Total de visualizações de página

domingo, 8 de março de 2015

A SOCIEDADE DOS INVISÍVEIS!

Foto: Wordpress (2013)



Prof. Dr. Valter Machado da Fonseca
Você já parou para refletir sobre as coisas “invisíveis”? Sobre os objetos que não têm nenhuma importância? Em quase todas as residências sempre tem aquele objeto que não acrescenta nem diminui o aspecto do ambiente interno da moradia. Pode ser um par de sapatos, uma roupa velha, uma peça de porcelana ou mesmo um bibelô barato. Pois bem! Assim também é na nossa sociedade.
Quantas vezes você já parou para perguntar o nome da mulher ou do homem que varre a sua rua? Quantas vezes você já os cumprimentou? Quantas vezes você perguntou o nome do ascensorista de seu prédio ou do jardineiro de seu condomínio?    E aquele mendigo que sempre está na esquina? Aquela criança ou aquela mulher que dorme debaixo da marquise? E aquele catador de lixo? É chique a gente nominar seu ofício: “enchemos a boca” para dizer que ele trabalha com os “recicláveis”, ele cuida do nosso meio ambiente. Mas, na verdade, será que alguma vez já nos preocupamos em saber como é a vida dessas pessoas? O que elas pensam do mundo, da vida? Será que podemos considerar trabalho a atividade das pessoas que sobrevivem dos restos do que consumimos? Será que podemos considerar digno o trabalho das pessoas que sobrevivem do lixo, que reviram “os restos” das famílias abastadas em busca de alimentos para matar sua fome? Qual o projeto, qual a perspectiva de vida das pessoas que, durante 365 dias por ano, passam 24 horas sem saber se estará vivo no dia seguinte?
Caro (a) leitor (a)! Estas indagações mexem com nossa cabeça. Fazem-nos perguntar qual projeto de vida será capaz de resgatar a nossa hombridade, os nossos valores humanos? Como reconstruir os valores que podem reedificar a essência da existência humana? Quais projetos de homem e de natureza podem justificar a existência humana neste planeta?  
Há alguns anos [não me lembro bem quantos] um animal [um boi] premiadíssimo na ExpoZebu engasgou com um pedaço de osso que estava na ração. Lembro-me que havia, aproximadamente, 12 veterinários em volta do animal. Aquela cena me chocou. Não que o animal não merecesse os cuidados, mas seria necessária uma dúzia de médicos para cuidar de um simples animal? Aí me veio à mente os milhares de pessoas que enfrentam, cotidianamente, as filas do SUS pelo país afora, desesperados à espera não de uma dúzia, mas de apenas um médico para consultá-lo. Veio-me à mente as centenas de pessoas que morrem nessas filas por falta de profissionais. Aí eu me pergunto; por que aquele boi precisa de doze profissionais? Por que ele vale mais que uma vida humana?
Prezado (a) leitor (a), o fato é que este modelo de sociedade coisifica o homem e a natureza. Atomiza as pessoas como partículas insignificantes. O homem nesta sociedade não passa de um objeto, descartável, cuja única função é vender sua força de trabalho em troca do florescimento da mais valia: fio condutor e ponto nevrálgico do modelo de desenvolvimento da sociedade capitalista contemporânea. O homem e a natureza são, sistematicamente, transformados em mercadoria a serviço do lucro. Os doze veterinários em volta do boi são o símbolo que expressa a centralidade da preocupação com o lucro, acima de qualquer coisa. O que estava em jogo naquela cena não era a preocupação com a bela aparência do animal, mas, sobretudo, o desespero, o medo de perder o lucro que aquele animal poderia proporcionar. E não proporcionou, pois ele morreu.
Assim, a ética [ou a falte dela] nesta sociedade substitui os valores humanos pela mais-valia, pela ganância inesgotável do enriquecimento a qualquer preço. É por isso que existem seres humanos que vivem na penumbra, à margem da vida e da sociedade. É por isso que existe a sociedade dos “invisíveis”, dos humanos “descartáveis”. Pois bem, caros (as) leitores (as), é preciso que comecemos a pensar em como superar estas contradições, pois corremos o sério risco de, em um tempo futuro, não tão distante, assistirmos ao retrocesso à idade das cavernas ou ao avanço aos tempos da barbárie, onde o homem poderá tornar-se predador direto de sua própria espécie, autofágico em toda a extensão da palavra.

sexta-feira, 6 de março de 2015

MEU AMIGO VIROU UMA ESTRELA!

Foto: O grande Prof. Dedé



Por VALTER MACHADO DA FONSECA
Hoje vou falar um pouquinho sobre o meu amigo Prof. André (o Dedé). Pois é, ele nos deixou no dia 29 de janeiro num falecimento inesperado, que causou impacto e comoção entre todos que o conheciam e compartilhavam um pouquinho da vida com ele.
Lembro-me dos nossos encontros das 18 horas na cantina do nosso amigo Paulão na Uniube. Encontrávamo-nos quase que diariamente e pontualmente às 18 horas na cantina do Paulo (Café Nervosa) na mesinha do canto, com o objetivo de “Resolver os problemas” do país e do mundo. O Grupo que se reunia quase que diariamente era composto pelos amigos Prof. Décio Bragança, Prof. Cássio (da economia), Prof. Saturnino (da Odontologia), Prof. Otaviano Mendonça (da Química), Profª. Bia (da Biologia), Prof. Marcos Fonseca (da Arquitetura), Prof. Valter Machado da Fonseca (Engenharia Ambiental) e o Prof. André (o Dedé da Física). Além deste grupo mais ou menos constantes, ainda tínhamos os membros flutuantes com o Prof. Nelson Velasco (da Química), do Professor Aldo, além de outros que apareciam esporadicamente. Desculpem-me pelo possível esquecimento de algum membro deste clube. Mas, os encontros das 18 horas eram eventos quase que sagrados! Os assuntos se misturavam com filosofia, teologia, ciência e humor. Era um momento ímpar de muita riqueza que misturava coisas sérias com humor, crítica, piadas e descontração.
Lembro-me do Dedé com seu humor fácil, às vezes sério, às vezes perspicaz e misturado com um certo grau de acidez. Ele era um eterno apaixonado pela boa música, misturando, em diversas vezes, o erudito com o Rock in rol (especialmente pelo seu imenso gosto por Pink Floyd, o que lhe rendia intensa polêmica (sempre provocada pelo Otaviano Mendonça, um eterno fanático pelos Beatles e pelas guitarras).
Ele me chamava de “Vartão”, era perspicaz, tinha o riso solto (uma gargalhada inesquecível, aberta). Era dono de um humor irônico e com o tempero certo de um grau preciso de acidez. Esse era o nosso amigo Dedé! Grande pessoa, excelente e maravilhoso ser humano. Um sujeito bonito por fora e por dentro, possuía um essência de ouro, uma pureza de espírito, completamente despido de vaidade.
Nos deixou repentinamente, sem avisar a ninguém. Décio diz que ele foi sacana em sair de cena desta forma brusca, dolorosa, repentina. Mas, o certo é que ele ficará para sempre em nossos corações, um modelo a ser seguido e a ser perseguido. Um sujeito do coração imenso, de grande generosidade, extremamente solidário, um excelente amigo e um grande profissional, um maestro em sala de aula. Aqui, entre nós tudo ficou mais vazio, mais sombrio, mais triste e mais escuro após sua partida. Por outro lado, o céu (o firmamento) ficou mais cheio de cores, mais brilhante, pois ganhou mais uma estrela se infinita grandeza. O nosso Dedé brilhava naturalmente por seu carisma, por sua luz própria. Quando e se, por acaso, você que o conheceu e conviveu com ele sentir uma pontinha de saudade, mire-se no firmamento e procure pela estrela mais alegre, mais sorridente e mais brilhante e com certeza o encontrará. Grande Dedé! Iremos te amar por toda a eternidade.       

quarta-feira, 4 de março de 2015

Professores da Uniube debatem “A Dinâmica dos Ecossistemas”

Foto: Prof. Dr. Valter Machado da Fonseca (2015)

Foto: Prof. Dr. Valter Machado da Fonseca (2015)

Foto: Professores Leonardo, Danilo, Francienne, Welington (2015)



Por NTV
Aconteceu neste dia 03 de março (terça feira), às 15 horas, na sala do plenário da Pró-reitoria de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão (PROPEPE) da Universidade de Uberaba, a reunião histórica de um grupo de professores da instituição, bem como membros de outras instituições (ex-alunos da Uniube) visando à constituição do Grupo de Estudos em Energia e Interações Complexas nos Ecossistemas Terrestres (GEICET), que será vinculado ao diretório de pesquisas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
A reunião foi convocada pelo professor doutor Valter Machado da Fonseca, docente do curso de graduação em Engenharia Ambiental e do Programa de Mestrado Acadêmico em Educação da Universidade de Uberaba. O embasamento principal para a constituição deste relevante grupo de estudos científicos é o projeto de pesquisa “A Dinâmica dos Ecossistemas” proposto pelo professor Valter Fonseca. Segundo ele, trata-se de um projeto inédito que visa a decifrar os principais elos, interconexões e ligações responsáveis pela dinâmica e gasto energético dos principais biomas (ecossistemas) terrestres, dentre os quais se destacam o Cerrado, a Amazônia, o Pantanal Mato-grossense, a Caatinga, os Campos e Pradarias, a Mata Atlântica, além dos mares e oceanos, geleiras, desertos, taigas e savanas africanas.
Participaram da reunião, além do professor doutor Valter Machado da Fonseca, os seguintes professores: professora doutora Francienne Gois Oliveira (Agronomia/gestora Engenharia Ambiental/Uniube), professor doutor Renato Bortocan (ecotoxicologia/Uniube), professor mestre Welington Mrad Joaquim (Física/Uniube), professor mestre e doutorando Tiago Zanqueta (Biologia/Uniube), professor doutor Mauro Benigni (Química/Uniube), professora mestre Melina Chiba Galvão (Oceanografia/Uniube), professor doutor Leonardo Campos de Assis (Hidrologia/Sensoriamento Remoto/Uniube), professora doutora Roberta Vinhal Wagner (Geografia/Uniube), professora especialista Carolina de Oliveira Pinto (Engenharia Ambiental/Uniube), professor doutor Danilo Cezar (Robótica/Uniube), professora doutora Elizabeth Uber (Farmácia/Uniube), professora doutora Ana Chesca (Microbiologia/Uniube), professor doutor Júlio Samuel Bernardo (Engenharia de Produção/Uniube), Engenheira Ambiental Juliana de Fátima Silva (egressa da Uniube e mestranda pela Universidade Federal de Ouro Preto), Engenheira Ambiental Karina da Costa Sousa (egressa da Uniube e mestranda pela Universidade de Campinas), Engenheira Ambiental Kátia dos Costa Sousa (egressa da Uniube e mestranda pela Universidade Federal de São Carlos) e Professora Carmen Lúcia Ferreira (mestranda em Educação pela UFTM).        
Segundo o professor Fonseca, a pesquisa “A Dinâmica dos Ecossistemas” tem sido alvo de sua extrema atenção e de seus estudos já há cerca de pelo menos cinco anos. Ele acredita que o seu estudo pode abrir novos horizontes e caminhos inéditos para o entendimento da dinâmica do nosso planeta, além de desvendar a produção de novos conhecimentos e publicações relevantes revistas científicas em diversos campos do saber científico. Por isso, trata-se de um estudo interdisciplinar, multidisciplinar e transdisciplinar que demanda o envolvimento de professores de diferentes campos do conhecimento científico, como a Geologia, Geomorfologia, Astronomia, Física, Química, Biologia, Matemática, Bioquímica, Microbiologia, Botânica, dentre diversos outros campos das ciências da Terra. Por fim, ele acredita que a constituição do GEICET neste relevante encontro que teve total apoio da PROPEPE, na pessoa do Pró-reitor de Pesquisa professor doutor André Luís Teixeira Fernandes, se constitui num significativo passo para a edificação da pesquisa científica de ponta na Universidade de Uberaba, o que a colocará num patamar elevado e de destaque no cenário da pesquisa científica brasileira e até mesmo internacional.