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sábado, 29 de agosto de 2015

A DINÂMICA DOS ECOSSISTEMAS: É preciso revisitar os conceitos!

Fonte: astro.if.ufrgs.br (2015)

Prof. Dr. Valter Machado da Fonseca
Muita coisa da “ciência velha” já não consegue explicar o novo que emerge com as novas tecnologias, as quais são frutos da própria ciência. É preciso revisitar os conceitos, leis e teorias, descartar alguns, reelaborar e até mesmo reforçar outros. Quando formulamos as leis e teorias partimos de experimentos e observações sob determinado ângulo, seguindo determinados critérios e parâmetros. A partir daí analisamos diversas variáveis, a partir de critérios anteriormente estabelecidos.    
A partir de práticas desprovidas de quaisquer critérios utilizamos a bel prazer dos frutos das novas tecnologias. A utilização despreocupada e desordenada dos recursos da natureza fez surgir nos tempos d’agora diversas distorções e aberrações, até então por nós desconhecidas. Diante disso, devemos fazer uma releitura dos velhos conceitos, elencar novas categorias de análise, redirecionar nossos métodos de investigação científica, agora com experimentos e observações sob novos e outros ângulos diferentes dos antigos. Desta forma, devemos fugir das leituras de superfície e escavar a realidade, percorrer os labirintos e as entrelinhas das velhas teorias. É preciso descartar os equívocos e acolher os acertos.

Nesta direção interpretativa, a ciência, como fruto da imaginação e do pensamento humanos, é passível de acertos, mas, sobretudo, de erros, equívocos e distorções, pois, por detrás da ciência esconde-se a intencionalidade daqueles que a produzem. Ela não se constitui, então, num dogma ou numa Ceita, o que ontem constituía-se numa verdade científica, hoje pode não mais o ser. Assim, é hora de revisitarmos os elos e elementos que determinam “A Dinâmica dos Ecossistemas”. É hora de compreendermos os princípios que regem o funcionamento dos ecossistemas terrestres, pois, afinal, o nosso ecossistema planetário é um pequeno fragmento (amostra) do mega-ecossistema formado pelo cosmos e o universo em franca expansão.    

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

O QUE É UMA BOA PESQUISA CIENTÍFICA?

Foto: Prof. Dr. Valter Machado da Fonseca (2015)



Prof. Dr. Valter Machado da Fonseca
A ciência vive, nos últimos tempos, uma banalização quase que total. As pessoas “brincam de pesquisar”, quando na verdade a pesquisa científica deveria ser outra coisa totalmente adversa do que se pratica na atualidade. Quase sempre os nossos pesquisadores primam pela quantidade de artigos publicados, em detrimento de uma investigação de qualidade. Quando o resultado de uma pesquisa é facilmente compreendido pela grande maioria, é o mesmo que dizer que a referida pesquisa se embasa na superficialidade, no óbvio, está dentro do espectro do senso comum. É isto que verificamos na imensa maioria das pesquisas atuais. A boa pesquisa é aquela que nos chama a uma reflexão profunda, que muda atitudes, que revisa conceitos e, por vezes, os desconstroem.
Eu, particularmente, respeito diversas concepções sobre a pesquisa científica, embora não concorde plenamente com a maioria delas. Na verdade, sou adepto de uma pesquisa qualificada, pois, acredito que para fazer ciência não existem fórmulas. Defendo a ideia de que que a verdadeira investigação científica seja aquela que nos abra novos caminhos, novas indagações e não aquelas embasadas apenas na retórica argumentativa (embora sejamos obrigados recorrer a ela em determinados momentos para delimitarmos nossas opiniões e posições). A pesquisa que trilha um caminho já esperado não nos apresenta nada de novo, não nos leva a reflexões aprofundadas, a meu ver, nada nos acrescenta e, muito menos à humanidade.
Quando colocamos nosso objetivo maior em prol da quantidade de publicações, perdemos a qualidade, a capacidade de partilhar novas formulações, de abrir novas indagações, as quais podem ser "fios de continuidade" para trabalhos de outros pesquisadores. Por isso, meu caro amigo, afirmo que não existem fórmulas nem receitas para a pesquisa. Uma boa pesquisa nos convida a conhecer novos caminhos, novas metodologias, nos confronta com a angústia de um trabalho árduo. Uma boa pesquisa é aquela que nos convida sempre ao encontro com o ineditismo. Não existem mentiras que o tempo não desmascara e nem verdades que sejam eternas!

domingo, 23 de agosto de 2015

COISAS DA VIDA!

Foto: Diquinha                             Fonte: Arquivo Pessoal (2015)



Prof. Dr. Valter Machado da Fonseca
Outro dia, lembrei-me de minha sogra Dona Zelinda (a Diquinha), que nos deixou em 2010, mãe de Carmen minha companheira. Como era bela e singela a Dona Zelinda! É dificílimo definir uma pessoa tão simples e, ao mesmo tempo de tão fino trato. Era a essência da beleza em toda sua simplicidade. Via vida na simplicidade das coisas, mirava em sua essência e extraía delas o tom de vida mais puro, mais sublime e mais singelo.
Um de seus grandes prazeres na vida era saborear um bom prato de comida caseira e mineira, em especial um franguinho com quiabo e polenta de fubá (com ou sem guariroba). Levava em torno de duas horas para degustar esta iguaria. Aquele era um momento sagrado para Dona Zelinda. Gostava especialmente do pescoço e dos pés do frango, sugava minuciosamente cada ossinho. Dava gosto vê-la à mesa de refeição. Assim, combinando seu gosto pela simplicidade, também se vestia da maneira mais simples, às vezes, um vestidinho de Chita barata. Porém, quando ela o usava parecia uma rainha.
Por vezes, muitas vezes, ficava horas arrancando ervas daninhas de seu quintal, de sua horta e de seu jardim, também marcados pela simplicidade de suas flores. Dentre todas as flores, amava as mais simples, pois, enxergava nelas a essência da beleza absoluta. Conversava com suas plantas, com sua horta, com suas flores. Assim era Dona Zelinda, me lembro muito bem de seu jeito altivo de ser, de suas convicções, pelas quais era capaz de comprar um bela briga. Pois bem, meus amigos! Ela se foi, porém nos deixou grandes lições de vida. Talvez a melhor delas é que a vida se resume ao simples e na percepção da essência em lugar das aparências. Dona Zelinda não faleceu, continua entre nós. Podemos observá-la na estrela mais simples, porém mais viva e mais reluzente que habita o firmamento. 

Por que odiar o PT

Foto: Gregório Duvivier   Fonte: blogdojolugue.blogspot.com (2015)



Por Gregório Duvivier
A primeira vez que me deparei com uma urna eletrônica foi para votar no Lula.
E Lula se elegeu, depois de três tentativas malfadadas.
Lágrimas grossas escorriam pelo meu rosto: com a prepotência característica dos 16 anos, tive a certeza de que era o meu voto que tinha feito toda a diferença.
A rua estava cheia de pessoas da minha idade que tinham essa mesma certeza.
O Brasil tinha acabado de ganhar uma Copa do Mundo, mas a euforia agora era ainda maior: foi a gente que fez o gol da virada.
Parecia que o Brasil tinha jeito, e o jeito era a gente –essa gente que nasceu de 1982 a 1986 e votava agora pela primeira vez.
Acabaram-se os problemas do Brasil –a gente chegou.
Lembro das ruas cheias, das bandeiras do PT, lembro de abraçar desconhecidos na Cinelândia –Lula lá, brilha uma estrela.
Logo vi que não era o meu voto que tinha feito o Lula se eleger, nem o dos meus amigos, nem o da minha geração.
Quem elegeu o Lula –isso logo ficou claro– foi o José Alencar, os Sarney, o Garotinho, foi aquela Carta aos Brasileiros e a promessa de que o Lulinha era Paz, Amor e Continuidade.
Sobretudo continuidade.
Lula só alugou esse apartamento por quatro anos porque assinou um contrato de locação onde prometia entregar o imóvel i-gual-zi-nho.
E Lula, por quatro anos, foi um inquilino dos sonhos –tanto é que renovou o contrato e ainda foi fiador da locatária seguinte.
Fizeram algumas mudanças –as empregadas passaram a ganhar mais–, mas não fizeram o mais importante: uma desratização. Muito pelo contrário: os ratos de sempre fizeram a festa.
Caros amigos que odeiam o PT: podem ter certeza de que odeio o PT tanto quanto vocês –mas por razões diferentes.
Odeio porque ele cumpriu a promessa de continuidade.
Odeio porque ele não rompeu com os esquemas que o antecederam.
Odeio por causa de Belo Monte e do total descompromisso com qualquer questão ambiental e indígena.
Odeio porque nunca os bancos lucraram tanto.
Odeio pela liberdade e pelos ministérios que ele deu ao PMDB.
Odeio pelos incentivos à indústria automobilística e à indústria bélica.
Odeio porque o Brasil hoje exporta armas para Iêmen, Paquistão, Israel e porque as revoltas do Oriente Médio foram sufocadas com armas brasileiras.
Odeio porque acabaram de cortar 3/4 das bolsas da Capes.
O PT é indefensável –cavou esse abismo com seus pés.
Mas assim como não fomos nós que elegemos Lula, engana-se quem vai às ruas e acha que está tirando Dilma do poder.
Quem está movendo essa ação de despejo são os ratos que o PT não teve coragem de expulsar.
Disponível em: http://blogdojuca.uol.com.br/2015/08/por-que-odiar-o-pt/ Acesso em 10 de agosto de 2015.