Foto: Sebastião Salgado (2016) |
Prof. Dr. Valter
Machado da Fonseca
Infelizmente, o capitalismo inventa
mil e um artifícios para fazer prevalecer, cada vez mais, seus exorbitantes
lucros. Ele descobriu dois caminhos quase que infalíveis para manter sempre
acesa a chama da mais-valia (lucros). Um dos caminhos é vender a desgraça
humana, ou seja, vender notícias de mortes, acidentes fatais, assassinatos,
dentre outros. O outro caminho é mexer diretamente com nossos sentimentos mais
íntimos, isto é, ele cria datas comemorativas para
o que mais nos emociona, como, por exemplo, o dia das mães, dos pais, o natal,
o dia dos namorados, dentre outros.
Feita esta crítica, esqueçamos isto!
Quero aproveitar esta data criada comercialmente para o “Dia das Mães” para
propor uma reflexão séria. Uma reflexão que o comércio nunca proporia. Cada um
de nós, sabe exatamente o valor de nossas mães, aliás, elas representam o
início de nossa existência. Mas, ao invés de pensar exclusivamente em nossas
mães, por que não pensarmos sobre o real papel da mulher como um todo,
representado por todas as mães do mundo? Isto significa questionarmos as
injustiças cometidas cotidianamente contra todas essas mulheres guerreiras,
discriminadas por esta sociedade branca e machista.
Isto, acima de tudo, significa
pensarmos nessas mulheres guerreiras que enfrentam todos os dias a dupla
jornada de trabalho (uma fora de casa e outra dentro de nossa própria casa),
para auxiliar na manutenção da sociedade e da família. Significa pensarmos no
preconceito sofrido pelas moradoras de rua, pelas lavadeiras, pelas
trabalhadoras que vivem do lixo, pelas prostitutas, pelos homossexuais, pelas
mulheres indígenas, enfim, significa realizarmos uma reflexão profunda sobre a
marginalização do gênero feminino de forma geral, fruto das disparidades e
desigualdades desta sociedade que coloca o dinheiro sobre todos os valores
humanos.
Assim, deixo a todos meus amigos e
minhas amigas esta singela reflexão. Não vamos esperar todos os anos apenas
pelo segundo domingo de maio (como propõe o comércio) para pensarmos nestas
valorosas guerreiras, que, com o seu suor constroem esta nação. Afinal, todo
dia é dia das mães!
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