Foto: Não interessa de quem seja |
Prof. Dr. Valter Machado da Fonseca
Caros (as) amigos (as)! Em primeiro
lugar, peço desculpas pelo tom desta postagem, mas, a indignação que sinto é
cruel, é brutal. Recentemente, postei um breve texto relevando as belezas de
nosso Brasil. Confesso que se tivesse escrito após este caso monstruoso de
estupro da garota carioca, com certeza meu texto teria vários adendos e
diferentes conotações. Fiquei estupefato diante das imagens e notícias sobre um
acontecimento tão vergonhoso. Dá para sentir vergonha de ser brasileiro. Alguns
falam que estamos diante de um retrocesso de três décadas. Não é verdade. O
retrocesso pelo qual passamos é de muito mais que isso. Talvez de alguns
milhares de anos.
Não dá para qualificar tais elementos
dentro da teia da vida, eles não são do reino animal, são anomalias, seres
desfigurados que vieram para denegrir a já desgastada imagem de nosso país.
Seria um desrespeito aos animais chamá-los assim. Esse bando de covardes,
canalhas, patifes, Bolsonaros, nazi-fascistas, não podem ser sequer chamados de
psicopatas, pois a psicopatia tem uma lógica, tem um padrão de comportamento. Esses
canalhas fogem a qualquer lógica, a qualquer modelo de comportamento. E o pior
é que ainda tem gente que apoia estas aberrações inumanas, estas
monstruosidades.
Este estupro não foi praticado apenas
contra uma garota indefesa, ele foi praticado contra todo o povo de bem desta
nação. Eu me sinto estuprado, meu coração está sangrando de indignação e de
tristeza. Meu coração também sangra em saber que casos com estes ocorrem quase
que cotidianamente pelo nosso país afora e, infelizmente não são divulgados por
vergonha por parte das vítimas, pela sensação de impunidade, ou mesmo pela
falta de interesse de grupos que impedem sua divulgação. Não estupram somente o
nosso corpo, estupram sobretudo nossas mentes, nossas ideias, nossos
sentimentos.
São aberrações como essas que maculam de
forma quase que irreversível a imagem do nosso país. Tratam-se de crimes tão
monstruosos que não conseguimos imaginar punições que lhes façam jus. Por fim,
meu coração sangra em saber que em cada recanto deste imenso território
brasileiro tem alguém gritando por socorro. Lançam no ar o gritos desesperados
de socorro que talvez jamais serão ouvidos, a não ser o eco de seu próprio
apelo. Desculpem-me pelo desabafo, mas não consigo mais escrever, apesar de
ainda ter muito o que dizer. Deixo para uma outra oportunidade, talvez quando
este inquietante sentimento de indignação abandonar meu coração.