As
reuniões internacionais do IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change) têm
sido marcadas pelo debate acerca da interferência ou não das ações antrópicas
sobre as mudanças climáticas em curso no atual período da humanidade. Aqui não
se trata de demarcar uma posição política sobre tal questão, mas, sobretudo, de
analisar o fenômeno das transformações e alterações climáticas à luz das
diversas variáveis que, por ventura, tenha interferência nos eventos climáticos
mundiais, que tanto tem angustiado a humanidade e a ciência nos tempos d’agora.
Observa-se
que esta discussão serve como um grande divisor de águas em torno das grandes
questões climáticas, que mobiliza a ciência e a humanidade nos tempos
presentes. Mas, a resposta que precisa ser dada é uma responsabilidade e um
grande desafio para a ciência moderna e ela não pode se eximir de tal
responsabilidade. É preciso analisar os limites dos ecossistemas, seu déficit
energético em função da grande quantidade de atividades humanas, as quais são
amparadas por fortes tecnologias que não levam em conta estes limites. Na
verdade, quando falamos de energia dos ecossistemas, é necessário que levemos
em consideração que existe um limite energético para a realização de atividades
antropogênicas em seu interior. É preciso que percebamos que os diversos
ecossistemas que compõe o “todo” planetário possuem conexões e interligações
que os mantêm unificados para a formação desta totalidade denominada “Planeta
Terra”.
Para
que se percebam estas ligações fundamentais em níveis de energia (que vai desde
as partículas elementares, até as estruturas macroscópicas) nos diversos níveis
de funcionamento dos ecossistemas é fundamental que o pesquisador se valha de
uma visão periférica e ao mesmo tempo particularizadora tanto das partes, das
conexões entre elas, bem como da totalidade por elas formada (a Terra e o
universo em seu redor). É preciso compreender que os níveis de energia se
estabelecem desde os níveis moleculares, atômicos (e até mesmo nas partículas
subatômicas) até os níveis macroscópicos da constituição dos corpos celestes no
universo.
Compreender
esta dinâmica demanda o deciframento dos elementos que interagem entre si para
formar as conexões entre os diversos ecossistemas que compõem a unidade
planetária. Perceber esta dinâmica reclama um olhar astuto dos diversos níveis
energéticos existentes no interior dos ecossistemas, bem como seu comportamento
quando pressionados por forças físicas, químicas e/ou biológicas em suas
estruturas internas. Então, compreender a dinâmica dos ecossistemas que compõem
esta totalidade planetária requer o estudo do comportamento energético das
partículas elementares que compõem as estruturas e macroestruturas, bem como do
fluxo energético que as unificam.
Felizmente, a mesma ciência que cravou sua marca no atual período histórico por produzir diversas aberrações, também produziu conhecimentos importantes que se bem usados, poderão fornecer importantes informações para a leitura correta dos ecossistemas terrestres, suas conexões e seu comportamento diante do desequilíbrio energético provocado por tecnologias descompensatórias e irresponsáveis. Assim, compreender a dinâmica dos ecossistemas pode apontar as respostas que as discussões acerca das alterações climáticas tanto reclamam.
* Escritor. Geógrafo, Mestre e Doutor pela
Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
Pesquisador e professor da Universidade de Uberaba (UNIUBE). machado04fonseca@gmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário