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sábado, 29 de dezembro de 2012

O NTV DESEJA A TODOS (AS) UM 2013 REPLETO DE REALIZAÇÕES!

Fonte: pt.dreamstime.com
Por NTV
O ano de 2012 chega ao seu final. Espero que todos os seguidores do nosso blog Natureza, Terra e Vida (NTV) tenham vivido um excelente ano de 2012. Às vezes, nem todos têm o mesmo êxito em determinado momento. Mas, a vida é assim mesmo: alterna bons e maus momentos. Também se ela fosse constituída apenas de bons momentos, com certeza ela perderia a graça. Afinal, o que é a dita “felicidade” se não a soma de diversos momentos felizes.

A gente tem que fazer por merecer os bons momentos. É! Minha gente! Temos que plantar para colher. E, muitas vezes, mesmo plantando não conseguimos colher, pois, vêm as intempéries, a falta de chuva, as secas, etc. Assim é nossa vida, mas se não plantarmos, aí é que não colheremos mesmo. Para mim, o ano de 2012 foi muito bom. Consegui colocar em prática um monte de projetos, e já deixei mais um tanto engatilhado para 2013. Não tenho o que reclamar deste ano que se finda. 

Quero aproveitar este momento para agradecer a todos que me honraram com sua presença neste singelo blog. Afinal ele existe para espalhar ideias, produções, sonhos e devaneios. Espero contar novamente com a presença de todos (as) neste novo ano que desponta. Tentarei melhorar o blog, como nova configuração, novas mensagens e novos artigos. Espero, de alguma forma, contribuir com todos (as) que o seguem. Enfim, agradeço mais uma vez a todos que me honraram com sua visita, com seus comentários, com suas leituras. Que todos tenham um excelente ano de 2013, repleto de planos, sonhos, projetos e realizações.     

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

A RAÇA HUMANA E O PODER DO RACIOCÍNIO

Fonte: estrolabio.blogs.sapo.pt

Prof. Dr. Valter Machado da Fonseca

Pode-se observar que quando se fala de humanidade a tendência maior é voltarmos o pensamento para os grandes feitos dos homens, as batalhas homéricas, as eternas disputas por territórios, a expansão das fronteiras, o domínio de um povo sobre o outro. Quase nunca se pensa a humanidade enquanto um conjunto de seres vivos dotados da capacidade de raciocinar (aliás, é o que separa a raça humana dos demais seres vivos) e que fazem parte de um grande, vivo, frágil e complexo ecossistema chamado Terra o qual se encontra em conjugação e em equilíbrio com os demais sistemas de corpos do universo.

Quase nunca se pensa na raça humana como possuidora de raciocínio e, portanto a maior responsável por zelar pelo equilíbrio planetário e pela preservação da harmonia da energia do ecossistema terrestre. A raça humana situada no topo da cadeia alimentar deveria zelar pelos níveis tróficos inferiores, no sentido de minimizar os déficits energéticos e o desequilíbrio ambiental do planeta. O poder de raciocínio não nos foi dato a troco de nada. Não faz o mínimo sentido possuir a capacidade de adquirir, reproduzir, organizar e construir novos conhecimentos e saberes se esta capacidade se volta apenas para o indivíduo e não para o coletivo. Se esta capacidade se volta apenas para o indivíduo humano e não para o conjunto das espécies de seres vivos.

Gaia (a Terra) é um ecossistema vivo e, como tudo que é vivo, é movido por forças denominadas energia. Tudo que pulsa, que realiza atividades, que se locomove e que realiza trabalho o faz devido à energia. A própria matéria, nada mais é do que uma quantidade de energia concentrada em uma partícula física. Em suma, tudo que existe, no fim das contas, não passa de energia, de energia pura encerrada em porções de matéria. Então, podemos dizer que tudo que tem vida, o tem devido à energia.

Assim, a raça humana, embora possua o poder e o dom do raciocínio, é representada por uma porção de energia altamente produtiva e reprodutiva encerrada em um corpo físico. O nosso corpo nada mais é do que o receptáculo de uma quantidade de energia pura e que tem por função manter o metabolismo do organismo humano. Assim, o é também com os demais seres vivos (sejam eles animais ou vegetais).

E os minerais? O que eles representam?

Energia! Pura energia! Podemos verificar pelos diversos experimentos científicos, que existe uma interação plena entre os minerais e os seres vivos. Animais e vegetais não sobrevivem sem os minerais (K, Ca, P, O, N, H2O, H, Mg, dentre outros). Sem os minerais, sem os sais o nosso metabolismo simplesmente não funciona. E, quem provém os seres vivos desses minerais e sais é o grande macro organismo chamado Terra. Vocês já conseguiram conceber a ideia da vida sem a existência da água (H2O)? A água nada mais é que duas moléculas de Hidrogênio unidas por uma ligação iônica fraca (energia) a uma molécula de Oxigênio. Os minerais na verdade também são formas de energia concentradas em porções específicas da matéria. Então, novamente voltamos à energia como fonte e condição essencial para a continuidade da vida. A energia não pode ser criada e nem destruída ela apenas se transforma de uma forma em outra, ou, então se perde para o espaço indo se juntar a outras formas de energia. Nesta direção interpretativa, o nosso corpo como um simples receptáculo de energia, é finito, isto é, possui um tempo de validade. Portanto, a morte é uma certeza da qual tomamos consciência assim que percebemos nossa capacidade de raciocínio. A cada minuto que passa dá-se um passo em direção a ela. Isto é imutável, é inquestionável. Começamos a envelhecer no momento em que nascemos! Pensem sobre isto!
 
Por fim, os elementos elencados acima são fundamentais para questionarmos: Para que serve o nosso pensamento? Por que temos o poder de raciocínio? O ser humano não pode simplesmente passar pela vida. Ele não pode simplesmente ignorar o planeta que o mantém vivo. Se possuímos a capacidade de, a partir dos elementos da natureza, produzir novos conhecimentos, tecnologias, ferramentas, utensílios, estes não podem ser utilizados contra a Terra. O poder de raciocínio só terá sentido se utilizado para fortalecer os elos que mantém o equilíbrio energético da Terra, o que em última instância significa dizer que o raciocínio só tem sentido se colocado a serviço da manutenção do ciclo de energia que mantém a vida em todas suas formas em Gaia. Então, meus amigos e minhas amigas, a única certeza que podemos ter é que a raça humana torna-se microscópica diante da vasta imensidão do universo em constante expansão. Nosso corpo é um receptáculo finito de energia que um dia (num tempo brevíssimo) se transformará em pó e a energia que o mantivera vivo se juntará a outras formas de energia dando continuidade ao “Ciclo da Vida” neste imenso universo em franca expansão, como nos ensinou o extraordinário Albert Einstein.

GAIA - O PLANETA VIVO

Fonte: comunidadebancodoplaneta.com.br
James E. Lovelock

Novas evidências científicas mostram, a cada dia, que de fato a Terra é um superorganismo, dotado de auto-regulação. Como partes desses sistemas, porém, temos responsabilidade individual em mantê-la viva e saudável para as futuras gerações.

A idéia de que a Terra é viva pode ser tão velha quanto a humanidade. Os antigos gregos deram-lhe o poderoso nome de Gaia e tinham-na por deusa. Antes do século 19, até mesmo os cientistas sentiam-se confortáveis com a noção de uma Terra viva. Segundo o historiador D. B. McIntyre (1963), James Hutton, normalmente conhecido como o pai da geologia, disse numa palestra para a Sociedade Real de Edimburgo na década de 1790 que considerava a Terra um superorganismo e que seu estudo apropriado seria através da fisiologia. Hutton foi mais adiante e fez a analogia entre a circulação do sangue, descoberta por Harvey, e a circulação dos elementos nutrientes da Terra, e a forma como o sol destila água dos oceanos para que torne a cair como chuva e refresque a terra.

Essa visão holística de nosso planeta não persistiu no século seguinte. A ciência estava se desenvolvendo rapidamente e logo se fragmentou numa coletânea de profissões quase independentes. Tornou-se província do especialista, e pouco de bom se podia dizer acerca do raciocínio interdisciplinar. Não se podia fugir de tal introspecção. Havia tanta informação a ser coletada e selecionada! Compreender o mundo era tarefa tão difícil quanto montar um quebra-cabeça do tamanho do planeta. Era difícil demais perder a noção da figura enquanto se procurava e separava as peças.

Quando, há alguns anos, vimos as fotografias da Terra tiradas do espaço, tivemos um vislumbre do que estávamos tentando modelar. Aquela visão de estonteante beleza; aquela esfera salpicada de azul e branco mexeu com todos nós, não importa que agora seja apenas um clichê visual. A noção de realidade de compararmos a imagem mental que temos do mundo com aquela que percebemos através de nossos sentidos. É por isso que a visão que os astronautas tiveram da Terra foi tão perturbadora. Mostrou-nos a que distância estávamos afastados da realidade.

A Terra também foi vista do espaço pelos olhos mais discernentes dos instrumentos, e foi esta ótica que confirmou a visão que James Hutton teve de um planeta vivo. Vista à luz infravermelha, a Terra é uma anomalia estranha e maravilhosa entre os outros planetas do Sistema Solar. Nossa atmosfera, o ar que respiramos mostrou-se escandalosamente fora de equilíbrio, quimicamente falando. É como a mistura de gases que penetra no coletor de um motor de combustão interna, ou seja, hidrocarbonetos e oxigênio misturados, enquanto nossos parceiros mortos Marte e Vênus têm atmosferas de gases exauridos por combustão.

A composição inortodoxa da atmosfera emite um sinal tão forte na faixa infravermelha que poderá ser reconhecido por uma espaçonave a grande distância do Sistema Solar. As informações que ele transporta são evidência à primeira vista da presença da vida. Porém, mais do que isso, se a atmosfera instável da Terra foi capaz de persistir e não se tratava de um evento casual, então isto significaria que o planeta está vivo - pelo menos até o ponto em que compartilha com outros organismos vivos a maravilhosa propriedade da homeostase, a capacidade de controlar sua composição química e se manter bem quando o ambiente externo está mudando.

Quando, baseado nessa evidência, eu trouxe novamente à baila a visão de que nos encontrávamos sobre um superorganismo - e não uma mera bola de pedra -, o argumento não foi bem recebido. Muitos cientistas o ignoraram ou criticaram sobre a base de que não era necessário explicar os fatos da Terra. Conforme disse o geólogo H. D. Holland: "Vivemos numa Terra que é o melhor dos mundos somente para aqueles que estão bem adaptados ao seu estado vigente". O biólogo Ford Doolittle (1981) disse que para manter a Terra em estado constante favorável à vida precisaríamos prever e planejar, e que nenhum estado desse tipo conseguiria evoluir através da seleção natural. Em suma, disseram os cientistas, a idéia era teleológica e intestável. Dois cientistas, entretanto, pensaram de forma diferente; um deles foi a eminente bióloga Lynn Margulis e o outro o geoquímico Lars Sillen. Lynn Margulis foi minha primeira colaboradora (Margulis e Lovelock, 1974). Lars Sillen morreu antes que houvesse uma oportunidade. Foi o romancista William Golding (comunicação pessoal, 1970) quem sugeriu usar o poderoso nome Gaia para a hipótese que supunha estar viva a Terra.

Nos últimos 10 anos, tais críticas foram rebatidas - por um lado devido a novas evidências e por outro devido a um simples modelo matemático chamado Daisy World. Nele, o crescimento competitivo de plantas de coloração clara e outras de coloração escura em um mundo mágico mostra-se mantenedor do clima planetário constante e confortável face à grande mudança na emissão de calor da estrela do planeta. O modelo é bastante homeostático e pode resistir a grandes perturbações não apenas na emissão de calor como também na população vegetal. Ele se comporta como um organismo vivo, mas não são necessárias previsões ou planejamentos para sua operação.

As teorias científicas não são julgadas tanto por estarem certas ou erradas quanto o são pelo valor de suas previsões. A teoria de Gaia já se mostrou tão frutífera nestes termos que por ora pouco importaria se estivesse errada. Um exemplo, tirado dentre tantas previsões, foi a sugestão de que o composto sulfeto de dimetilo seria sintetizado por organismos marinhos em larga escala para servir de portador natural de enxofre do oceano para a terra. Sabia-se na época que alguns elementos essenciais à vida, como o enxofre, eram abundantes nos oceanos, mas encontravam-se em processo de exaustão em pontos da superfície da Terra. Segundo a teoria de Gaia, seria necessário um portador natural, e foi previsto o sulfeto de dimetilo. Agora sabemos que este composto é de fato o portador natural do enxofre, mas, na ocasião em que a previsão foi feita, buscar um composto tão incomum assim no ar e no mar teria ido de encontro à sabedoria convencional. É improvável que tivessem ido buscar sua presença não fosse pelo estímulo da teoria de Gaia.

A teoria de Gaia vê a biota e as rochas, o ar e os oceanos como existência de uma entidade fortemente conjugada. Sua evolução é um processo único, e não vários processos separados estudados em diferentes prédios de universidades. Ela tem um significado profundo para a biologia. Afeta até a grande visão de Darwin, pois talvez não seja mais suficiente dizer que os indivíduos que deixarem a maior prole terão êxito. Será necessário acrescentar a cláusula de que podem conseguir contanto que não afetam adversamente o meio ambiente.

A teoria de Gaia também amplia a ecologia teórica. Colocando-se as espécies e o meio ambiente juntos, algo que nenhum ecologista teórico fez, a instabilidade matemática clássica de modelos de biologia populacional está curada.

Pela primeira vez temos, a partir desses modelos novos, modelos geofisiológicos, uma justificativa teórica para a diversidade, para a riqueza rousseauniana de uma floresta tropical úmida, para o emaranhado banco darwiniano. Esses novos modelos ecológicos demonstram que, à medida que aumenta a diversidade, também aumentam a estabilidade e a resiliência. Agora podemos racionalizar a repugnância que sentimos pelos excessos dos negócios agrícolas. Finalmente temos uma razão para nossa ira contra a eliminação insensata de espécies e uma resposta para aqueles que dizem tratar-se de um mero sentimentalismo.

Não precisamos mais justificar a existência de florestas tropicais úmidas sobre as bases precárias de que elas podem conter plantas com drogas capazes de curar doenças humanas. A teoria de Gaia nos força a ver que elas oferecem muito mais que isso. Dada sua capacidade de evapotranspirar enormes volumes de vapor d'água, elas servem para refrescar o planeta propiciando-lhe a proteção solar de nuvens brancas refletoras. Sua substituição por lavoura poderia precipitar um desastre em escala global.

Um sistema geofisiológico sempre começa com a ação de um organismo individual. Se esta ação for localmente benéfica para o meio ambiente, ela então poderá se difundir até que acabe resultando um altruísmo global. Gaia sempre opera assim para atingir seu altruísmo. Não há previsão ou planejamento envolvido. O inverso também é verdadeiro, e qualquer espécie que afete o meio ambiente desfavoravelmente está sentenciada, mas a vida continua. Será que isto se aplica aos seres humanos agora? Estaremos fadados a precipitar uma mudança do atual estado confortável da Terra para um quase certamente desfavorável para nós porém confortável para a biosfera de nossos sucessores? Por sermos conscientes, há alternativas, tanto boas quanto más. Por certos caminhos, o pior destino que nos aguarda é sermos alistados como os médicos e as enfermeiras de um planeta geriátrico com a infindável e intangível tarefa de buscar eternamente tecnologias capazes de mantê-lo adequado ao nosso tipo de vida - algo que até bem pouco tempo atrás recebíamos gratuitamente por sermos uma parte de Gaia.

A filosofia de Gaia não é humanista. Mas, sendo avô de oito netos, eu preciso ser otimista. Vejo o mundo como um organismo vivo do qual somos parte; não os donos, não os inquilinos, sequer os passageiros. Explorar esse mundo na escala que fazemos seria tão tolo quanto considerar supremo o cérebro e dispensáveis as células de minerar nosso fígado em busca de nutrientes para algum benefício de curta duração?

Por sermos habitantes de cidades, ficamos obcecados pelos problemas humanos. Até mesmo os ambientalistas parecem mais preocupados com a perda de um ano de expectativa de vida devido ao câncer do que com a degradação do mundo natural através do desmatamento ou dos gases do efeito estufa - algo que poderia causar a morte de nossos netos. Estamos tão alienados do mundo da natureza que poucos somos os que conhecemos os nomes das flores e dos insetos selvagens das localidades onde vivemos ou percebemos a rapidez de sua extinção.

Gaia funciona a partir do ato de um organismo individual que se desenvolve até o altruísmo global. Envolve ação em nível pessoal. Você bem pode perguntar: "E o que posso fazer?" Quando procuro agir pessoalmente em favor de Gaia através da moderação, acho útil pensar em três elementos mortais: combustão, gado e motosserra. Devem existir muitos outros.

Uma coisa que você pode fazer, e isto não passa de um exemplo, é comer menos carne de boi. Agindo assim, e se os médicos estiverem certos, você poderá estar fazendo um bem a si próprio; ao mesmo tempo, poderá estar reduzindo as pressões sobre as florestas dos trópicos úmidos. Ser egoísta é humano e natural. Mas se preferirmos ser egoístas no caminho correto, então a vida pode ser rica e ainda assim consistente com um mundo adequado para os nossos netos, bem como para os netos de nossos parceiros em Gaia.

(O texto aqui apresentado constitui um excerto do capítulo 56 do livro Biodiversidade, organizado por E. O. Wilson. Lançada recentemente no Brasil pela Editora Nova Fronteira, a obra reúne artigos apresentados no Fórum Nacional Sobre Biodiversidade, realizado em Washington no ano de 1986 e que reuniu alguns dos maiores especialistas mundiais ligados à questão da biodiversidade. A tradução é de Marcos Santos e Ricardo Silveira). Disponível em: http://www.ufpa.br/permacultura/gaia.htm . Acesso em: 26 de dezembro de 2012.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

PROFECIAS DO “FIM DO MUNDO”: AS FONTES DA CHARLATANICE!

Fonte: ricardo-ufologia-omistriodesvendado.blogspot.com
Prof. Dr. Valter Machado da Fonseca*

Tem sido quase que uma constante as dezenas de profecias sobre diversas teorias e elucubrações sobre o “Fim do Mundo”, “Fim dos Tempos” ou “Fim da Humanidade”. Quase sempre estas aberrações pseudofilosóficas surgem do nada, da vontade de charlatães e falsos líderes religiosos que em nome de uma força do sobrenatural, de uma instância suprema resolvem decretar o fim do planeta. É impressionante como estes boatos grosseiros e sem nenhuma base de sustentação, se alastram como rastilho de pólvora contaminando grandes contingentes da população menos esclarecida, porém constituída de gente de humilde e de boa fé.

Aliás, por detrás destas falcatruas existem verdadeiras indústrias midiáticas que sobrevivem e se espalham pelo mundo afora, ganhando dinheiro por intermédio da boa fé do nosso povo, principalmente de sua parcela mais humilde e mais carente. A última manifestação dessas charlatanices absurdas se deu agora no final de 2012 e que apontava o dia 21 de dezembro de 2012 como a data do “Fim do Mundo”. Esta tentativa de banalização da ciência segundo as seitas e crendices de charlatães medíocres tinha por embasamento o calendário Maia, civilização milenar que estendeu-se por toda a península mexicana de Iucatã e zonas do que hoje é a Guatemala, Honduras, El Salvador e Belize. A própria mídia (escrita falada e televisada) auxiliou na divulgação e proliferação destas crendices absurdas que visam, no fim das contas, ganhar dinheiro utilizando-se da boa fé de pessoas humildes e pobres. É notório que tais práticas, assim como outras modalidades de crimes contra a população, tratam-se de enganações abertas, de fraudes dos fatos e acontecimentos cientificamente comprovados e de abuso contra os povos e a gente de bem de nosso planeta e, portanto, são cabíveis de punição. Basta interpretar corretamente os artigos do Código Civil.

Mas, o mundo está, de fato, prestes a acabar. Mas o que está para findar é a própria humanidade. Não pelo fim do planeta como querem fazer crer os embusteiros de plantão. Mas, o próprio ser humano está pondo fim à sua própria existência neste planeta. A própria humanidade está decretando seu fim, a partir do momento em que ataca as condições mínimas de vida neste planeta: ao lançar altas cargas poluentes para a atmosfera, ao poluir as águas potáveis, os solos e as fontes de alimento. Neste sentido, a humanidade está transformando o grande ecossistema planetário num lugar impróprio à sobrevivência do homo sapiens e de milhares de espécies de seres vivos (vegetais e animais). Assim, só os organismos mais fortes sobreviverão. Os fracos e frágeis perecerão. Há que se considerar, acima de tudo, que a espécie humana, apesar de se apresentar acima do conjunto das demais espécies de seres vivos, mesmo com toda a tecnologia que ela desenvolveu, pode ser considerada, com toda a certeza e sem medo de errar, a mais frágil diante todas as espécies de seres vivos.

Assim, realmente o tão propalado “Fim da Humanidade” está próximo diante da própria irracionalidade do ser humano. Irracionalidade que ele próprio denomina de racionalismo. Nesta direção, o extermínio da raça humana da face da Terra será um favor ao próprio planeta azul, pois ele irá se livrar da forma mais dolorosa possível do vírus da prepotência humana que tanto tem prejudicado o planeta, levando-o de forma altamente danosa ao estado febril, sintoma de que o vírus da prepotência humana é uma doença letal que pode exterminar a humanidade e levar o conjunto dos seres vivos ao estado de degenerescência última, sem retorno. Este sim! Este é o verdadeiro caminho para o “FIM DA HUMANIDADE”, fato que a mídia não divulga e jamais divulgará.  



* Escritor. Geógrafo, Mestre e Doutor pela UFU. Professor e pesquisador da Universidade de Uberaba (UNIUBE). machado04fonseca@gmail.com