Foto mandada pelo módulo Philae. Foto: ESA/Rosetta/Philae/CIVA (2014)
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Por NTV
Pela
primeira vez, o homem conseguiu pousar um robô em um cometa, em uma missão que
durou mais de dez anos e que tem o objetivo de estudar esse corpo celeste.
Dados enviados pelo módulo Philae e rebatidos à Terra pela sonda Rosetta,
responsável por levar o equipamento ao cometa, confirmaram no início da tarde
desta quarta-feira (12) o feito inédito na ciência.
A Agência Espacial Europeia, ESA, recebeu
a confirmação às 14h03 de que o módulo espacial Philae tocou o solo do cometa
67P/Churyumov-Gerasimenko, uma massa imensa com superfície composta de gelo e
poeira. "Estamos sentados na superfície. Estamos no cometa", disse
Paolo Ferri, um dos líderes da missão Rosetta, depois de confirmar o
funcionamento da transmissão do sinal. A chegada ocorreu 28 minutos e 20
segundos antes, já que existe um intervalo entre a emissão do sinal da Rosetta
e a recepção dele na Terra - tempo chamado pelos cientistas de "minutos de
terror".
De acordo com a ESA, após análise da
telemetria, verificou-se que o toque na superfície do cometa não aconteceu
conforme o planejado, já que os arpões, que fixariam o módulo no cometa, não
dispararam em um primeiro momento. Os pesquisadores analisam o que podem fazer
para reverter o problema. "Temos indicações de que os ganchos não foram
ativados, o que significaria que estamos pousados em material solto e que não
estamos presos ao solo", declarou Stephan Ulamec, responsável pela missão
de aterrissagem do Philae. "Precisamos analisar a situação",
acrescentou.
Qual o objetivo?
Compostos químicos, gases e muita
poeira presentes no cometa podem conter respostas sobre a formação dos planetas
do Sistema Solar. Além disso, apontariam aos cientistas uma direção para
descobrir como a vida surgiu, no estágio em que a conhecemos.
Uma das teorias sobre o início da
vida na Terra sugere que os primeiros ingredientes da chamada "sopa
orgânica" vieram de um cometa, considerados alguns dos corpos celestes
mais antigos do Sistema Solar.
Passo a passo
A separação do módulo, a 22 Km do cometa, ocorreu às
07h03 de Brasília. O Philae levou cerca de sete horas para aterrissar.
Ao longo desta manhã, os pesquisadores sediados em Darmstadt, na Alemanha, e em
vários outros países da Europa que cooperam com a agência, acompanharam cada
passo do processo de descida. Depois da liberação da sonda, outras etapas
importantes foram concluídas com sucesso. Entre elas, o reestabelecimento da
comunicação entre a Terra e o robô, e o acionamento do trem de pouso do módulo.
Nova etapa de
exploração
Após
a aterrisagem, uma nova etapa da missão Rosetta se inicia. Câmeras de alta
resolução devem fornecer panorâmicas do ponto de pouso, chamado pelos
cientistas de Agilkia, e dez outros equipamentos de pesquisa colherão dados
sobre a estrutura interna do cometa. O módulo Philae vai perfurar o
67P/Churyumov-Gerasimenko para colher amostras, que serão analisadas remotamente.
O robô vai ainda medir seu núcleo. Esses dados vão para a sonda e serão
rebatidos para a Terra. O robô terá 64 horas de bateria para fazer tudo isso. É
possível recarregá-las, já que os cientistas da ESA instalaram equipamentos que
permitem o recarregamento pela luz solar, mas isso vai depender da claridade
existente na região da aterrisagem.
Disponível em: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2014/11/robo-liberado-por-sonda-rosetta-pousa-em-cometa-confirma-agencia.html
Acesso em 13 de novembro de 2014.
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