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Foto: AP Photo/Samaritan's Purse (2014)
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Por NTV
A África Ocidental enfrenta o maior
surto do vírus ebola já registrado desde a descoberta da doença, em 1976.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), trata-se da maior epidemia de
febre hemorrágica em termos de pessoas afetadas, número de mortos e extensão
geográfica.
O último balanço do organização,
divulgado em 27 de julho, informa que já são 729 mortos – 47 deles em apenas
quatro dias – e 1.300 casos da doença registrados. O surto atual começou na
República de Guiné em março deste ano, e se espalhou para os países vizinhos
Serra Leoa e Libéria. Depois, a Nigéria registrou um caso.
Segundo dados da OMS, Guiné é o país
com mais mortes – cerca de 350. Em seguida está Serra Leoa, com mais de 200
mortes, e o maior número de casos – mais de 500. Por último está a Libéria, com
aproximadamente 150 mortes e pouco mais de 300 infectados.
A OMS enviou mais de uma centena de
especialistas para a região para ajudar a conter a epidemia. Porém, eles
enfrentam dificuldades para atuar nas áreas mais remotas devido à desconfiança
da população. Em alguns vilarejos, chegaram a ser atacados e ameaçados. Além
disso, os próprios médicos têm sido vítimas da alta mortalidade do vírus – que
não tem vacina nem cura. O médico responsável pelo combate da epidemia em Serra
Leoa, Sheik Umar Khan, morreu no dia 29 de julho, vítima da doença.
'Fora de controle'
Mais da metade dos infectados neste
surto morreram, e a OMS teme a possibilidade de uma "propagação
internacional" da doença.
No dia 1º de agosto, em reunião com
os presidentes da Guiné, Libéria, Serra Leoa e Costa do Marfim, a
diretora-geral da organização, Margaret Chan, disse que o surto de ebola no
oeste africano está "fora de controle", mas que pode ser barrado.
Apesar disso, a OMS não fez
restrições a voos nem orientou o fechamento de fronteiras por causa da
epidemia.
Segundo a organização, haveria baixo
risco de contágio caso um passageiro infectado voe, pois a transmissão só
acontece quando o paciente apresenta sintomas severos da doença: como vômito,
diarréia, febre alta, sangramento. "É altamente improvável que alguém com
tais sintomas se sinta bem o suficiente para viajar", afirmou a associação
internacional de companhias aéreas (Iata). Ainda assim, o avanço do ebola levou
países a fecharem fronteiras terrestres, como no caso da Libéria, e a
declararem estado de emergência pública, o que aconteceu em Serra Leoa.
A OMS não descarta rever suas
recomendações de viagem durante a epidemia. A organização e governos da região
anunciaram no dia 30 de julho um plano de resposta ao ebola com US$ 100 milhões
em recursos.
Combate
Quando uma pessoa é infectada pelo
ebola, em até dez dias ou ela morre ou o organismo começa a combater o vírus.
"É como uma gripe. Não temos remédio para matar o vírus da gripe: é o
corpo que responde e mata o vírus, e a gente melhora. A diferença é que o vírus
do ebola é muito mais agressivo que uma gripe", explica Rachel Soeiro,
médica brasileira que passou um mês na Guiné.
No combate à doença, os pacientes são
isolados, e médicos fazem a pessoa se alimentar e ingerir líquidos. Ao sair da
área de isolamento do hospital, os pacientes tomam um banho de cloro e ganham
roupas novas, já que as antigas estão contaminadas.
O ebola é uma febre hemorrágica grave
causada por vírus e que não tem vacina ou cura. A doença só é transmitida pelo
contato com os fluidos de pessoas ou animais infectados, como urina, suor e
sangue. A doença mata por falência múltipla dos órgãos, quando fígado e rins
param de funcionar, e o sangue passa a correr devagar pelo corpo.
Os sintomas incluem diarréia, febre
alta, vômitos, hemorragias e danos no sistema nervoso central. A taxa de
mortalidade do ebola pode atingir 90% dos casos. O período de incubação é de
dois a três semanas.
Disponível em: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2014/08/entenda-epidemia-de-ebola-na-africa.html
Acesso em 1º de agosto de 2014.
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