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sábado, 31 de dezembro de 2011

Um excelente ano de 2012 para todos os seguidores do NTV

Caros (as) leitores (as)!

Quero aproveitar esta última postagem do ano para desejar a todos que acompanham o "NATUREZA, TERRA E VIDA" um execelente ano de 2012 que se inicia.  Esta data de reveillon é propícia para realizarmos um balanço de vida, de projetos de mundo, individuais e, sobretudo, de projetos coletivos. É propício, sobretudo, para avaliarmos nossos erros e acertos, procurando, sempre, tirar dos erros novas lições para que possamos reinventar nossos projetos individuais e coletivos. 

Na grande maioria das vezes, aprendemos muito mais com nossos equívocos que com nossos acertos. Mas também os acertos devem ser revistos, revisitados, objetivando aperfeioá-los para que tenham cada vez mais significação para nós mesmos e para o "outro", pois não vivemos numa sociedade de "nós mesmos", mas em uma sociedade cuja parceria é estabelecida entre nossas vontades, desejos, anseios e projetos, como as paticularidades, singularidades, desejos e projetos do "outro". É também nas diferenças que construímos os mais significativos projetos coletivos. 

Que neste ano de 2012 que nos bate à porta, estejamos preparados praa construção de outros modelos que levem a uma sociedade que transforme nós mesmos em seres mais tolerantes, mais participativos, mais solidários, enfim que nos transformem em seres mais compreensivos e humanos.
Um grande abraço a todos (as) e  um excelente 2012!

Valter Machado da Fonseca. 

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Retrospectiva: crise econômica mundial, “marca registrada” deste início de século

Prof. Valter Machado da Fonseca (2011)

Valter Machado da Fonseca*
O final do século XX e este início do XXI têm como marca maior a grande crise econômica do sistema capitalista em âmbito global. Esta crise que teve um grande surto em 2008 volta agora com força maior, provocando uma enorme avalanche financeira no coração do capitalismo: A Europa e os EUA.

Desde a década de 1929, com o Crack da Bolsa de Nova York, que abalou o mundo, inclusive o Brasil, que o capital vem mostrando sua sequência histórica de crises, desestabilizando mercados, quebrando empresas, desestruturando nações, falindo indústrias e industriais. Um aspecto comum que caracterizou todas as crises financeiras do capital em tempos pretéritos foi suas fases de crises cíclicas. Ou seja, elas vinham à tona, de tempos em tempos, mas, o capital conseguia elaborar e reelaborar mecanismos internos para sua superação, conseguindo, dessa forma, melhorar a eficiência de suas estruturas internas. Assim, ele saía das crises cíclicas com as forças renovadas, criando novos mecanismos reguladores de suas estruturas internas, o que lhe possibilitava maior força para se expandir e se reproduzir e, com isso, aumentar com eficácia sua mais valia (lucro). Mas, um dado real para o qual devemos nos atentar é que o capital se reinventava, superava suas crises, em grande parte, em detrimento de necessidades primárias ou mesmo secundárias da população, ou seja, do mercado consumidor. Isto significa dizer que o capital superava suas crises em função de necessidades reais da população mundial, visando, em última instância, a melhorar as condições e o padrão de vida dos povos, ou, pelo menos de uma parcela deles.

O que diferencia substancialmente as crises econômicas da atualidade das que ocorreram em tempos passados, é a incapacidade de o capital se reinventar. Isto é, a crise econômica dos tempos presentes é fruto do próprio desgaste dos mecanismos internos do capital, de suas estruturas internas. É o que o pensador e sociólogo húngaro Ístvan Mészáros define como “Crise estrutural do capital”. Na verdade, a crise estrutural do capital se liga diretamente ao deslocamento dos novos objetivos da produção material que rege a economia dos tempos presentes. O capital já deixou de gerar produtos (mercadorias) que estejam diretamente ligados às necessidades e desejos reais das populações (mercados consumidores).

Hoje, ao invés de se criar produtos para atender às necessidades humanas, primeiro se “inventam” novas mercadorias e produtos e depois se criam artificialmente os desejos e as necessidades. Então, se criam produtos supérfluos e descartáveis para o atendimento de desejos e necessidades ilusórias, artificiais e fictícias. Estes aspectos são frutos da denominada “Globalização Econômica” ou “Globalização Neoliberal ou Perversa” como diria o grande e saudoso geógrafo, Prof. Milton Santos. Diante da incapacidade do capital de gerar sua produção voltada para as necessidades da humanidade é que surge com todo o vigor a crise estrutural ou crise dos mecanismos internos do sistema capitalista. Ou seja, o capital não é mais capaz de se reinventar para a superação de suas crises econômicas sucessivas. Por isso, vemos a  grande crise global atingir, em cheio, o coração dos gigantes capitalistas: Europa e EUA (2008) e agora em 2010/2011 uma crise mais generalizada que atingiu novamente os EUA e depois a Europa (Grécia, Irlanda, Itália, França, Espanha, Inglaterra). Diante disso, a crise econômica com certeza percorrerá todo o planeta, todas as regiões, todos os países. O que se coloca diante da humanidade é o grande desafio de se criar novos modelos de economia e de sociedade. Só assim, a humanidade será capaz de superar a gigantesca crise estrutural do capital. Caso contrário, a humanidade sucumbirá de uma vez por todas, mergulhando definitivamente na barbárie, ou seja, num modelo de sociedade totalmente antropofágica e autofágica, cujos sintomas são perfeitamente visíveis num futuro totalmente incerto e de horizonte curtíssimo, onde o homem venha se transformar, definitivamente, em mercadoria última.        



* Escritor. Geógrafo, Mestre e doutorando pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Pesquisador e professor da Universidade de Uberaba (Uniube). machado04fonseca@gmail.com  

sábado, 24 de dezembro de 2011

Qual o significado das festas de final de ano?

Preconceito e intolerância. Fonte: diariodehistoriador.blogspot.com (2011)

Valter Machado da Fonseca*
Há tempos venho tentando compreender o real significado das confraternizações de final de ano em todo o mundo. Os tempos modernos são marcados por intensos conflitos de toda ordem: políticos, econômicos, sociais, étnicos, religiosos, dentre vários outros. Assistimos, nestes tempos, a crimes e enfrentamentos bárbaros, onde os valores humanos são deixados para o último plano. São milhares de assassinatos, latrocínios, estupros, crimes hediondos ligados à intolerância étnica e religiosa, à homofobia, crimes monstruosos contra mulheres e crianças, enfim, atrocidades que, na grande maioria das vezes, nos deixam, petrificados, horrorizados. Que tempos são esses afinal de contas? O que justifica tanta insanidade? Por que a mídia se delicia tanto ao noticiar tais monstruosidades?
Outras vezes presenciamos barbaridades sem nenhuma justificativa; matam-se por dez reais, por uma dose de aguardente. Aí indagamos: o que move a humanidade nestes tempos presentes? Qual ou quais os projetos de vida movem o ser humano? Será que existe nos tempos modernos algum projeto de vida, de mundo, de felicidade humana? Verificamos que existe uma forte indústria midiática que vive à custa da mediocridade humana, sobrevive das migalhas que caem da mesa da desgraça humana. Se pensarmos com mais profundidade, notaremos que o sistema capitalista sobrevive, nos tempos atuais, da miséria e da desgraça que toma conta da humanidade. Verificamos que o sistema que nasceu da promessa da felicidade humana [“liberdade, igualdade e fraternidade”], chegou a tal estado de degeneração que, nos tempos modernos sobrevive das mazelas resultantes da podridão da humanidade; indústria da fome, indústria de armamentos, da seca, do câncer, da AIDS, do narcotráfico, dos agrotóxicos, dos pesticidas, dos transgênicos, dos sequestros, enfim, para cada parcela da desgraça humana, se liga um determinado grupo que se enriquece.
Muitos devem perguntar; mas, por que é que esse cara tem que falar disso em plena época de festividades, de natal, do nascimento do “filho de Deus”? Eu digo meus (minhas) caros (as) Leitores (as)! É nessa época que toda a hipocrisia humana aflora com toda sua intensidade. Nessa época os piores inimigos dão as mãos, se abraçam em nome da fé, da solidariedade. Contudo, passado este momento se degolam com voracidade ainda maior. Nessa época em que milhares de pessoas se reúnem em torno de fartas mesas  quilométricas, nossos irmãos morrem de fome no continente africano. Nessa época de “fraternidade extrema”, comunidades inteiras padecem de sofrimento por doenças espalhadas pelo projeto humano de sociedade, milhares de pessoas tentam, em vão, sobreviver muito abaixo da linha de pobreza.
Nessa época, a mesma mídia que enfatiza as piores atrocidades para vender suas notícias, que se utiliza durante todo o ano da desgraça humana para aumentar seus já gordos lucros, muda seu discurso e passa a ser a grande precursora da solidariedade e fraternidade humanas. É justamente nessa época que vemos os grandes grupos econômicos fazerem caridade com o dinheiro público, que assistimos os políticos mais corruptos distribuírem o sopão para os menos favorecidos [de olhos nos votos da próxima eleição]. Pois bem! Caros (as) Leitores (as)! Deixo aqui minha reflexão final: em nome de qual “Deus” esses senhores pregam a tal solidariedade? Em nome de qual “Deus” esses senhores distribuem mensagens de felicidade? De qual “amor”, de qual “justiça”, de qual “Fé” se falam nas festividades de final de ano? Enfim, para onde caminha a humanidade neste limiar de século XXI? Com certeza, caminha em direção a um novo modelo de sociedade: uma sociedade pautada nas mazelas da barbárie, uma sociedade na qual cada ser da nossa espécie se transforma em sucata, em dejeto humano, uma sociedade autofágica em toda a plenitude da palavra.


* Escritor. Geógrafo, Mestre e doutorando pela Universidade Federal de Uberlândia. Pesquisador e professor da Universidade de Uberaba (Uniube).

domingo, 11 de dezembro de 2011

Curso de Geologia e Paleontologia de Peirópolis vai virar livro

Prof. Valter Machado da Fonseca (2011)
APOSTILA 1

APOSTILA 2

APOSTILA 3


APOSTILA 4
 
Por NTV

O Professor MS. Valter Machado da Fonseca, Geógrafo, mestre e  doutorando pela Universidade Federal de Uberlândia/MG – (UFU) e docente da Universidade de Uberaba (UNIUBE), idealizou e ministrou um curso de extensão em Geologia e Paleontologia, envolvendo os aspectos da bacia fossilífera do Sítio Paleontológico de Peirópolis, bairro rural da cidade de Uberaba, estado de Minas Gerais. O evento foi uma realização do curso de Engenharia Ambiental da Universidade de Uberaba, com o apoio fundamental do seu diretor Prof. Dr. André Fernandes. O curso recebeu ainda o importante apoio do Programa Institucional de Atividades Complementares (PIAC/Uniube).

O curso foi intitulado “Analisar o presente para compreender o passado: um estudo geológico, paleontológico e paleoclimático do Sítio Paleontológico de Peirópolis – Uberaba/MG foi totalmente apostilado e, as apostilas foram elaboradas pelo Prof. Valter Machado da Fonseca e são frutos de intensas pesquisas, por ele realizadas sobre o assunto. O professor Valter Fonseca explica que a elaboração do material didático foi uma tarefa trabalhosa e complexa. Assim, a proposta não foi a de realizar apenas mais um curso na área de Geologia e Paleontologia, mas, tratou-se fundamentalmente, de se organizar um curso que busque elementos e aspectos inéditos, pois, a proposta visa à reconstituição dos aspectos paleoclimáticos e paleogeográficos da região de Peirópolis da época do Cretáceo Superior (período entre 60 e 70 milhões de anos atrás). Realizar uma tarefa como esta, nos moldes a que o curso se propõe é, de fato, um desafio a ser superado. E, esta superação só foi possível graças a uma intensa e detalhada pesquisa bibliográfica dos mais diferentes trabalhos produzidos pela literatura científica sobre as atividades desenvolvidas no Centro Dr. Llewellyn Ivor Price. Isto demandou um dispendioso tempo de pesquisas meticulosas e arduamente trabalhadas.
O Prof. Valter Fonseca destaca a importância do trabalho árduo e profícuo do Professor Luís Carlos Borges Ribeiro e toda sua equipe. Afirma que se não fosse os trabalhos de Ribeiro e sua equipe, talvez o Complexo Científico de Peirópolis nem existisse e que o local provavelmente seria explorado apenas comercialmente, do ponto de vista simplesmente turístico. Ele reafirma que nada possui contra a exploração turística do local, mas declara que isto pode ser feito aliado à exploração do grande acervo científico da localidade. Acredita que desprezar o grande potencial de indícios e informações científicas seria até um crime contra a humanidade e a comunidade científica em geral.
 O Prof. Valter Machado se surpreendeu com o material de pesquisa que deu origem às apostilas do curso. O conjunto de quatro apostilas reuniu pesquisas e textos inéditos (do próprio Prof. Valter) de temas que foi da Geologia Geral, passando pela Paleontologia a elementos de Astronomia, Paleogeografia e Paleoclimatologia. Na verdade, a tentativa de reconstituição do paleoambiente de Peirópolis no Cretáceo Superior, acabou por produzir um farto e inédito material. Diante disso, o Prof. Valter resolveu organizar todo esse material em um livro com quatro capítulos, seguindo a mesma sequência dos assuntos e temas tratados no curso. A publicação deste livro está sendo negociada junto à editora da Universidade Federal de Uberlândia (EDUFU) e tem previsão de lançamento para o início do ano de 2012 (primeiro semestre). Além da EDUFU, existem mais três editoras (todas de São Paulo) interessadas em publicar a obra.

Por fim, o professor afirma que a produção deste livro acerca dos aspectos da Geologia Geral e Regional, bem como de aspectos da Paleontologia, Paleoclimatologia e Paleogeografia da região de Peirópolis, além de se constituir em importante colaboração para a comunidade científica, em especial a parcela que se interessa pelo estudo dessa temática, é, sobretudo, uma forma de homenagear a todos que lutaram (e lutam) pela construção e preservação do Complexo Científico do Sítio Paleontológico de Peirópolis, a exemplo do Prof. Luís Carlos Borges Ribeiro e toda sua equipe.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Curso de Geologia e Paleontologia se encerrou dia 19/11/2012 em Peirópolis/MG

Detalhe da paisagem de Peirópolis - Uberaba/MG
Prof. Valter Machado da Fonseca

O Prof. MS. Valter Machado da Fonseca, doutorando pela Universidade Federal de Uberlândia/MG – (UFU) e docente da Universidade de Uberaba (UNIUBE), idealizou e ministrou um curso de extensão em Geologia e Paleontologia, envolvendo os aspectos da bacia fossilífera do Sítio Paleontológico de Peirópolis, bairro rural da cidade de Uberaba, estado de Minas Gerais. O evento foi uma realização do curso de Engenharia Ambiental da Universidade de Uberaba, com o apoio direto do seu diretor Prof. Dr. André Fernandes. O curso recebeu ainda o importante apoio do Programa Institucional de Atividades Complementares (PIAC/Uniube).


O contexto do complexo científico do Sítio paleontológico de Peirópolis

O Sítio Paleontológico de Peirópolis constitui-se numa das principais bacias fossilíferas em pesquisa científica em tempo contínuo do mundo. É um acervo fossilífero riquíssimo em informações no campo da Geologia, Paleontologia, Paleoclimatologia e Paleogeografia da região de Peirópolis, as quais podem ser inferidas para a região de Uberaba como um todo. Esta bacia fossilífera, constitui-se num importante objeto de investigação científica que nos fornece importantes informações e indícios acerca da evolução geológica, climática e ambiental desde o período geológico do Cretáceo superior (há cerca de 60 a 70.000.000 de anos) até os dias atuais. Compreender estas transformações nos possibilita entender o processo da evolução climática, da vegetação, das bacias hidrográficas, das formações rochosas e dos aspectos da pedologia da região de Uberaba e do Triângulo Mineiro. Estas informações podem ser muito úteis para que as geociências possam planejar o uso, a gestão e o manejo corretos dos recursos naturais de Uberaba e região. Neste sentido, estas informações são de fundamental relevância para todos os setores das engenharias e demais campos do conhecimento que se interessam pelas questões geológicas, paleontológicas, climáticas e ambientais. 


Objetivos do curso   


O curso intitulado “Analisar o presente para compreender o passado: um estudo geológico, paleontológico e paleoclimático do Sítio Paleontológico de Peirópolis – Uberaba/MG” teve início no dia 24 de outubro de 2011 e terminou com uma brilhante atividade de campo no bairro rural de Peirópolis, no dia 19 de novembro de 2011. Ele teve a participação de 45 alunos (as) que esgotaram as vagas oferecidas, atingindo, dessa forma, pleno êxito. O curso possui os seguintes objetivos;


Objetivo geral:

Compreender, por intermédio de estudos comparativos do depósito fossilífero do Sítio Paleontológico de Peirópolis, o processo de evolução e transformação do ambiente e das condições paisagísticas e climáticas da região de Uberaba.

Objetivos específicos:
§  Compreender os principais aspectos que marcam a Geologia da região de Uberaba;
§  Estudar os processos de fossilização, bem como sua aplicação para a compreensão da evolução do ambiente e do clima regional;
§  Verificar, por meio de estudos da Geologia, Paleontologia, Paleogeografia e da Paleoclimatologia, os elementos e aspectos que marcaram o ambiente e o clima regionais no Cretáceo Superior (cerca de 60 a 70.000.000 de anos atrás);
§  Entender o processo de datação de rochas e estruturas geológicas;
§  Analisar e verificar as relações dos aspectos paleontológicos, paleoclimatológicos, geológicos e ambientais com os diversos campos das tecnologias.

Metodologia:
O primeiro momento, foi realizado em sala de aula da Uniube, no mês de outubro, em dois dias/semana das 17 às 19 horas, constou de aulas expositivas tradicionais.
O segundo momento, realizado no Sítio Paleontológico de Peirópolis, constou de aulas/atividades práticas no campo, em laboratório e no museu dos dinossauros. Essas atividades práticas constaram de observação direta, registro em caderneta de campo, confecção de relatórios de campo, aulas expositivas e práticas, além de registro, em vários meios das atividades realizadas.
Cronograma

Data

Conteúdo / Atividade


Tempo
1ª Semana (duas aulas)
Conceitos e aspectos básicos de Geologia geral e Geologia regional
04 horas
2ª Semana (duas aulas)
Fundamentos de Geologia e Paleontologia
04 horas
3ª Semana (duas aulas)
Paleontologia e processos de fossilização
04 horas
4ª Semana (duas aulas)
Fundamentos de Paleoclimatologia e Paleogeografia
04 horas
Sábado (última semana)
Atividades práticas no Sítio Paleontológico de Peirópolis (pontos de escavação, laboratório e museu dos dinossauros)
10 horas
Total
Aulas teóricas + Atividades práticas
26 horas

Conteúdo do curso

Para facilitar o entendimento da complexidade da temática desenvolvida, o conteúdo do curso foi dividido em quatro campos específicos do conhecimento científico, porém, sem perder a articulação entre as diversas partes, das “partes” com “o todo” e do “todo” com “as partes”.


Na primeira etapa (primeira semana de aulas) o conteúdo tratado foi “A Fundamentação Teórico-prática de Geologia geral”. Nestas aulas foram tratados os diversos aspectos da Geologia geral: constituição da Terra, sua dinâmica, processos de erosão e intemperismo, constituição litológica do planeta, ação do gelo, do vento, das chuvas, das águas de superfície, do clima, dos organismos vivos, dentre outros importantes aspectos.


Na segunda etapa (segunda semana de aulas) o conteúdo foi “Aspectos da Geologia Histórica e Estratigrafia das Bacias Sedimentares”. Nesta etapa foram estudados os principais fatores e aspectos tratados pela Geologia Histórica, como as grandes eras, os períodos e épocas geológicas, a idade da Terra, o processo de datação de rochas e estruturas geológicas. No estudo da Estratigrafia das Bacias Sedimentares foram abordados os diversos tipos de estratos (camadas) rochosos, aspectos concernentes à evolução e entalhamento do relevo terrestre, o entalhamento e evolução das bacias de drenagens, bem como as principais características das três grandes bacias sedimentares brasileiras: a do Parnaíba, a Amazônica e a Bacia do Paraná.


No terceiro momento (terceira semana do curso) o conteúdo apresentado foi “Fundamentos Básicos de Astronomia, Climatologia, Paleoclimatologia e Geologia geral: processos de evolução climática, do relevo e dos continentes”. Neste capítulo foram levantados dados de tempos pretéritos sobre a atmosfera e ambiente primitivos da Terra, a evolução das condições atmosféricas e climáticas, aspectos gerais de Astronomia como a formação das galáxias e das massas planetárias. Foram abordados conceitos e fundamentos relacionados à dinâmica interna da Terra, como o vulcanismo, e os eventos sísmicos (terremotos), além do estudo sobre a tectônica de placas, os processos de formação de montanhas (orogenia) e as características das diversas formas de relevo do mundo e, em especial do Brasil.


Por fim, na última semana, foi abordado o conteúdo “Geologia Regional, Paleontologia e Processos de fossilização: Peirópolis: do Cretáceo Superior ao século XXI”. Neste tópico foram tratados os diversos processos de fossilização, os diferentes tipos de jazigos fossilíferos, as condições essenciais para a ocorrência de fossilização, bem como os diversos tipos de fósseis até hoje encontrados e sua correlação com a evolução dos ambientes terrestres. Ainda nesta etapa estudou-se a teoria de evolução da vida e das diversas espécies de vegetais e animais. No último momento desta etapa foi feita a análise da Geologia regional de Peirópolis e os principais grupos e espécies de fósseis encontrados em Peirópolis. A partir dessa série de dados, foi perfeitamente possível reproduzir a paisagem pretérita (passada), ou seja, o paleoambiente da região de Peirópolis a cerca de 60 a 70 milhões de anos atrás.


O trabalho de Campo em Peirópolis foi a atividade de encerramento do curso


A atividade final de encerramento do curso consistiu de dez horas/aulas /atividades práticas realizada no Sítio Paleontológico de Peirópolis. A viagem para Peirópolis contou com uma para no município de Ponte Alta, onde os alunos visitaram a Cachoeira de Ponte Alta. Esta queda d’água é importante, pois, a observação de seus paredões nos fornecem informações científicas importantes sobre os dois derrames de basalto ocorridos na região, bem como acerca da formação dos sedimentos da formação Marília, nos quais são encontrados os vestígios fossilíferos de Peirópolis. Já em Peirópolis, os alunos (as) tiveram suas atividades divididas em três momentos distintos;

O primeiro momento se deu em aula de campo junto aos pontos 1 e 2 de escavação de fósseis, o segundo momento consistiu em aula no laboratório de preparação de fósseis e o terceiro momento foi a visitação ao Museu dos Dinossauros e ao galpão de exibição de réplicas da Universidade Federal do triângulo Mineiro, onde os alunos, puderam observar a mais recente descoberta: uma espécie de “Preguiça Gigante”, com idade aproximada de 4 milhões de anos (período bem mais recente do que o Cretáceo), encontrada às margens da BR 050, no trecho entre Uberaba e Uberlândia.

Considerações Parciais!   


O curso foi totalmente apostilado e, as apostilas foram elaboradas pelo Prof. Valter Machado da Fonseca e são frutos de intensa pesquisa, por ele realizada sobre o assunto. Elas terão ainda seu conteúdo aprofundado e revisado e serão transformadas em um livro que provavelmente será publicado pela Editora da Universidade Federal de Uberlândia (EDUFU) e que deverá ser lançado (em diversos momentos) no primeiro semestre do próximo ano. Novas versões do curso serão ofertadas a todos os interessados, de todas as áreas, também no próximo semestre.

Turma de alunos em trabalho de campo - ponto 1 de escavação - Peirópolis/MG

Turma de alunos em trabalho de campo - ponto 1 de escavação - Peirópolis/MG

Peças do laboratório de preparação de fósseis - Peirópolis/MG

Peças do laboratório de preparação de fósseis - Peirópolis/MG

Peças do laboratório de preparação de fósseis - Peirópolis/MG

Peças do laboratório de preparação de fósseis - Peirópolis/MG

Peças do laboratório de preparação de fósseis - Peirópolis/MG

Peças do laboratório de preparação de fósseis - Peirópolis/MG

Ossos da ponta da cauda de Titanossauro - Museu de Peirópolis/MG

Osso de Titanossauro - Museu de Peirópolis/MG

Vista do paredão do ponto 1 de escavações de fósseis (Caieira) - Peirópolis/MG

Cachoeira de Ponte Alta (detalhe do derrame de basalto)

Cachoeira de Ponte Alta (detalhe do derrame de basalto)


Réplica de Titanossauro - Peirópolis/MG

Réplica de Titanossauro - Peirópolis/MG

Simulação da eclosão de ovos de Titanossauro - Museu de Peirópolis/MG

Simulação da eclosão de ovos de Titanossauro - Museu de Peirópolis/MG

Prof. Valter M. da Fonseca e a turma de alunos em trabalho de campo - Cachoeira de Ponte Alta/MG

Uberabasaurus terrificus - Museu de Peirópolis/MG

Prof. Valter com turma de alunos em trabalho de campo - Cachoeira de Ponte Alta/MG

Uberabasaurus terrificus - Museu de Peirópolis/MG
Por fim, o Professor Valter Fonseca agradece a todo o apoio recebido;

Da Universidade de Uberaba que, por intermédio do curso de Engenharia Ambiental representado pelo seu diretor Prof. Dr. André Fernandes que prestou apoio logístico incondicional ao projeto;


Da Universidade Federal do triângulo Mineiro (UFTM), nas pessoas do Prof. Vicente e de sua assessora Mara que receberam com carinho o projeto;


Do João Ismael, estudante de Biologia da Uniube e técnico (preparador de fósseis) da equipe do Prof. Luís Carlos Borges Ribeiro do Complexo Científico de Peirópolis, pela excelente qualidade dos conhecimentos, a nós gentilmente transmitidos durante o trabalho de campo;


Do Programa Institucional de Atividades Complementares (PIAC/Uniube), na pessoa da Solange, que contribuiu de forma decisiva para o êxito do projeto e, por fim;
De todos os alunos que participaram do curso (sem eles o curso não ocorreria), bem como de todos (as) que, de uma forma ou de outra, contribuíram para o sucesso deste relevante evento científico.

O mundo ilusório da intolerância


Por Valter Machado da Fonseca*

Outro dia falávamos das pessoas que se escondem por detrás de cargos e/ou títulos para dissimular suas fraquezas, suas incapacidades, suas debilidades. E não são poucos os que agem dessa forma. Vemos por todos os cantos do Brasil pessoas que se travestem de democratas, de baluartes da plena liberdade, mas que, no fim das contas, fogem do debate franco de ideias, do diálogo aberto com o outro. Outros,  só ousam debater seus pontos de vista, na maior parte das vezes superficiais ou supérfluos, quando sentem que a plateia ou o público que o assiste é constituído de gente humilde, simples e que, infelizmente não teve a oportunidade de avançar nos estudos e possuem pouco grau de cultura e de conhecimentos. Então, quando estão diante de um público com pouca instrução se vangloriam, prometem “mundos e fundos”, falam até de coisas sobre as quais não têm nenhum domínio.
Há ainda aqueles que não deixam o outro falar pelo simples fato de sentirem medo de serem derrotados nos argumentos. Estes se acham os donos da verdade absoluta, dogmática, irrefutável. São, na grande maioria das vezes, autoritários, arrogantes e intolerantes. Não suportam serem contrariados, não suportam que discordem de seu ponto de vista, de suas ideias, de suas verdades ultrapassadas e arcaicas. A intolerância, podemos dizer que é irmã gêmea da inveja e da cobiça. Essas pessoas não suportam, sob hipótese alguma, ver o sucesso do outro. Usam de todos os recursos para menosprezar o seu semelhante, tudo pelo simples fato de serem incapazes de admitir que ele possa estar certo, possa derrotá-lo em seu ponto de vista.
E, quanta maldade o ser humano é capaz de cometer por causa da intolerância. A história já nos mostrou dezenas de vezes, massacres, chacinas e barbaridades monstruosas, fruto da intolerância humana. Aí nos cabe perguntar: qual ou quais os reais motivos da intolerância humana? Por que tanta raiva contra os negros, homossexuais, indígenas, prostitutas, mendigos? Por que tanta violência contra crianças, idosos e mulheres? Quem somos nós para julgarmos o outro? Por que nos convencemos de que a verdade está sempre conosco e nunca com o outro?
Se observarmos, na maior parte das vezes, a intolerância mora, finca residência permanente nas instituições políticas e entre os “politiqueiros de plantão”. Muitas vezes, o tal deputado, senador, vereador ou prefeito volta sua ira justamente sobre aqueles que o elegeu. Muitas vezes, o tal político ou politiqueiro é incapaz de enfrentar seus próprios eleitores, justamente porque sabe que eles podem estar com a razão. O título que ele conquistou com os votos do povo, lhe fornece autoridade para se voltar contra o próprio povo.
Pois bem! Caros (as) leitores (as)! Vivemos em uma época em que a tal intolerância não tem mais lugar neste mundo. O tempo e a era hitlerista já passaram há muitos anos. Não nos é mais possível conviver com a intolerância, ainda mais com a intolerância daqueles que não possuem nenhuma moral para criticar ou julgar absolutamente ninguém. Vivemos numa época em que é necessário que sejamos radicalmente intolerantes com a intolerância. Como diz o velho pensador, “a história é mais forte que os aparelhos”. Plagiando o grande Maiakovski, “Há de vir o tempo em que o preconceito e a intolerância não serão nada mais que simples cicatrizes na história”. E, neste tempo que há de chegar, a humanidade vai cobrar com juros, todas e quaisquer formas de intolerâncias e injustiças contra ela praticadas.  


* Escritor. Geógrafo, Mestre e doutorando em Educação pela UFU. Pesquisador das temáticas ambientais. Professor da Universidade de Uberaba (Uniube). machado04fonseca@gmail.com