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sábado, 27 de abril de 2013

A DINÂMICA DOS ECOSSISTEMAS

Foto: Prof. Dr. Valter Machado da Fonseca                                         Fonte: Arquivo pessoal Prof. Valter (2013)


                                                                                   Prof. Dr. Valter Machado da Fonseca*


As reuniões internacionais do IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change) têm sido marcadas pelo debate acerca da interferência ou não das ações antrópicas sobre as mudanças climáticas em curso no atual período da humanidade. Aqui não se trata de demarcar uma posição política sobre tal questão, mas, sobretudo, de analisar o fenômeno das transformações e alterações climáticas à luz das diversas variáveis que, por ventura, tenha interferência nos eventos climáticos mundiais, que tanto tem angustiado a humanidade e a ciência nos tempos d’agora.

Observa-se que esta discussão serve como um grande divisor de águas em torno das grandes questões climáticas, que mobiliza a ciência e a humanidade nos tempos presentes. Mas, a resposta que precisa ser dada é uma responsabilidade e um grande desafio para a ciência moderna e ela não pode se eximir de tal responsabilidade. É preciso analisar os limites dos ecossistemas, seu déficit energético em função da grande quantidade de atividades humanas, as quais são amparadas por fortes tecnologias que não levam em conta estes limites. Na verdade, quando falamos de energia dos ecossistemas, é necessário que levemos em consideração que existe um limite energético para a realização de atividades antropogênicas em seu interior. É preciso que percebamos que os diversos ecossistemas que compõe o “todo” planetário possuem conexões e interligações que os mantêm unificados para a formação desta totalidade denominada “Planeta Terra”.

Para que se percebam estas ligações fundamentais em níveis de energia (que vai desde as partículas elementares, até as estruturas macroscópicas) nos diversos níveis de funcionamento dos ecossistemas é fundamental que o pesquisador se valha de uma visão periférica e ao mesmo tempo particularizadora tanto das partes, das conexões entre elas, bem como da totalidade por elas formada (a Terra e o universo em seu redor). É preciso compreender que os níveis de energia se estabelecem desde os níveis moleculares, atômicos (e até mesmo nas partículas subatômicas) até os níveis macroscópicos da constituição dos corpos celestes no universo. 

Compreender esta dinâmica demanda o deciframento dos elementos que interagem entre si para formar as conexões entre os diversos ecossistemas que compõem a unidade planetária. Perceber esta dinâmica reclama um olhar astuto dos diversos níveis energéticos existentes no interior dos ecossistemas, bem como seu comportamento quando pressionados por forças físicas, químicas e/ou biológicas em suas estruturas internas. Então, compreender a dinâmica dos ecossistemas que compõem esta totalidade planetária requer o estudo do comportamento energético das partículas elementares que compõem as estruturas e macroestruturas, bem como do fluxo energético que as unificam.

Felizmente, a mesma ciência que cravou sua marca no atual período histórico por produzir diversas aberrações, também produziu conhecimentos importantes que se bem usados, poderão fornecer importantes informações para a leitura correta dos ecossistemas terrestres, suas conexões e seu comportamento diante do desequilíbrio energético provocado por tecnologias descompensatórias e irresponsáveis. Assim, compreender a dinâmica dos ecossistemas pode apontar as respostas que as discussões acerca das alterações climáticas tanto reclamam.


* Escritor. Geógrafo, Mestre e Doutor pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU).  Pesquisador e professor da Universidade de Uberaba (UNIUBE). machado04fonseca@gmail.com

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