Foto: Reuters (2014) |
Por NTV
Pesquisadores descreveram, nesta
quarta-feira (16) restos fossilizados descobertos na China que mostram em
detalhe as estruturas do cérebro de um estranho grupo de criaturas marítimas
que eram os maiores predadores da Terra há mais de 500 milhões de anos.
Os fósseis mostram um animal chamado
Lyrarapax unguispinus, que viveu durante o Período Cambriano, um momento
crucial na história da Terra, quando muitos dos principais grupos de animais
apareceram pela primeira vez. O Lyrarapax fazia parte de um grupo conhecido
como anomalocaridídeos, parentes primitivos dos artrópodes – que incluem
crustáceos, insetos e aranhas – que caçavam suas presas com um par de membros
parecidos com garras que ficava na frente dos olhos. A descoberta foi publicada
na revista “Nature”.
Apesar de os anomalocaridídeos não
terem descendentes diretos vivos hoje em dia, as estruturas do cérebro dos
Lyrarapax parecem aquelas dos chamados vermes-aveludados, que rastejam pelo chão
em florestas tropicais e subtropicais do hemisfério sul.
Os pesquisadores dizem que as similaridades sugerem que os vermes-aveludaddos podem ser primos muito distantes dos anomalocaridídeos.
Os pesquisadores dizem que as similaridades sugerem que os vermes-aveludaddos podem ser primos muito distantes dos anomalocaridídeos.
Os vermes-aveludados crescem alguns
centímetros em comprimento, têm dois longos tentáculos que se estendem a partir
da cabeça e têm numerosos pares de pernas atarracadas que terminam, cada uma,
em um par de garras.
Camarão grande
O Lyrarapax, cujo nome científico
significa predador com garras espinhosas em forma de harpa, viveu há 520
milhões de anos. As partes moles do corpo de qualquer animal normalmente se
decompõe após a morte, o que significa que os fósseis geralmente preservam
apenas as partes duras, como os ossos, os dentes e as carcaças. Mas, sob
condições excepcionais, tecidos moles e órgãos podem ser preservados em
fósseis.
O Lyrarapax era muito menor do que
outros anomalocaridídeos, medindo cerca de 15 cm de comprimento, mais ou menos
o tamanho de um camarão grande. Peiyun Cong, um paleontólogo da Universidade
Yunnan, na China, disse que os três espécimes encontrados “podem representar
estágios imaturos do animal, então ele pode ser maior”.
Os fósseis revelam que os
anomalocaridídeos possuíam cérebros muito menos complexos do que aqueles dos
animais que eles comiam. O neurocientista Nicholas Strausfeld, da Universidade
do Arizona, também autor da pesquisa, afirma que a ameaça imposta por
predadores como estes pode ter ajudado a incrementar a complexidade cerebral
dos outros animais nos mares antigos
Disponível em: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2014/07/fossil-revela-cerebro-de-estranha-criatura-de-520-milhoes-de-anos.html
Acesso em 21 de julho de 2014.
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