Ilustração: Brasil Escola (2016) |
Prof.
Dr. Valter Machado da Fonseca
Ao
observar a sala de aula percebo que grande parcela dos alunos está preocupada
em realizar as atividades propostas dentro de um padrão, como se fosse
necessário a todo momento existirem parâmetros de comparação que os norteiem. Percebo
isto ao propor trabalhos de interpretação de textos e, a partir dos textos
lidos, peço a eles que façam uma reflexão sobre o texto disponibilizado e
construam o seu próprio texto, em cima de suas próprias reflexões.
Pois
bem! Lendo os textos produzidos, observo que a esmagadora maioria tende a
conservar a essência do texto a eles apresentados, pouco discordando das ideias
dos textos originais. Em minha opinião isto reflete, em última instância, uma
falta de percepção de vida, de mundo. Os textos produzidos pela imensa maioria
apresentam carência de ideias, de pensamento próprio sobre sua concepção de
vida e de mundo.
Bem,
meus caros amigos! Diante disso, é preciso voltar aos clássicos da Filosofia, apresentar
a eles (educandos) as diferentes concepções de vida, de mundo, de natureza que
existem no campo da Filosofia. A legislação educacional, ao apartar a Filosofia
do conjunto de disciplinas centrais para o processo educativo, tira dos nossos
alunos as chances e oportunidades de pensar, de tirar suas próprias conclusões
e de construírem suas próprias concepções de homem, de vida, de natureza e de
mundo. Portanto, a construção de uma educação que forme plenamente o sujeito
aprendiz passa, necessariamente, por apresentar aos nossos alunos as diversas
concepções filosóficas de mundo, de homem e de natureza. É lógico que nós,
enquanto professores, não podemos nos isentar, nos furtar de apresentar nossas
convicções, pois, afinal de contas a escola retrata as contradições e
diferenças da sociedade. Devemos encarar a sala de aula enquanto um espaço
dialógico onde se trabalha o processo indissociável de ensino-aprendizagem que,
por sua vez, é dialético.
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