Foto: Minha mãe, Terezinha Ferreira Borges, num belíssimo trabalho de Rodrigo Rahmati (2013) |
Prof. Dr. Valter
Machado da Fonseca
São
belas, elegantes, imponentes, onipotentes
São
frágeis, delicadas, dedicadas, cansadas
São
ousadas, irreverentes, abusadas, carentes
São
fortes, valentes, complicadas, impertinentes
De
dia são frias, espiam, planejam com precisão
Agem
destemidas, provocam a vaidade, escondem a paixão
À
noite são anjos, carentes, provocantes, ardentes
Arrancam
do nosso peito, suspiros, desejos impertinentes
No
dia a dia, na batalha da vida, são valentes guerreiras
Às
vezes riem, às vezes choram, mas sempre se erguem
Como
estátuas de bronze, como seres indestrutíveis
Nos
corações delicados, cansados e frágeis
Escondem
a força, a determinação e a vontade imbatíveis
Diante
da árdua batalha, da luta interminável
Lá
estão elas, resolutas, decididas, reinando absolutas
Com
a força, coragem suprema, são sempre implacáveis
Mesmo
na melancolia, mesmo no sofrimento são amáveis.
Às
vezes, chateadas, apavoradas, superando o pavor
Agem
de mansinho, com carinho, superando a dor
Fazem
de maneira imprevisível, até o que parece impossível
De
maneira impecável, diante do ser insaciável
Tudo
perfeito, para manter o ser amado satisfeito
Nós,
meros mortais, seres imorais, até irracionais
Diante
de sua grandeza, aos pés de sua beleza
Mostramos
arrogância da completa ignorância
Queremos
mostrar a valentia repleta de covardia
Mas
sucumbimos diante da beleza, da delicadeza, da grandeza
Mostrando
quanto somos ínfimos, perante tamanha sutileza.
Poema
escrito por mim em 18 de dezembro de 2002.
Nenhum comentário:
Postar um comentário