Prof. Dr. Valter Machado da Fonseca (2011) Fonte: arquivo pessoal (2013) |
Prof. Dr. Valter
Machado da Fonseca*
Há
poucos dias atrás, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (CAPES) fez veicular na Internet uma nota contra uma possível lei
federal que eximiria os candidatos a professores nas universidades da titulação
(mestrado e doutorado) para a docência na Educação Superior (graduação). Isto significaria
dizer que bastaria o diploma de graduação para que o profissional pudesse
exercer a profissão docente nas universidades públicas brasileiras. Hoje
(21/05/2013), no principal jornal da TV brasileira, outra notícia também foi
destaque: segundo o telejornal, haverá uma expansão, nunca dantes vista, do
número de vagas para o ingresso na universidade pública brasileira, em função
do processo de cotas estabelecido pelo governo federal. Aí, ficamos
escandalizados com tais afirmações e indagamos: para onde caminha a universidade
pública brasileira? Com certeza caminha totalmente na contramão da tendência
das maiores e melhores universidades do mundo. Enquanto esta tendência medíocre
continuar, o Brasil continuará a não constar nem entre as primeiras 500
melhores universidades do planeta.
É
interessante observarmos que a nossa universidade pública está se transformando
num verdadeiro “colegião”, um continuum do
Ensino Médio. Enquanto nas principais universidades do mundo se luta em defesa
da formação de sujeitos que sejam capazes de pensar a sociedade e o mundo; na
contramão desta lógica, a universidade brasileira luta pela formação de meros
técnicos para atender ao mercado de trabalho. E, o pior de tudo! Técnicos em
nível de Ensino Médio e com tecnologia copiada do rejeito tecnológico das
grandes universidades estrangeiras. Aquilo que elas descartam, pois já está
superado, ultrapassado, o Brasil copia e “enfia goela abaixo” dos nossos jovens
estudantes. E tudo se justifica na perseguição de metas traçadas pelos detentores
do poder econômico, visando à produção de pseudocientistas (mão de obra barata),
cuja única função é auxiliar na propagação dos lucros dos megagrupos
financeiros e econômicos mundiais e/ou de uma elite urbana/industrial que se
julga juíza suprema da humanidade.
Enquanto
tudo isso acontece, os grandes estudiosos e pensadores nacionais têm que sair
do país para pesquisar, pois a nossa universidade pública se transformou num
grande colégio, travestido de Ensino Superior, que desenvolve algumas pesquisas
banais em função dos grandes grupos econômicos inter/multi/transnacionais que
assumiram, literalmente, o controle das Instituições de Ensino Superior em
nosso país. Na verdade, a “Fuga de cérebros” é comum em nosso país desde os
tempos da “Primeira República”. Não está distante o dia em que para ministrar
aulas nos programas de mestrado/doutorado bastará ao candidato possuir um
título qualquer de graduação.
Pasmem!
Caros (as) Leitores (as)! Mas, é exatamente para esta direção que os pensadores
da educação brasileira estão marchando. Marcham rumo à banalização total da
educação, do ensino e do conhecimento. Estes senhores, em nome de um
democratismo barato, destroem e banalizam o verdadeiro papel e a verdadeira
função de nossa universidade pública. Na verdade nem pública elas já não são.
No máximo são universidades do Estado e do grande capital transnacional. Tomara
que algum dia, mesmo que seja num futuro distante, tenhamos orgulho de bater no
peito e dizer em alto e bom som: ESTE É O NOSSO BRASIL! ESTA É NOSSA
UNIVERSIDADE!
* Escritor, geógrafo, Mestre e
Doutor pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Professor e pesquisador
da Universidade de Uberaba (UNIUBE). pesquia.fonseca@gmail.com
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