Fonte: maniadaroça (2015) |
Prof. Dr. Valter Machado da
Fonseca
Quem pertence às gerações mais
novas, com certeza não se recordará dos carros de bois. Porém, me lembro
perfeitamente deles, sua imagem povoa as recordações de minha infância. Geralmente
eram puxados por duas duplas de bois. Quando passavam seu rangido soava como um
lamento, ou um ruído de esperança da boa safra, das trocas de mercadorias na
cidade. Levava a safra e trazia o sal, o açúcar, o macarrão!
Como eram bons aqueles tempos,
onde a criançada corria atrás dos carros de bois como se saudassem a colheita,
a esperança do povo da roça, da labuta do dia a dia, características da vida
rústica que marcava a lida no campo. O seu rangido podia significar esperança, recompensa
pelo trabalho na roça ou, mais simplesmente a alegria de uma boa colheita.
Assim, como esta lembrança se faz
presente num breve piscar de olhos, foi também num rápido e brusco piscar de
olhos que chegaram as novas tecnologias dos transportes e da informação. Do
velho carro de boi só resta a memória. Lembrança dos tempos idos, dos férteis
tempos de outrora, que deixou saudades nos corações de quem os viveram. Dos
velhos carros de bois só restaram a saudade de seu rangido triste recolhido em
algum canto de nosso coração.
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