Fonte: contrapauta.com (2016) |
Prof.
Dr. Valter Machado da Fonseca
Há
poucos dias me peguei a pensar nos tempos antigos. É interessante como a vida
há menos de cinco décadas atrás era muito mais simples. Os projetos de
felicidade passavam pelas coisas singelas tais como uma boa conversa, um jogo
de truco com os amigos, uma boa pescaria, uma pelada de futebol. A gente tinha
tempo para conversar; no almoço, especialmente aos domingos, sentavam todos à
mesa e o papo girava sobre os acontecimentos corriqueiros da semana ou de
tarefas simples da semana seguinte. Parece que a força do dinheiro era
minimizada pela importância da simplicidade e das boas coisas da vida.
Em
contrapartida, os tempos modernos, marcados pelo “caos” urbano das grandes e
médias cidades brasileiras, tornaram as pessoas mais máquinas e menos humanas.
Já não se tem mais tempo para um bom papo, as pessoas estão sempre correndo,
sem sequer saber o porquê. O aparelho celular é mais importante que o contato
real, corpo a corpo. Não se tem mais tempo e nem justificativa para um almoço
coletivo aos domingos, para uma boa pescaria, para o jogo de truco (é lógico
que existem exceções).
O
nosso cérebro recebe milhões de informações por hora e sequer temos tempo de
processá-las. Somos bombardeados o tempo todo pela mídia que constrói sua
verdade a qual nos empurram goela abaixo, como se fosse a nossa verdade. Pois
bem, meus caros amigos! Não sabemos onde tudo isso irá nos levar. Mas, a
verdade é que, vez em quando, bate uma baita saudade dos tempos da simplicidade
e dos tempos em que os homens eram um pouquinho mais humanos. Até quando
seremos apenas máquinas e abriremos mãos de nossos projetos de seres
humanos?