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| Foto: Novo tempo.com (2016) |
Prof. Dr. Valter Machado da Fonseca
O trabalho é fundamental para a
construção da essência humana, é uma ferramenta fundamental para a demonstração
da criatividade e inventividade do homem diante de si mesmo e da natureza. Porém,
ele só tem sentido se é uma atividade livre, onde o homem possa mostrar todo
seu potencial criativo, então o trabalho só é significativo fora da alienação,
ou seja, ele é um instrumento de libertação quando o homem consegue contemplar
a si mesmo no produto de seu próprio trabalho.
Então, as artes em geral, como uma das
formas mais significativas de trabalho: a música, a pintura, a escultura, a
dança, o teatro, a literatura, a poesia, fora da alienação, talvez sejam os
instrumentos mais importantes para a superação da própria alienação. Pois, nas
artes o homem pode mostrar todo seu potencial criativo, pode nos convidar para
viagens espetaculares para além da exploração do homem pelo próprio homem, pode
nos convidar a ver o mundo das coisas e o mundo dos homens com outros olhares,
múltiplos olhares. Aqui, sob o prisma da não-alienação, falamos das artes que
libertam o ser humano, que tiram dele a mordaça imposta pela força da
exploração capitalista. Por intermédio delas podemos contemplar outros modelos
de vida, de homem, de natureza e de mundo.
Por ser instrumento de libertação ela (a
arte) é considerada perigosa pelos opressores, pois ela pode apontar novos
caminhos, inclusive o caminho da superação da alienação essencial ao capital.
Aponta o caminho da libertação humana diante da opressão. Por isso, o combate acirrado à cultura e a
todas as formas de manifestações artísticas. Por isso, ela é quase que banida
dos currículos escolares, colocada em segundo plano, pois, por meio dela se dá
a construção da identidade de um povo, de uma nação. E, um povo que conhece sua
própria identidade cultural, que reconhece na arte um poderoso instrumento de
superação da alienação e exploração é um povo que não se deixa vergar
facilmente, portanto, muito mais difícil de se deixar manipular por interesses
espúrios. Então, lutar pela manutenção e fortalecimento das artes e da cultura
de um povo é um dos caminhos sublimes da luta contra a exploração e todas as
formas de dominação.
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