Prof. Dr. Valter Machado da Fonseca |
Por NTV
O Prof.
Dr. Valter Machado da Fonseca, docente da Universidade de Uberaba, iniciou
pesquisa inédita denominada “A dinâmica
dos ecossistemas”. Ele fala um pouco sobre o contexto da pesquisa. Segundo
o professor, as reuniões internacionais do IPCC (Intergovernmental Panel on
Climate Change) têm sido marcadas pelo debate acerca da interferência ou não
das ações antrópicas sobre as mudanças climáticas em curso no atual período da
humanidade. Ele enfatiza que não se trata de demarcar uma posição política
sobre tal questão, mas, sobretudo, de analisar o fenômeno das transformações e
alterações climáticas à luz das diversas variáveis que, por ventura, tenham
interferência nos eventos climáticos mundiais, que tanto têm angustiado a
humanidade e a ciência nos tempos d’agora.
Fonseca
observa que esta discussão serve como um grande divisor de águas em torno das
grandes questões climáticas, que mobiliza a ciência e a humanidade nos tempos
presentes. Mas, segundo o professor Valter, a resposta que precisa ser dada é
uma imensa responsabilidade e um grande desafio para a ciência moderna e ela
(ciência) não pode se eximir de tal responsabilidade. É preciso analisar os
limites dos ecossistemas, seu déficit energético em função da grande quantidade
de atividades humanas, as quais são amparadas por fortes tecnologias que não
levam em conta estes limites. Na verdade, afirma ele, quando falamos de energia
dos ecossistemas, é necessário que levemos em consideração que existe um limite
energético para a realização de atividades antropogênicas em seu interior. É
preciso que percebamos que os diversos ecossistemas que compõe o “todo”
planetário possuem conexões e interligações que os mantêm unificados para a
formação desta totalidade denominada “Planeta Terra”.
Para
que se percebam estas ligações fundamentais em níveis de energia (que vai desde
as partículas elementares, até as estruturas macroscópicas) nos diversos níveis
de funcionamento dos ecossistemas é fundamental que o pesquisador se valha de
uma visão periférica e ao mesmo tempo particularizadora tanto das partes, das
conexões entre elas, bem como da totalidade por elas formada (a Terra e o
universo em seu redor). É preciso compreender que os níveis de energia se
estabelecem desde os níveis moleculares, atômicos (e até mesmo nas partículas
subatômicas) até os níveis macroscópicos da constituição dos corpos celestes no
universo.
Compreender
esta dinâmica demanda o deciframento dos elementos que se interrelacionam e se
entrelaçam para formar as conexões entre os diversos ecossistemas que compõem a
unidade planetária. Perceber esta dinâmica reclama um olhar astuto sobre os
diversos níveis energéticos existentes no interior dos ecossistemas, bem como
seu comportamento quando pressionados por quaisquer forças em suas estruturas
internas. Então, compreender “A dinâmica
dos ecossistemas” que compõem esta totalidade planetária requer o estudo do
comportamento energético das partículas elementares que compõem as estruturas e
macroestruturas, bem como do fluxo energético que as unificam. Demanda ainda a
compreensão da quantidade de energia perdida sob a ação das forças que provocam
o desequilíbrio energético desses ecossistemas.
Para dar
suporte a esta investigação, os estudos de Albert Einstein e os Princípios da
termodinâmica são ferramentas essenciais. Em verdade, a pesquisa “A Dinâmica
dos Ecossistemas” pretende decifrar os elos energéticos que os unificam. Apesar
de a ideia matriz ser aparentemente simples, os desdobramentos de tal
investigação são extremamente complexos, explica o Prof. Valter Fonseca. Para tanto,
além das metodologias próprias das ciências naturais, o Prof. Fonseca pretende
utilizar o método da “teoria da Complexidade” de Edgar Morin (própria das
ciências sociais), como matriz metodológica dorsal para nortear a pesquisa.
Fonseca explica que é preciso decifrar as zonas de incertezas do conhecimento
científico, observando-se sempre a relação todo/partes, além dos elos que
unificam e entrelaçam as diversas partes componentes do todo (o planeta, o
universo). Ele acredita que somente desta forma será possível realizar a
leitura correta dos elementos (que vão do micro ao macro cosmos), portanto,
afirma o professor, a comprovação desta tese passa, fundamentalmente, pela
desconstrução/reconstrução dos aspectos, elementos e fatores que compõem o
objeto central da investigação.
Felizmente,
a mesma ciência que cravou sua marca no atual período histórico por produzir
diversas aberrações, também produziu conhecimentos importantes que se bem
usados, poderão fornecer importantes informações para a leitura correta dos
ecossistemas terrestres, suas conexões e seu comportamento diante do
desequilíbrio energético provocado por tecnologias descompensatórias e irresponsáveis.
Assim, compreender “A dinâmica dos
ecossistemas” pode apontar as respostas que as discussões acerca das
alterações climáticas tanto reclamam. Os resultados futuramente advindos da
pesquisa em curso podem trazer respostas, benefícios e conclusões
surpreendentes para a ciência e o conjunto da humanidade, conclui o professor
Fonseca.
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