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terça-feira, 10 de maio de 2016

TODO DIA É DIA DE MÃE!

Foto: Sebastião Salgado (2016)



Prof. Dr. Valter Machado da Fonseca
Infelizmente, o capitalismo inventa mil e um artifícios para fazer prevalecer, cada vez mais, seus exorbitantes lucros. Ele descobriu dois caminhos quase que infalíveis para manter sempre acesa a chama da mais-valia (lucros). Um dos caminhos é vender a desgraça humana, ou seja, vender notícias de mortes, acidentes fatais, assassinatos, dentre outros. O outro caminho é mexer diretamente com nossos sentimentos mais íntimos, isto é, ele cria datas comemorativas para o que mais nos emociona, como, por exemplo, o dia das mães, dos pais, o natal, o dia dos namorados, dentre outros.
Feita esta crítica, esqueçamos isto! Quero aproveitar esta data criada comercialmente para o “Dia das Mães” para propor uma reflexão séria. Uma reflexão que o comércio nunca proporia. Cada um de nós, sabe exatamente o valor de nossas mães, aliás, elas representam o início de nossa existência. Mas, ao invés de pensar exclusivamente em nossas mães, por que não pensarmos sobre o real papel da mulher como um todo, representado por todas as mães do mundo? Isto significa questionarmos as injustiças cometidas cotidianamente contra todas essas mulheres guerreiras, discriminadas por esta sociedade branca e machista.
Isto, acima de tudo, significa pensarmos nessas mulheres guerreiras que enfrentam todos os dias a dupla jornada de trabalho (uma fora de casa e outra dentro de nossa própria casa), para auxiliar na manutenção da sociedade e da família. Significa pensarmos no preconceito sofrido pelas moradoras de rua, pelas lavadeiras, pelas trabalhadoras que vivem do lixo, pelas prostitutas, pelos homossexuais, pelas mulheres indígenas, enfim, significa realizarmos uma reflexão profunda sobre a marginalização do gênero feminino de forma geral, fruto das disparidades e desigualdades desta sociedade que coloca o dinheiro sobre todos os valores humanos.
Assim, deixo a todos meus amigos e minhas amigas esta singela reflexão. Não vamos esperar todos os anos apenas pelo segundo domingo de maio (como propõe o comércio) para pensarmos nestas valorosas guerreiras, que, com o seu suor constroem esta nação. Afinal, todo dia é dia das mães!

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