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segunda-feira, 29 de julho de 2013

NASA captura 'buraco' gigante na atmosfera do Sol

Fonte: BBC Brasil (2013)
Por NTV
Uma sonda da NASA e da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) registrou um buraco gigante na atmosfera solar, na área do polo norte do Sol. A sonda Observatório Solar e Helioscópico (SOHO, na sigla em inglês) capturou a imagem do buraco gigantesco no dia 18 de julho. A NASA afirma que os buracos, chamados de coronais, são regiões escuras de baixa densidade da camada mais externa da atmosfera solar, chamada de corona.
Estes buracos têm pouco material solar, temperaturas mais baixas e, por isso, aparecem mais escuros nas imagens. Os buracos coronais são ocorrências típicas do Sol, mas costumam aparecer em outros lugares e com mais frequência em momentos diferentes do ciclo de atividade solar, que dura cerca de 11 anos.
O ciclo de atividade solar atualmente está se encaminhando para o chamado máximo solar, um pico na atividade que deve ocorrer no final de 2013. Durante esta parte do ciclo, o número de buracos coronais diminui. No pico da atividade solar, os campos magnéticos no Sol mudam e novos buracos coronais aparecem perto dos polos.
O número destes buracos então aumenta e eles crescem de tamanho, se estendendo para além dos polos, enquanto o ciclo solar volta para o mínimo de atividade novamente. Os buracos são importantes para a compreensão do clima no espaço, pois eles são a fonte de ventos de alta velocidade com partículas solares, que são expelidos do Sol três vezes mais rápido do que os ventos solares vindos de outros lugares. Ainda não se sabe a causa dos buracos coronais, mas eles estão correlacionados a áreas do Sol onde os campos magnéticos aumentam e sobem, não conseguindo cair de volta para a superfície do Sol, como fazem em outros lugares.

domingo, 28 de julho de 2013

Espécies nativas do cerrado para recuperação de áreas degradadas e minimização de processos erosivos

Foto: Espécie vegetal "Serra da Canastra" (MG).                    Fonte: Arquivo pessoal Prof. Valter Fonseca (2013)


 Prof. Dr. Valter Machado da Fonseca*

APRESENTAÇÃO
Este anteprojeto visa ao estudo de espécies nativas do bioma cerrado, objetivando a possibilidade da utilização de tais espécies na recuperação de áreas degradadas e minimização de processos erosivos em áreas no interior do próprio bioma. A pesquisa aqui proposta visa, em primeiro lugar, realizar um estudo das espécies vegetais do cerrado que possuam as características necessárias para a recuperação das referidas áreas degradadas e/ou deformadas pela retirada da vegetação original.
A proposta deste estudo é de grande importância para a recuperação de áreas degradadas do cerrado, tais como processos de formação de ravinas e voçorocas, bem como reposição de matas ciliares e recuperação de áreas de nascentes e zonas de recargas dos aquíferos subterrâneos. Este estudo será proposto à Central Energética de Minas Gerais, com vistas a ser desenvolvido na Estação Ambiental da Usina Hidrelétrica de Volta Grande (EAVG/UHE/Volta Grande).
Este anteprojeto propõe ainda um estudo de espécies vegetais visando à urbanização, em especial em cidades pequenas e médias. Para tanto, é preciso pesquisar as espécies que possuam as características próprias para arborização urbana, identificando espécies próprias para ruas e avenidas, praças, parques e jardins.
No caso específico de matas ciliares é necessário identificar os fatores físicos, químicos e biológicos que interferem no sistema aquático/terrestre. Diante disso, é fundamental analisar o grau de Eutrofização das águas, nutrientes presentes no solo e a microfauna que compõem este ecossistema.  
Justificativa deste tipo de projeto
Conforme Rodrigues et. al (2007, p.74) existem diferenças entre áreas degradadas e áreas que sofreram perturbações. “áreas degradadas referem-se a ecossistemas alterados, onde perdas e/ou excessos são as formas mais comuns de degradação ambiental”. Neste sentido interpretativo os autores continuam sua argumentação ao afirmar que a retirada da cobertura vegetal, dependendo da intensidade, pode ser considerada uma forma de degradação ou uma perturbação ambiental. No caso da incapacidade de recuperação natural do ecossistema, “diz-se que está degradado e necessita de intervenções, porém, se mantém sua capacidade de regeneração, diz-se que o ambiente está perturbado e intervenções poderão acelerar o processo de recuperação” (CORREA &MELO, 1998).
Ainda segundo os (RODRIGUES et. al 2007, p.74):

A qualidade do sistema solo é definida por suas funções, que representam uma combinação de suas propriedades físicas, químicas e biológicas, as quais, por sua vez, provêm um meio para o crescimento de plantas, regulam o fluxo de água no ambiente e servem como tampão na formação, atenuação e degradação de compostos nocivos ao ambiente, pois sustentam uma enorme população de microrganismos (Doran & Parkin, 1994; Sposito, 1998). Ressalta-se que são raras as pesquisas que procuram avaliar a qualidade do solo sob o enfoque de degradação; certamente é uma área por meio da qual as pesquisas precisam evoluir para que rotinas sejam estabelecidas e o monitoramento e diagnóstico sejam facilmente realizáveis, pois a reabilitação de áreas degradadas não consiste de ações isoladas mas, sim, de um conjunto de atividades que têm, por objetivo, recompor a paisagem que foi perturbada (Dias Filho, 1998; Dias & Griffith, 1998).

Então, podemos verificar que a recuperação de ares degradadas e/ou minimização de processos erosivos dependem de uma série de fatores físicos, químicos e biológicos que atuam sobre a composição e/ou estruturação do solo erodido ou degradado. Desta forma, as pesquisas que tratam desta temática devem levar em consideração uma série de variáveis que se interrelacionam e incidem diretamente sobre as micro e/ou macro estruturas do solo em avaliação.
As áreas erodidas, degradadas e a escolha das espécies vegetais
Segundo Marimon Júnior; Haridasan (2005, p.914), vários são os fatores a serem observados quando se realizam pesquisas no cerrado:


A distribuição e a manutenção das diferentes fitofisionomias do Bioma Cerrado estão relacionadas com fatores edáficos e topográficos, além da ocorrência de fogo e perturbações antrópicas (Eiten 1972; RADAMBRASIL 1981; Oliveira-Filho et al. 1990). A profundidade efetiva, a drenagem, a presença de concreções no perfil, a profundidade do lençol freático e a fertilidade do solo são considerados os principais fatores determinantes da diversidade fitofisionômica (Eiten 1972; Haridasan 1992). O cerrado sensu stricto é uma vegetação savânica composta por um estrato arbóreo-arbustivo e outro herbáceo-graminoso (Eiten 1994). Normalmente, ocorre sobre Latossolos e Neossolos Quartzarênicos profundos, bem drenados, distróficos, ácidos e álicos e raramente sobre solos mesotróficos (Haridasan 1992). O cerradão é uma vegetação florestal que ocorre tanto em solos distróficos quanto mesotróficos, sendo sua composição florística variável conforme a fertilidadedo solo (Ratter 1971; Ratter et al. 1973; 1977; Araújo & Haridasan 1988).

  A composição litológica do cerrado e os solos dela derivados decorrem de uma série de fatores que devem ser observados tais como grau de acidez do solo (os solos do cerrado possuem uma grande quantidade de alumínio), drenagem da área a ser trabalhada, composição química/mineralógica do solo em questão, dentre outros fatores. É importante destacar ainda que a tipologia vegetacional do cerrado é adaptada à acidez do solo, bem como ao tipo de drenagem, profundidade do lençol freático, regime de precipitações pluviométricas, dentre outros fatores.
Da mesma forma, é preciso um olhar atento sobre o conjunto de microorganismos presentes nos solos e que participam do processo de aeração, de fixação de nutrientes, bem como do processo de decomposição de matéria orgânica presente no substrato edáfico do cerrado. Neste sentido, (RODRIGUES, et. al 2007) afirmam que:


A qualidade do sistema solo é definida por suas funções, que representam uma combinação de suas propriedades físicas, químicas e biológicas, as quais, por sua vez, provêm um meio para o crescimento de plantas, regulam o fluxo de água no ambiente e servem como tampão na formação, atenuação e degradação de compostos nocivos ao ambiente, pois sustentam uma enorme população de microrganismos (Doran & Parkin, 1994; Sposito, 1998).  

Portanto, a compreensão da população funcional de microorganismos presentes no solo é fundamental para o entendimento das interrelações que ocorrem no substrato edáfico dos ecossistemas cerradeiros e, consequentemente, das formas e manejo mais eficientes destes solos e dos processos de minimização de impactos, recuperação de áreas degradadas neste ecossistema.
Assim, para quaisquer estudos acerca de recuperação de áreas degradadas no bioma cerrado, da recomposição de matas ciliares e minimização de processos erosivos no interior do bioma é fundamental compreender as particularidades e singularidades do bioma. Nesta vertente, e preponderante a escolha de espécies vegetais nativas que tenham por características: sistema radicular agregador de partículas de solo, sistema radicular capaz de manter a umidade do solo, espécies que não interfiram na comunidade de microrganismos presentes no solo, espécies com boa capacidade de sombreamento, dentre outras características.
Segundo (PINTO et. AL 2008, p.2):

[...] muitas áreas na região de domínio do Cerrado ainda não foram florística e estruturalmente estudadas. Neste caso, a análise estrutural da vegetação, por meio de levantamentos fitossociológicos, coloca-se como uma das alternativas para se conhecer as variações florísticas, fisionômicas e estruturais a que as comunidades vegetais estão sujeitas (Scolforo 1993). De acordo com Martins (2004), os estudos fitossociológicos consistem na investigação das causas e efeitos da co-habitação de plantas em um dado ambiente e abrange desde a descrição de uma comunidade vegetal local até investigações de padrões recorrentes da vegetação numa escala geográfica. Além disso, esses estudos permitem comparações entre áreas distintas com a mesma fitofisionomia, ou distintas fitofisionomias numa mesma área (Martins 1991).

Conforme a contribuição de Pinto et. al. (2008), verifica-se ainda que além dos aspectos edáficos, os estudos referentes á recuperação de áreas degradadas e/ou alteradas do cerrado reclamam ainda um exame dos estratos vegetais (fitofisionomias) presentes no bioma. Desta forma, as pesquisas sob esta vertente demandam a interpretação e análise das diversas variáveis que compõem o bioma como uma totalidade.

OBJETIVOS:

Objetivo Geral: 

Ø  Compreender o funcionamento dos ecossistemas edáficos do cerrado, sua relação com os ambientes aquáticos, visando à seleção de espécies vegetais nativas para recuperação de áreas degradadas, recuperação de matas ciliares e minimização de processos erosivos no interior do bioma.

Objetivos específicos:

Ø  Diagnosticar e delimitar uma área degradada do cerrado para a realização da pesquisa;
Ø  Estudar a interrelação da microfauna presente no solo do cerrado com as condições naturais do bioma;
Ø  Analisar, descrever e classificar as espécies vegetais do cerrado que possuam o sistema radicular eficiente na agregação de partículas e sedimentos do solo do cerrado;
Ø  Analisar as principais espécies vegetais do cerrado que possuam eficiência na preservação da umidade do solo;
Ø  Verificar as espécies vegetais di bioma cerrado e sua capacidade de sombreamento para arborização urbana;
Ø  Selecionar espécies vegetais do cerrado para recuperação de áreas degradadas e minimização de processos erosivos no interior do bioma.

Referências

FRANCO, A. A. et. al. Revegetação de solos degradados. In: Floresta e Ambiente, 9(3):03-09, out./dez. 2002.  
FRAZÃO, L. A. et. al. Propriedades químicas de um Neossolo Quartzarênico sob diferentes sistemas de manejo no Cerrado mato-grossense. In: Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.43, n.5, p.641-648, maio 2008
MELLONI, R. et. al. Características biológicas de solos sob mata ciliar e campo cerrado no sul de minas gerais. In: Ciênc. Agrotec., Lavras, v.25, n.1, p.7-13, jan./fev., 2001 
MENDES, F. G.; MELLONI, E. G. P.; MELLONI, R. In: Aplicação de atributos físicos do solo no estudo da qualidade de áreas impactadas em Itajubá (MG).  Cerne, Lavras, v. 12, n. 3, p. 211-220, jul./set. 2006
PINTO, J. R. R. et. al. Composição florística e estrutura da vegetação arbustivo-arbórea em um cerrado rupestre, Cocalzinho de Goiás (GO). In: Revista Brasil. Bot., V.32, n.1, p.1-10, jan.-mar. 2009
REINERT, D. J. et. al. Limites críticos de densidade do solo para o crescimento de raízes de plantas de cobertura em argissolo vermelho. In: Rev. Bras. Ci. Solo, 32:1805-1816, 2008
RODRIGUES, G. B. et. al. Dinâmica da regeneração do subsolo de áreas degradadas dentro do bioma Cerrado. In: Revista Brasileira Engenharia Agrícola Ambiental, v.11, n.1, p.73–80, 2007.
VALCARCEL, R. Medidas físico-biológicas de recuperação de áreas degradadas: avaliação das modificações edáficas e fitossociológicas. In Floresta e Ambiente, Vol. 5(1):68-88, jan./dez. 1998.
ARATO, D. A. et. al. Produção e decomposição de serapilheira em um sistema agroflorestal implantado para recuperação de área degradada em Viçosa-MG. In: Rev. Árvore, Viçosa-MG, v.27, n.5, p.715-721, 2003


* Escritor. Geógrafo, Mestre e Doutor pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Professor e pesquisador da Universidade de Uberaba (UNIUBE). pesquisa.fonseca@gmail.com

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Ambientes naturais e modificados (antropizados)

Prof. Dr. Valter Machado da Fonseca*
Para que consigamos compreender o significado e a importância desses dois conceitos, é preciso o entendimento do mecanismo de construção e desconstrução do relevo terrestre e de suas estruturas geológicas.
Começando pelo princípio!
O planeta Terra nem sempre possuiu a configuração atual, seja na distribuição dos continentes, seja nas suas formas de relevo. No início, o planeta possuía intensas atividades tanto da atmosfera em formação, quanto das forças oriundas do núcleo do planeta. Assim, a Terra passou por um processo contínuo de vulcanismo, tectonismo e terremotos, o que foi fundamental para a formação da atmosfera e da evolução de suas primeiras formas de vida.
Com o resfriamento lento e gradual, o planeta foi redesenhando suas estruturas e selecionando os gases que iriam dar a ele a configuração atual de sua dinâmica atmosférica. Devido ao tectonismo, os continentes também foram se desmembrando, atingindo sua atual conformação. Então podemos afirmar que o planeta Terra passou por um lento e gradual processo de evolução de suas estruturas e elementos, seja em nível de superfície, seja em nível de relevo e de configuração e disposição de seus continentes.
Importante!!!
Para atingir seu estágio atual de evolução, o nosso planeta passou por um processo lento e gradual de seus elementos e estruturas, de maneira a permitir a construção das condições ideais para a existência de todas as formas de vida que hoje o habitam. Nesse processo de construção e desconstrução, a Terra levou milhões de anos, em tempo geológico. Assim, para que nosso planeta, por intermédio de sua dinâmica, chegasse a um sistema em equilíbrio, ela levou milhões de anos, geologicamente falando.
Nos dias atuais, a Terra ainda não atingiu sua estabilidade estrutural, o que podemos observar pela série de eventos naturais, como atividades vulcânicas e terremotos. Essas atividades indicam que o sistema terrestre busca, por intermédio desses eventos naturais, realizar um rearranjo e uma acomodação de suas formas e estruturas. Recentemente, tivemos uma mostra da magnitude desses eventos naturais: os terremotos do Haiti e do Chile.
Então, para se compreender os ambientes ditos naturais faz-se necessário o entendimento do processo de formação das feições geológicas e topográficas, aliadas aos aspectos climáticos, vegetações, tipos de solos, relevo, temperatura, enfim, do conjunto de aspectos e fatores que compõem as paisagens naturais da Terra. Para se analisar essas paisagens é preciso considerar a biosfera, ou seja, o conjunto de seres vivos que compõem esses ambientes, dentre eles a própria espécie humana. Para que o ambiente seja considerado natural, ele não pode ter passado por profundas transformações decorrentes das ações antrópicas ou antropogênicas incidentes sobre ele.
Importante!!!
Um determinado ambiente é dito “natural” quando ele ainda não passou por profundas transformações artificiais decorrentes da ação humana. Isso faz com que cheguemos à conclusão de que o homem possui, ou seja, as atividades humanas possuem grande capacidade de modificar, transformar os ambientes naturais, deslocando, dessa forma, o equilíbrio das forças que mantém o equilíbrio nesses locais. Assim, concluímos que a força antrópica é muito potente, no que diz respeito à transformação dos aspectos naturais dos ambientes terrestres. Da ação desordenada dessas forças sobre os aspectos naturais do ambiente é que surgem os fenômenos que chamamos de “degradação ambiental”.
Nos dias de hoje, é muito difícil apontarmos um ambiente que seja, de fato, natural, que conserve ainda suas características originais, uma vez que o homem já conseguiu expandir suas atividades pelos locais mais distantes, escondidos e longínquos do planeta.


* Escritor. Geógrafo, Mestre e Doutor pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Pesquisador e professor da Universidade de Uberaba (UNIUBE). pesquisa.fonseca@gmail.com