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terça-feira, 12 de agosto de 2014

OMS aprova uso de tratamentos não homologados contra o ebola



Por NTV
O Comitê de Ética da Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovou em uma reunião na segunda-feira (11) o uso de tratamentos não homologados para lutar contra a febre hemorrágica do ebola, segundo um comunicado divulgado nesta terça-feira (12). "Diante das circunstâncias da epidemia e sob certas condições, o comitê concluiu que é ético oferecer tratamentos - cuja eficácia ainda não foi demonstrada, assim como os efeitos colaterais - como potencial tratamento ou de caráter preventivo", afirma a nota da OMS.
Até o momento não existe nenhum tratamento de cura ou vacina contra o ebola, epidemia que levou a OMS a decretar uma emergência de saúde pública mundial. Mas o uso do medicamento experimental ZMapp em dois americanos e um padre espanhol - que faleceu nesta terça-feira em Madri - infectados com o vírus quando trabalhavam na África provocou um intenso debate ético.
O medicamento, do qual existe pouca quantidade, parece apresentar resultados promissores nos dois americanos, mas o religioso espanhol morreu nesta terça-feira em um hospital de Madri. A empresa americana Mapp Biopharmaceutical, que produz o medicamento, informou na segunda-feira que enviou o estoque para o oeste da África. Médicos de todo o mundo participaram nos debates da OMS na segunda-feira em Genebra.
O comitê condicionou o uso dos tratamentos a uma "transparência absoluta sobre os cuidados, a um consentimento informado, à liberdade de escolha, à confidencialidade, ao respeito das pessoas e a preservação da dignidade e a implicação das comunidades". Também estabeleceu "a obrigação moral de obter e compartilhar as informações sobre segurança e eficácia das intervenções", que devem ser objeto de avaliação constante.
Mortes
O número de mortes provocadas pelo vírus ebola superou a barreira de mil, com 1.013 óbitos e 1.848 casos registrados, segundo o balanço mais recente da OMS. O balanço não conta o missionário espanhol Miguel Pajares, o primeiro europeu infectado, que morreu em um hospital de Madri, segundo informaram as autoridades de saúde da cidade espanhola nesta terça-feira (12).
Pajares, de 75 anos, contraiu a doença no hospital Saint Joseph de Monróvia, onde trabalhava na Libéria para uma organização governamental. Ele foi levado para a Espanha no dia 7 de agosto, se tornando a primeira pessoa a ser tratada da doença na Europa. O Ministério da Saúde disse que ele estava sendo tratado com o medicamento experimental ZMapp, fabricado pela companhia norte-americana Mapp Biopharmaceutical. Dois trabalhadores humanitários norte-americanos infectados pela doença têm mostrado alguns sinais de melhora desde que receberam o medicamento.

sábado, 9 de agosto de 2014

Sonda europeia Rosetta chega ao encontro de cometa

Rosetta liberando sonda Philae ao cometa 67P              Foto: ESA–C. Carreau/ATG medialab (2014) 

Por NTV
A sonda europeia Rosetta chegou nesta quarta-feira (6) ao histórico "encontro" com o cometa Churyumov Guerasimenko a 400 milhões de quilômetros da Terra, após uma viagem espacial de 10 anos. "Estamos no cometa", anunciou o diretor de operações de voo da ESA, Sylvain Lodiot, no centro espacial de Darmstadt (Alemanha).
Rosetta se posicionou a 100 quilômetros do cometa e a partir de agora o acompanha na trajetória ao redor do Sol. Em novembro, a sonda enviará o robô Philae à superfície do cometa O encontro no espaço aconteceu após uma viagem de mais de uma década e de 6 bilhões de quilômetros.
A odisseia começou em março de 2004, com a sonda sobrevoando diversas vezes Marte e a Terra para tomar impulso utilizando a força gravitacional dos planetas para ganhar velocidade. Depois passou por um período de hibernação que permitiu economizar energia. Os cometas são compostos de poeira e gelo, material primordial restante do processo de formação do Sistema Solar ocorrido há 4,6 bilhões de anos.
A sonda Rosetta tentará decifrar nesta "bola de neve suja" as chaves para compreender como os planetas se formaram ao redor do Sol. Uma das teorias, conhecida como a hipótese de panspermia, é que os cometas, ao interagir com a Terra, ajudaram a espalhar a vida no planeta, ao transportar água e moléculas orgânicas.
Até agora, as missões de exploração dos cometas foram muito reduzidas e se limitaram a sobrevoá-los. Este foi o caso da sonda americana Stardust, que transportou em seu retorno poeira deixada por um comenta, enquanto a sonda europeia Giotto se aproximou a 200 km da superfície de outro. No dia 11 de novembro, Rosetta se aproximará a poucos quilômetros do cometa, antes de liberar a descida para a superfície do robô Philae, que tem o tamanho de uma geladeira e está repleto de instrumentos científicos.
Na superfície, o Philae realizará durante seis meses experimentos sobre a química e a textura do astro. Após a conclusão do trabalho do robô, Rosetta acompanhará o cometa 'C-G' na viagem ao redor do Sol, enquanto se afasta em direção da órbita de Júpiter, antes de concluir a missão.

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Carta aberta aos candidatos à Presidência




Por Juca Kifouri
Nós, atletas associados da Atletas pelo Brasil”, estamos lançando oficialmente e buscando adesão a uma carta compromisso a todos os candidatos à Presidência da República com nossas propostas para a melhoria do esporte brasileiro.
O esporte é direito humano e constitucional de todos os cidadãos (ONU 1979; CF, art. 217). Foi galgado a esse patamar por ser importante instrumento para o desenvolvimento humano e social. Seu impacto abrange diferentes políticas públicas fundamentais como: saúde, educação, diminuição de violência e planejamento urbano.
Os benefícios do esporte na saúde já são comprovados. O sedentarismo e a obesidade são problemas contundentes de saúde pública, uma epidemia mundial. Hoje, o Brasil gasta mais de R$ 12 bilhões por ano com problemas causados por suas consequências. Mais da metade da população brasileira está acima do peso e mais de 17% são obesos. Os poucos e frágeis dados sobre atividade física nas capitais brasileiras apontam que somente 33% fazem atividade física suficiente e 15% são totalmente inativos. E na escola o número de horas de atividade física e esporte para crianças e jovens também não é animador. A previsão é que essa será a primeira geração no mundo que viverá menos que seus pais. Por isso, pensar em esporte e atividade física passou a ser primordial nas políticas públicas dos países.
Na educação, o esporte vem trazendo resultados surpreendentes. O esporte e a atividade física resultam em menos faltas a aulas e mais pontuação em testes cognitivos. Em projeto de esporte nas escolas em sua meta de legado das Olimpíadas, a Inglaterra implantou o esporte de qualidade em 450 escolas britânicas e mediu o impacto. O resultado mostrou melhoria no aprendizado em matérias como inglês e matemática além de melhorias pessoais e sociais como melhor autoestima, trabalho em equipe, cooperação e responsabilidade. No entanto, no Brasil, isso não é prioridade na educação. Somente 30% das escolas de educação básica têm quadras e não há professores de educação física em todas as escolas, o que faz o país não aproveitar da forma adequada o enorme potencial do esporte na educação.
Essa disciplina deve estar no contexto pedagógico da escola, pois o esporte é um facilitador do aprendizado. Quando o profissional de educação física é qualificado e apresenta bons projetos, o resultado é sempre positivo. Contudo, hoje, isso depende do empenho pessoal do bom profissional.
O Brasil ainda possui uma visão limitada e acessória do esporte, com ênfase no entretenimento relacionado ao esporte de alto rendimento em detrimento de sua efetivação como direito, notadamente nas dimensões educacional e de participação.
No caso do alto rendimento, a situação também não é animadora. Faltam ao país gestão e transparência nas organizações que administram o esporte nacional. A aprovação da Lei 12.868/2013 foi um marco e prevê limite de mandato aos dirigentes esportivos, participação dos atletas na gestão e sistema eleitoral, além de transparência. Contudo, o governo precisa avançar com a fiscalização do seu cumprimento, a regulamentação da participação dos atletas e a medição de desempenho das confederações e federações esportivas.
Além disso, faz-se necessário uma legislação que defina o Sistema Nacional de Esporte – hoje regida pela lei Pelé, de limitada abrangência, – e a implantação de uma política nacional de esporte de longo prazo.
Infelizmente, também não há linhas de financiamento público regular para iniciativas de Esporte de Participação e Educacional nos municípios. As secretarias de esporte têm orçamentos limitados e não conseguem realizar ações em quantidade e com qualidade. Os recursos são usados para financiar torneios de futebol de várzea, que beneficiam um número pequeno de pessoas, ou para construir estádios e ginásios que acabam se deteriorando pela falta de uma cultura da prática de atividade esportiva pela população. As ONGs, associações e clubes realizam trabalhos isolados e dependem de financiamento privado e o esporte das pessoas comuns desperta menos interesse das empresas privadas e públicas.
PROPOSTAS
Para que o país reconheça e utilize todo o potencial do esporte, seja como direito de todos seja como excelência no alto rendimento, me comprometo com as seguintes propostas:
(i) Estabelecer metas quantitativas e de resultado para melhoria da atividade física e do esporte nas escolas com reflexo no plano plurianual e no orçamento, garantido a ampla participação, discussão, definição da sociedade civil desde a elaboração das ações voltadas às metas, como também em sua fase de execução e avaliação;
(ii) Criar comitê interministerial para articulação de programas e projetos voltados ao Esporte, que envolva, no mínimo, os Ministérios do Esporte, Planejamento, Educação, Saúde e Cidades e com participação da sociedade civil;
(iii) Implementar um esporte de qualidade em todas as escolas brasileiras, valorizando a importância da disciplina e promovendo um esporte inclusivo, que incentive a diversidade, o trabalho em equipe e a criação de valores;
(iv) Ter uma legislação que defina o Sistema Nacional de Esporte, estabelecendo competências, responsabilidades dos entes federativos, financiamento do esporte, democratização das entidades que administram o esporte, entre outros.
(v) Regulamentação do artigo da lei 12.868/2013 sobre participação dos atletas nas eleições dos dirigentes das entidades que administram o esporte;
(vi) Fiscalização efetiva do cumprimento da legislação, em especial que garanta a efetiva democratização das entidades esportivas;
(vii) Renovação da Lei de Incentivo ao Esporte;
(viii) Desburocratização e celeridade na utilização da Lei de Incentivo ao Esporte;
(ix) Coleta periódica e disponibilidade pública de dados sobre atividade física e esporte.
O simples fato de realizarmos grandes eventos esportivos não modifica a oferta de prática esportiva para a população se não tivermos metas e um plano integrado com essa finalidade. Mas defendemos que essa é uma realidade possível.
Acreditamos que o Brasil tem que buscar atletas de alto rendimento, mas também pode oferecer atividades esportivas para toda a população. Para isso, é preciso inverter a lógica da política e não ter somente investimentos para a ponta da pirâmide, mas para a base. Além dos benefícios que o esporte traz socialmente, com certeza ele é fundamental também para nos tornarmos uma potência olímpica. Um impacto positivo que formará gerações.
Atletas pelo Brasil : Ana Moser (presidente) e os diretores Ida, Patrícia Medrado, Raí Oliveira, Nelson Aerts e William Machado

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Entenda a epidemia de ebola na África

Foto: AP Photo/Samaritan's Purse (2014)



Por NTV
A África Ocidental enfrenta o maior surto do vírus ebola já registrado desde a descoberta da doença, em 1976. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), trata-se da maior epidemia de febre hemorrágica em termos de pessoas afetadas, número de mortos e extensão geográfica.
O último balanço do organização, divulgado em 27 de julho, informa que já são 729 mortos – 47 deles em apenas quatro dias – e 1.300 casos da doença registrados. O surto atual começou na República de Guiné em março deste ano, e se espalhou para os países vizinhos Serra Leoa e Libéria. Depois, a Nigéria registrou um caso.
Segundo dados da OMS, Guiné é o país com mais mortes – cerca de 350. Em seguida está Serra Leoa, com mais de 200 mortes, e o maior número de casos – mais de 500. Por último está a Libéria, com aproximadamente 150 mortes e pouco mais de 300 infectados.
A OMS enviou mais de uma centena de especialistas para a região para ajudar a conter a epidemia. Porém, eles enfrentam dificuldades para atuar nas áreas mais remotas devido à desconfiança da população. Em alguns vilarejos, chegaram a ser atacados e ameaçados. Além disso, os próprios médicos têm sido vítimas da alta mortalidade do vírus – que não tem vacina nem cura. O médico responsável pelo combate da epidemia em Serra Leoa, Sheik Umar Khan, morreu no dia 29 de julho, vítima da doença.
'Fora de controle'
Mais da metade dos infectados neste surto morreram, e a OMS teme a possibilidade de uma "propagação internacional" da doença.
No dia 1º de agosto, em reunião com os presidentes da Guiné, Libéria, Serra Leoa e Costa do Marfim, a diretora-geral da organização, Margaret Chan, disse que o surto de ebola no oeste africano está "fora de controle", mas que pode ser barrado.
Apesar disso, a OMS não fez restrições a voos nem orientou o fechamento de fronteiras por causa da epidemia.
Segundo a organização, haveria baixo risco de contágio caso um passageiro infectado voe, pois a transmissão só acontece quando o paciente apresenta sintomas severos da doença: como vômito, diarréia, febre alta, sangramento. "É altamente improvável que alguém com tais sintomas se sinta bem o suficiente para viajar", afirmou a associação internacional de companhias aéreas (Iata). Ainda assim, o avanço do ebola levou países a fecharem fronteiras terrestres, como no caso da Libéria, e a declararem estado de emergência pública, o que aconteceu em Serra Leoa.
A OMS não descarta rever suas recomendações de viagem durante a epidemia. A organização e governos da região anunciaram no dia 30 de julho um plano de resposta ao ebola com US$ 100 milhões em recursos.
Combate
Quando uma pessoa é infectada pelo ebola, em até dez dias ou ela morre ou o organismo começa a combater o vírus. "É como uma gripe. Não temos remédio para matar o vírus da gripe: é o corpo que responde e mata o vírus, e a gente melhora. A diferença é que o vírus do ebola é muito mais agressivo que uma gripe", explica Rachel Soeiro, médica brasileira que passou um mês na Guiné.
No combate à doença, os pacientes são isolados, e médicos fazem a pessoa se alimentar e ingerir líquidos. Ao sair da área de isolamento do hospital, os pacientes tomam um banho de cloro e ganham roupas novas, já que as antigas estão contaminadas.
O ebola é uma febre hemorrágica grave causada por vírus e que não tem vacina ou cura. A doença só é transmitida pelo contato com os fluidos de pessoas ou animais infectados, como urina, suor e sangue. A doença mata por falência múltipla dos órgãos, quando fígado e rins param de funcionar, e o sangue passa a correr devagar pelo corpo.
Os sintomas incluem diarréia, febre alta, vômitos, hemorragias e danos no sistema nervoso central. A taxa de mortalidade do ebola pode atingir 90% dos casos. O período de incubação é de dois a três semanas.