Fonte: virta.inf.br |
Valter Machado da Fonseca
Repare
como você está cansado, chateado
Repare
ao redor, veja como ar está pesado
Repare
no amor, sinta no fundo sua dor
Repare
na vida, na alegria plena da liberdade
Repare
no velho, veja como o tempo o maltratou
Repare
o que você fez, como o sonho se acabou
Sinta
a paz, sinta o cheiro de pavor
Sinta
o carinho, a ternura sem rancor
Sinta
a luz que ilumina o quarto escuro
Sinta
o ar parado, o homem cego atrás do muro
Sinta
o sentimento, a brisa fresca do fim do dia
Sinta
o desespero, o canto triste da agonia.
Veja
a proposta inacabada, do velho camarada
Veja
as manchetes dos jornais, que condenam os marginais
Veja
a onda de calor que salta dos olhos do infrator
Veja
a multidão em romaria, vão em busca de esperança
Veja
a moça triste na janela a espera do amante
Veja
a seca na caatinga que apressa o retirante
Olhe
para o alto, a presença, o grito, o lamento
Olhe
para baixo, o fundo do poço, o vazio, o tormento
Olhe
para o lado, tem alguém que repara
Olhe
adiante, sinta a distância que nos separa,
Sinta,
veja, olhe, repare... vá em frente, nunca pare
Cansado,
chateado, condenado, desesperado..., nunca pare
No
alto, em baixo, ao lado..., sempre tem alguém
Com
esperança, com amor, com sentimento, em romaria
Agora,
reflita, feche os olhos... pense no sonho acabado
Lembre-se
da amante, da moça triste na janela
Fuja
da seca, se apresse, acompanhe o retirante
Na
distância que separa sempre tem alguém que te repara
Do
fundo do poço, de trás do muro, saia, se levante
Na
multidão em romaria, sempre tem alguém que segue adiante!
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