Foto: Tragédia de Mariana/MG (2015) Fonte: Estado de Minas (2015) |
Prof.
Dr. Valter Machado da Fonseca
A tragédia de Mariana (MG) nos
serve para que façamos importantes reflexões acerca do campo das Ciências
Ambientais, em especial, da Engenharia Ambiental. Frequentemente, presenciamos
em nosso dia a dia, uma angústia por parte de diversos alunos da Engenharia
Ambiental sobre o campo de trabalho, sobre a profissão da área ambiental, tais
como, é uma profissão nova ou o mercado de trabalho é restrito, dentre outras
angústias e inquietudes.
Porém, ao mesmo tempo,
verificamos o forte impacto socioambiental sobre a sociedade e o conjunto dos
recursos naturais, por falta de planejamento de setores que aplicam tecnologias
incorretas em casos e lugares incorretos. Aí, nesses momentos, nesses casos,
vemos a essencialidade e a centralidade do trabalho do Engenheiro Ambiental,
especialmente em tempos que para muitos interessam apenas a quantidade dos
produtos postos no mercado, em detrimento de sua qualidade e das ações de
planejamento que essa qualidade requer por parte dos setores responsáveis pela
cadeia produtiva de bens e serviços.
Cabe, portanto, à Engenharia
Ambiental tirar as lições dos próprios fundamentos que a natureza nos brinda.
Enquanto setores inteiros da ciência se preocupam em criar pequenas inovações,
visando ao aumento quantitativo da produção, existem lacunas inteiras que
precisam ser preenchidas por profissionais compromissados com a qualidade dos
serviços prestados, com ações simples de prevenção de riscos e ou minimização
de impactos que até poderiam ser evitados se os profissionais se preocupassem
com o termo “Planejamento sócio/urbano/ambiental”.
Então, percebe-se que o campo da
Engenharia Ambiental cresce e se alarga, assume mais centralidade, na medida em
que ações descompensatórias e irresponsáveis são descarregadas obre a natureza
e seus recursos. Cabe aos profissionais do campo da Engenharia Ambiental
mostrar seu diferencial, apontando soluções embasadas em ações simples e
mitigadoras dos graves problemas que a sociedade moderna tanto reclama. Pois,
afinal de contas, a complexidade ambiental e constituída da interconexão e
encadeamento de elementos extremamente simples e singulares. Portanto, a
palavra de ordem é prevenir, por intermédio de estudos sérios de avaliação de
impactos socioambientais das ações produzidas pela ciência sobre os recursos
naturais. Se esta lógica preventiva estivesse na centralidade do planejamento
das ações da tecnologia humana, possivelmente tragédias como a de Mariana (MG)
poderiam ser evitadas e, consequentemente, vidas humanas seriam poupadas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário