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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

A TERRA E O COSMOS!

Fonte: fabiopestanaramos.blogspot.com


Prof. Dr. Valter Machado da Fonseca*
A Terra é um planeta do sistema solar, como idade de, aproximadamente, 4,5 a 5,0 B.A. (bilhões de anos). Esta idade foi calculada tomando-se por base dois métodos de pesquisa científica: o primeiro refere-se à comparação e análise de fragmentos de corpos celestes (meteoritos) que atravessam a atmosfera terrestre e atingem a superfície de nosso planeta. Estes achados, oriundos de fragmentos de corpos celestes, nos fornecem importantes informações, principalmente no que se refere à composição química e mineralógica desses materiais, quando comparados aos fragmentos rochosos encontrados naturalmente em nosso planeta.
O segundo método de pesquisas e investigação acerca da idade de nosso planeta refere-se ao método denominado de “Meia Vida” dos elementos químicos. Por intermédio desse estudo é possível datar de uma maneira bastante eficaz, as rochas e demais estruturas geológicas que compõem o planeta Terra. Conhecendo-se as formações geológicas mais antigas do planeta, temos uma idade aproximada do próprio planeta. Mas, o que vem a ser o método da “Meia Vida” dos elementos químicos? Já é comprovado pela ciência que toda rocha possui partículas radioativas e partículas orgânicas, ou seja, estas últimas compostas de carbono (C). Tanto as partículas radioativas, quanto as orgânicas têm a propriedade de perder elétrons. Os elementos radioativos e orgânicos, ao perderem elétrons se transformam em outros elementos químicos. E, esta transformação de um elemento químico em outro leva milhares de anos para se processar. Ora, ao examinarmos um fragmento de rochas à luz da microscopia eletrônica temos a percentagem de elementos (radioativos e orgânicos) que se transformaram em outros pela perda de elétrons. Usando esta percentagem multiplicada pela quantidade de anos necessários para a transformação de certos elementos químicos em outros, temos a idade do fragmento da rocha.
Este método foi desenvolvido graças aos estudos acerca da “Meia Vida” dos elementos químicos desenvolvidos por Boltwood (1905). Os elementos químicos radioativos mais utilizados nestes estudos são o Urânio de peso atômico 238 (U238) e o Chumbo de peso atômico 206 (Pb206). Para saber a idade dos fósseis ou dos compostos orgânicos, o mais utilizado é o carbono de número atômico 14 (C14). As pesquisas sobre a meia vida dos elementos químicos radioativos presentes nas rochas da crosta terrestre levaram à conclusão que a idade aproximada do planeta Terra está entre 4,5 a 5 bilhões de anos.   
Mesmo com a idade na casa dos bilhões de anos, para a Geologia trata-se de um tempo geológico relativamente curto, pois ela trabalha com o tempo geológico na casa de dezenas de bilhões e trilhões de anos, quando trata do estudo sobre a idade de corpos celestes (estrelas e planetas especialmente). Assim, em tempo geológico, podemos considerar a terra como uma “jovem senhora”. Neste sentido, ela (a Terra) terá pela frente ainda mais um punhado de bilhões de anos de existência, antes de se tornar um planeta morto. Este tempo, com toda a certeza, é mais que suficiente para o ser humano pensar e repensar sobre as interferências maléficas que já fez e sobre as ações que ainda fará sobre o planeta, se é que ele não vá se extinguir enquanto raça neste planeta, antes que ele faça as reflexões necessárias sobre sua breve (porém altamente prejudicial) estadia no sistema solar.


* Escritor. Geógrafo, Mestre e Doutor pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Pós-Doutorando pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).  Pesquisador e professor da Universidade de Uberaba (UNIUBE). machado04fonseca@gmail.com

sábado, 23 de fevereiro de 2013

ENERGIA: A ESSÊNCIA DA VIDA E DO UNIVERSO!

Fonte: filbr2.blogspot.com
Prof. Dr. Valter Machado da Fonseca*

A energia é a força propulsora de toda forma de movimento, da dinâmica interna e externa dos ecossistemas vivos e a grande responsável pela existência de todas as formas de vida, pelo funcionamento do metabolismo de todos os organismos vivos, enfim, é a força responsável pelo funcionamento de todo o universo em franca expansão. Assim, a matéria se sustenta pela existência da energia que une todas suas partículas constitutivas. Nesta direção interpretativa podemos afirmar, sem medo de errar, que tudo que se conhece, tudo que existe na Terra e fora dela é energia pura. Assim, podemos inferir que nada existiria se não houvesse energia.

Quando ingerimos alimento; tomamos o café da manhã, almoçamos, jantamos; na verdade, o fazemos para manter o equilíbrio energético de nosso organismo. Ou seja, os alimentos nada mais são do que fontes de energia, que nos permitem permanecer de pé e realizar nossas atividades diárias. Mas, não são somente os seres humanos que necessitam de energia para sobreviver, também os vegetais e o restante dos animais, inclusive os microorganismos, dependem de energia para sua existência.

Neste sentido, a saúde dos seres vivos nada mais é do que o estado de equilíbrio energético perfeito de seus organismos. Quando este estado de equilíbrio energético é rompido ou alterado, podemos afirmar que ele entra em fase de desequilíbrio energético, isto é, entra estado de autodegeneração ou estado de doença. Desta forma, cada organismo, de cada ser vivo, possui um “ponto ótimo” de equilíbrio energético, que vai ser responsável pelo seu estado de bem estar, ou de excelência em qualidade de vida. Da mesma forma que a carência de energia gera um desequilíbrio energético nos organismos vivos, provocando uma degeneração de suas condições de qualitativas de existência, também o excesso de energia é prejudicial ao metabolismo que mantém a qualidade de vida desses organismos. Neste caso, este excesso de energia deve ser eliminado para garantir o bom funcionamento de seu metabolismo.

Quando o equilibro energético de quaisquer organismos vivos é quebrado, estes organismos perdem qualidade de vida, seja por intermédio do déficit ou superávit de energia interna. Em qualquer um dos casos, perdem-se em qualidade de vida e estes organismos entram em estado de autodegeneração, podendo, assim, atingir o estado letal que pode levar ao fim, à morte desses organismos, devido ao mau funcionamento de seu metabolismo.    

Quando determinado organismo vivo sofre ruptura brusca, ou mesmo gradual, em seu sistema energético, ele passa então a não conseguir a desempenhar suas funções básicas de sobrevivência, caminhando em direção à sua extinção definitiva. Quando um organismo vivo perece, morre, sua estrutura material, sólida, é integrada a novas porções de matéria sustentadas por diversas formas de energia, enquanto que sua energia interna é liberada, indo se juntar a outras formas de energia que irão dar continuidade ao “Ciclo da Vida”. Ironicamente, na “Cadeia da Vida”, diversos seres vivos dependem da extinção, da morte de outros seres vivos para continuarem existindo. Assim, o “Ciclo da Vida” é mantido, fundamentalmente, pela oferta e consumo de energia. Pois bem! A energia é a grande responsável pela manutenção da vida em todas as suas formas, desde as mais simples até as mais complexas e, infelizmente (ou felizmente) ela é um recurso que o homem, em suposta sabedoria, jamais será capaz de inventar e, principalmente, criar.     



* Escritor. Geógrafo, Mestre e Doutor pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Pós-Doutorando pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).  Pesquisador e professor da Universidade de Uberaba (UNIUBE). machado04fonseca@gmail.com

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Asteróide passará de raspão pela Terra

Fonte: BBC Brasil (2013)

Por NTV

Um asteróide com um diâmetro aproximado de 45 metros irá nesta sexta-feira (14/02/2013) passará a cerca de 28 mil km da Terra - a menor distância já registrada no monitoramento de corpos celestes com esse tamanho. Identificado como 2012 DA14, o asteróide passará mais perto da Terra do que satélites que orbitam o planeta, mas não há risco de colisão. O ponto mais próximo da superfície terrestre de sua trajetória será registrado às 19h25 GMT (17h25 no horário de Brasília) 
A passagem do asteróide foi precedida por uma chuva de meteoritos na Rússia, causada pela entrada de um meteoro na atmosfera terrestre. No entanto, cientistas acreditam que os dois eventos não têm relação. Alan Fitzsimmons, perquisador da Universidade Queens em Belfast, na Irlanda do Norte, disse à BBC News que a ocorrência de ambos no mesmo dia é somente 'uma coincidência cósmica'. 
Oportunidade única 
O asteróide orbita o Sol em 368 dias - um período semelhante ao do ano terrestre - mas não o faz no mesmo plano que a Terra. Quando ele passar perto da Terra, a 7,8 km/s, virá desde o hemisfério sul da Terra e seguirá em direção noroeste. O corpo celeste passará diretamente sobre o Oceano Índico. A Europa Oriental, a Ásia e a Austrália serão os locais de melhor visibilidade. Mas observadores podem assistir à passagem do asteróide ao vivo pela internet, em transmissões como a do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA (Assista ). 
O 2012 DA14 foi visto pela primeira vez em fevereiro de 2010 por astrônomos do Observatório Astronômico de La Sagra na Espanha - cuja principal atividade é a descoberta e localização de pequenos corpos celestes (asteróides e cometas). Eles avistaram o asteróide após sua passagem anterior, a uma distância muito maior. Por meio de suas observações, eles conseguiram calcular as trajetórias passadas e futuras do asteróide e prever a passagem desta sexta-feira, que será a mais próxima da Terra por pelo menos 30 anos.
 O professor Fitzsimmons disse que é uma oportunidade científica única. 'Quando os asteróides passam assim tão perto, é muito importante tentar aprender sobre eles', diz. 'Conseguimos mais conhecimento sobre esses pequenos objetos, que tem mais probabilidade de impacto com a Terra'. Disponível em: http://noticias.br.msn.com/mundo/asteroide-passar%C3%A1-de-rasp%C3%A3o-pela-terra-1. Acesso em: 14/02/2012
 

Meteorito cai na Rússia

Fonte: Reuters (2013)


Por NTV
Mais de 500 pessoas ficaram feridas nesta sexta-feira devido à queda de um meteorito na região de Tcheliabinsk, nos os montes Urais, segundo os últimos dados atualizados do Ministério do Interior da Rússia. ' Será necessário dar atendimento médico a 474 pessoas, das quais 14 foram hospitalizadas', informou um porta-voz ministerial à agência 'Interfax'. Pelo menos cinco pessoas foram hospitalizadas 'com cortes profundos de vidro', disse o chefe do Centro Nacional de Situações de Crise do Ministério de Emergências russo, Vladimir Stepánov. Os fragmentos do meteorito causaram danos pelo menos em seis cidades da região onde caiu o corpo astral.'A polícia realiza uma inspeção dos núcleos de população para determinar novos lugares afetados pela queda', explicou o porta-voz de Interior. Acrescentou que patrulhas policiais vigiam os edifícios que tiveram danos e perderam portas e janelas de vidro.
O meteorito caiu cerca de 80 quilômetros da cidade de Satka, no distrito de mesmo nome, por volta das 09h20 locais (01h20 de Brasília). A queda do corpo celeste foi acompanhada de forte explosões, segundo testemunhas citadas pela rádio 'Eco' de Moscou, que em um primeiro momento acharam que um avião havia explodido durante o voo. O meteorito pesava várias toneladas e poderia ter várias dezenas de metros de comprimento, segundo cientistas consultados pelos meios de imprensa russos. 'Era um meteorito bastante grande, pode ser que de várias dezenas de metros de comprimento. (...) Os corpos de menos de 50 metros se desintegram quase sempre na atmosfera, e se não se queimam totalmente, chegam à Terra pequenos fragmentos', disse Nikolai Zheleznov, especialista do Instituto de Astronomia Aplicada.
Sergei Smirnov, cientista do Observatório astronômico de Pulkovo, afirmou que o objeto 'tem uma massa de várias dezenas de toneladas, seguramente, que se pôde ver com clareza no céu'. Alguns veículos de imprensa informaram que sobre os Urais havia caído uma chuva de meteoritos. 'Não foi uma chuva de meteoritos, mas um meteorito que se desintegrou na camadas baixas da atmosfera', disse à agência 'Interfax' a porta-voz do Ministério para Situações de Emergência da Rússia, Elena Smirnij. Para Elena, a queda do meteorito não influiu nos níveis de radiação, que se mantêm dentro dos parâmetros de normalidade para a região. A Rosatom, agência russa para a energia atômica, informou que suas instalações nos Urais não foram atingidas pela queda do meteorito. EFE
Disponível em: http://noticias.br.msn.com/story.aspx?cp-documentid=256281256. Acesso em: 15/02/2003.

domingo, 10 de fevereiro de 2013

O CHEIRO DOCE DO MILHARAL!



Fonte: whereismymind-e.blogspot.com

Prof. Dr. Valter Machado da Fonseca*

Dias atrás, me recordava dos tempos de infância, na pequena cidade onde nasci, onde podia correr livre, sem medo da violência, sem a pressa das grandes cidades. Eram dias, nos quais as coisas andavam lentamente, onde o tempo parecia parar para acompanhar a vida, a paisagem. Naqueles dias, sinceramente, parecia que as pessoas se preocupavam mais em serem felizes, elas se importavam muito mais em sentir o sabor das boas coisas da vida. Verdadeiramente, naqueles tempos se sentia prazer em apreciar o simples, em curtir o aroma das manhãs, em saborear a brisa fresca do entardecer, em degustar os ares amenos que anunciavam a chegada da primavera. Como eram felizes aqueles tempos!

Lembro-me bem! Naqueles tempos sentíamos muito prazer em uma pescaria. Aliás, quaisquer corregozinhos davam peixe. Precisávamos andar pouco mais de 20 minutos para chegarmos a um bom ribeirão e pescar o peixe fresco. Eram incontáveis os córregos, riachos e ribeirões existentes nos arredores de minha pequena cidade. Era incontável a quantidade de pássaros, répteis, anfíbios e mamíferos existentes nas matas e campos da região. Quando voltávamos de uma pescaria, sempre nos arriscávamos no meio das lavouras de milho, feijão, arroz em busca de frutas. Quando não achávamos, ficávamos felizes com uma braçada de milho verde, que era assada à noitinha em volta de uma aconchegante fogueira. E, aquele milho tinha sabor, tinha aroma, tinha um gosto doce incomparável.

Hoje, muitas são as vezes em que me pego  a reviver aqueles felizes tempos de outrora. Uma das coisas que não me sai da memória era o sabor das frutas, das verduras, dos legumes. Hoje, tudo parece sem sabor. Tudo parece artificial, distante da natureza. Aqueles córregos e riachos já não mais existem, os pássaros, as pequenas lavouras foram literalmente devoradas pela grande cidade. O natural foi tragado, até a última gota, pelo artificial, pelo sintético. No lugar daqueles pequenos corpos d’água, hoje nos deparamos com montanhas de lixo, suas águas já não exalam o perfume da vida, mas, ao contrário, exalam o odor da morte, da matéria em decomposição.

Hoje, as verdes matas que dominavam o nosso cerrado, foram substituídas pela monotonia das grandes lavouras voltadas, unicamente, para a exportação. As frutas, verduras e legumes se tornaram mais vistosas, porém, perderam sua essência: o aroma e o sabor. Aquela fauna que vivia no campo; hoje perambula, sem rumo, nos recantos da cidade. É muito comum, aliás, é corriqueiro nos deparamos com dezenas de animais nas pistas das rodovias, bandos de centenas e até milhares de aves nas cidades, totalmente deslocadas de seu hábitat natural.

Por isso, vez em quando me imagino nos campos de outrora. Nos tempos onde podia passear tranquilo, observando a beleza dos animais selvagens, nos dias em que podia sentir o perfume das coisas naturais, o sabor genuíno e legítimo dos alimentos. Hoje, quando caminho sozinho no campo, tento ainda, em vão, tragar o aroma das águas dos pequenos riachos que animavam a bicharada, que realçavam as flores naturais do campo na primavera. Hoje, tudo não passa de um sonho banido de nossas vidas, infelizmente o odor dos venenos dos insumos e agrotóxicos tragou para sempre a essência da vida, tragou, sobretudo, o cheiro doce do milharal.   



* Escritor. Geógrafo, Mestre e Doutor pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Pós-Doutorando pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).  Pesquisador e professor da Universidade de Uberaba (UNIUBE). machado04fonseca@gmail.com