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sexta-feira, 16 de outubro de 2020

SER EDUCADOR (A) É DOAR-SE INTEGRALMENTE

 

Foto: Prof. Valter Machado da Fonseca (2020)

Prof. Dr. Valter Machado Fonseca

O que é ser educador (a)? Esta é uma das indagações mais difíceis de serem respondidas. Há 35 anos atrás, jamais me passou pela cabeça em me tornar um educador. Pensava em inúmeras profissões, porém, a docência nem chegava a ser cogitada por mim. Mas, a vida nos prega peças repentinas! E aí estou eu em sala de aula.

É importante destacar que a docência, o ofício de ser professor é uma arte, talvez uma das mais complexas e também uma das mais belas. Ser educador não é, e jamais será (em minha modesta opinião) um mero transmissor de conhecimentos universalmente consagrados. Até porque os conhecimentos não se constituem em verdades dogmáticas, prontas, acabadas e definitivas. Eles são passíveis de contestação e devem ser contestados.

Como o disse muito bem o nosso querido Paulo Freire, “o educando não é um mero receptáculo de conhecimentos e conteúdos artificialmente produzidos”. Ele é, sobretudo, um agente com enorme potencial de transformação da realidade em que vive. Ele é um ator social que irá atuar na sociedade, visando modificá-la, transformá-la. E como agente de formação de pontos de vista, de contestação, ele irá iniciar esta transformação no interior da própria escola. Em interações e relações sociais, com os outros, com o mundo e com as coisas do mundo, ele irá potencializar sua capacidade de intervenção na realidade social do mundo, visando o enfrentamento de sua aventura maior, a vida.

“Mas, e a vida? E a vida? Diga lá o que é meu irmão”! Vamos de Gonzaguinha: a vida não possui fórmulas mágicas para enfrentá-la. Faz-se necessário encará-la de frente. É preciso saber ler o mundo: realizar a leitura da palavra e a leitura do mundo, nos dizeres de Freire. Então, a vida não é tão simples: Não dá para ficar no “deixa a vida me levar”, me desculpe Zeca Pagodinho (apesar deste refrão gosto muito de ti). A vida tem que ser encarada de frente, não existe predestinação, nem fórmulas mágicas para enfrentar as atrocidades da vida. E a escola tem que servir para isso, ela tem que servir para alguma coisa. Porra! Tem que servir para algo que faça este mundo de desiguais balançar, estremecer. E os educandos têm que ser protagonistas dessas transformações.

O Prof. Carlos Brandão diz com muita propriedade que “a escola não é o único lugar em que se aprende e, talvez nem seja o melhor”.  Tenho pleno acordo com o Prof. Brandão! Os (as) nossos (as) educandos (as) não são tábuas rasas: eles trazem consigo uma belíssima bagagem de conhecimentos extraclasse e, estes conhecimentos têm que ser lapidados com o auxílio do educador (a). Então, caros (as) amigos e amigas, a nossa tarefa de verdadeiros educadores é complexa, pois, lidamos com seres humanos e não com mercadorias como quer o mercado e, pasmem! Há uma infinidade de pseudo-educadores que defendem isso com unhas e dentes: a educação como mera mercadoria!

Enfim, meus amigos e minhas amigas, o conceito de um verdadeiro educador se constrói no chão da sala de aula, no olho no olho de seus educandos e educandas. Educar exige doação, exige parceria, cumplicidade, solidariedade, reconhecimento e, acima de tudo, demanda a problematização do mundo e da vida. Temos que formar seres humanos em sua total plenitude e não robôs para atuarem como escravos da mais valia. Se o Estado não é capaz de reconhecer a significação e o papel do educador (a), peço encarecidamente a todas as pessoas honestas e de boas intenções, por favor valorizem os (as) nossos (as) educadores (as). Não saiam por aí dizendo um monte de asneiras, repetições dos discursos do Estado neoliberal que quer, no fim das contas implodir, soterrar definitivamente a educação e juntamente com ela o nobre ofício do educador (a)! Reflitam sobre isto! Fiquem bem e sejam felizes na medida do possível. Amo vocês! 

Créditos da fotografia: Carmen Lucia Ferreira Silva (2020)       

domingo, 11 de outubro de 2020

DE HOJE EM DIANTE...

 

Foto: Prof. Valter Machado da Fonseca (2020)

Prof. Dr. Valter da Machado Fonseca

A crise sanitária que veio à tona com a pandemia está me fazendo refletir intensamente acerca de muitas coisas que, anteriormente, pareciam supérfluas. Então, resolvi externar aos (às) amigos (as) estas breves reflexões.

De hoje em diante não mais me preocuparei com banalidades, superficialidades e futilidades. Não mais opinarei sobre os discursos vazios de “politicagens baratas” que veiculam na internet. Não me preocuparei com os discursos insanos dos psicopatas fascistas, com os reacionários, com os profetas e charlatães.

De hoje em diante não perderei mais o meu tempo em responder provocações insanas, descartáveis e fúteis. De hoje em diante não farei a mínima questão de ser entendido por quem se recusa a entender, por quem se recusa a ouvir. De hoje em diante não escreverei nada para atender as insanidades e exigências esdrúxulas da academia, aliás, ela (academia) está tão distante da população como o sol está distante da Terra.

Escreverei aquilo que me dá prazer e não o que me aliena, negarei a alienação de todas as formas possíveis e impossíveis, pois, como diz o “velho” Marx, “a superação da alienação se dá pela negação da própria alienação”. Pesquisarei porque gosto de pesquisar, porém, não pesquisarei sobre inovação e tecnologias como quer a arcaica academia. Muito menos pesquisarei sobre a tal Inteligência Artificial (AI), afinal para que serve esta baboseira se temos a inteligência mais rica em toda sua plenitude: a Inteligência Humana (IH).

Este monte de baboseiras que as agências de fomento à pesquisa nos querem fazer pesquisar, tem um único objetivo: produzir mais-valia para a reprodução expandida do capital visando o bem-estar das elites burguesas que sugam nosso sangue e o suor de nosso trabalho para viver com o luxo que produzimos para elas.

De hoje em diante, procurarei viver de forma plena, sem amarras nem compromissos com as fórmulas mágicas da burguesia decadente, pois, a burguesia fede como muito bem o disse Cazuza. De hoje em diante, procurarei insistente e incessantemente por tudo que é humano, que é sensível e que acalenta meu espírito. Não mais refletirei sobre discursos superficiais e vazios. Darei ênfase às ações práticas no mundo. Sempre que preciso agirei, porém agirei ombreado com todos aqueles que estão do lado certo da trincheira. 

De hoje em diante procurarei constantemente pela vida, ao invés da morte física e do espírito. Serenidade e sensibilidade serão as palavras-chave que nortearão minha existência. Um abraço para todas (os), sejam felizes e se cuidem!   

Créditos da fotografia: Carmen Lucia Ferreira Silva (2020)  

 

LANÇAMENTO 2020

 

Os Três volumes da obra

Prof. Dr. Valter Machado da Fonseca

Eu e Carmen Lucia Ferreira Silva (minha companheira), temos a grata satisfação de apresentar aos amigos e amigas o último lançamento da Editora DIÁLOGO FREIRIANO (RS). Trata-se de uma coletânea em homenagem ao centenário do Prof. Paulo Freire, dividida em três volumes e composta por diversos capítulos contemplando uma multiplicidade de interpretações da obra do saudoso educador pernambucano. A coletânea foi editada impressa e em E-book.

Eu e Carmen temos a honra de ter um capítulo em cada um dos três volumes, sendo que cada volume tem mais de 300 páginas. A coletânea completa tem mais de 1200 páginas.

Em breve, disponibilizaremos o E-book para todos (as) amigos e amigas. A ideia não é vender, mas sim divulgar o pensamento do Prof. Paulo Freire em seu centenário, uma singela homenagem a este grandioso educador.

Um abraço a todos (as)!