberdade
Pensam nos amigos, nos conhecidos, nas amadas lá de fora
Procuram, travestidos de ilusão, enganar a frustração
O pensamento sai do catre pra se juntar à multidão

O tempo passa, lentamente, a hora chega de mansinho
No dia-a-dia da cadeia, se entusiasmam, fazem planos com carinho
Esperam com paciência o dia de glória que se aproxima
Contam os meses, as semanas, os dias, os minutos
Os corações acelerados esperam deslumbrados
O grande dia que trará, consigo a liberdade

Finalmente, o momento tão esperado
Arrumam as coisas, fazem as malas, preparam o coração
Juntam os poemas, relembram dos que vão ficar
Tentam ser fortes, se erguem, prendem o fôlego que esconde o choro
Chegou o grande momento, de ir embora, atravessar o portão
Enquanto o corpo vergado, flácido caminha lentamente na multidão
O coração partido, sofrido, abatido, volta prá dentro da prisão!

A AGONIA DO VELHO CHICO!!!

Foto: Nascente do São Francisco   Fonte: Arquivo Valter M. da Fonseca (2010)

  
Valter Machado da Fonseca

Da Canastra, serra das Gerais, do ventre das rochas
Surge o filamento, tênue, simples, cristalino, puro
É água que brota do seio da terra...
Essa lágrima, singela, que se transforma em torrente
Irriga as terras tristes, sombrias e áridas
São águas correntes que trazem a semente prá fecundar o sertão

Aos poucos o fio se encorpa, torna-se robusto
Risca o chão, aprofunda o vale, constrói seu caminho
Em sua caminhada, recebe o auxílio de outros filamentos
Que se juntam no mesmo caminho, no mesmo destino
Só o som das suas águas, das cascatas acalenta o menino
Que cresce com ele, aprende com ele acalmar os tormentos

Desce ladeira, corta montanhas, segue rápido, ligeiro
Na sua jornada, na longa caminhada, distribui esperança
Oferece carinho, alimento ao velho barranqueiro
Que em seu louvor, inventa a dança, cria canções de jangadeiro
São ritmos alegres dos corpos que se banham
Nas águas profundas, que aquecem a pele, alimentam emoções

Com o caminho traçado, vai ao encontro dos desamparados
Ultrapassa fronteiras, segue audaz, levando nas águas
As canções, as danças, o suor da gente humilde, que busca a liberdade
No semi-árido, serve de estrada que leva embarcações
Unindo culturas, unificando, alegrias e dores
Dos povos sofridos que, em suas margens, expressam amores

De regiões distantes vêm os viajantes, cheios de ambição
Pensam que seu leito é o local perfeito para a exploração
Remexem seu vale, maculam suas águas, com o veneno da destruição
A água antes cristalina, agora manchada de sangue, chora de dor!
O som alegre das cascatas, agora são apenas ecos de pavor
São apenas gemidos, das chagas abertas pelo infrator

Hoje, caminha lento, triste, cansado, desolado
O filamento da canastra agora não é mais cristalino
Já não oferece o carinho, esperança, alimento, prazer!
O verde envolvente transformou-se em vermelho
No barranco, de cócoras, triste, está o velho barranqueiro
Da sua boca, só sai o lamento, da canção tênue e distante
Que anuncia a tormenta, a angústia e a morte de velho guerreiro!!!