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sábado, 19 de maio de 2012

Palestra Cemig/Engenharia Ambiental (Uniube) foi sucesso

Foto: Painel reservatório Cemig     Fonte: Arquivo Prof. V. M. da Fonseca (2012)

Foto: Pedro Lucena     Fonte: Arquivo Prof. Valter Machado da Fonseca (2012)

Foto: Vista plateia       Fonte: Arquivo Prof. Valter Machado da Fonseca (2012)

Foto: Vista plateia       Fonte: Arquivo Prof. Valter Machado da Fonseca (2012)

Foto: Prof. André Fernandes - Abertura palestra. Fonte: Arquivo V. M. da Fonseca (2012)


Por NTV
O curso de Engenharia Ambiental da Universidade de Uberaba realizou neste dia 16 de maio de 2012, relevante palestra com representante da Central Energética de Minas Gerais (Cemig). O palestrante foi o Engenheiro Florestal e coordenador da Área Ambiental da Gerência de Manutenção de Ativos de Geração Oeste – MG/OE da Cemig, José Pedro Vasconcelos Lucena. Ele é formado pela Faculdade de ciências Agrárias do Pará, hoje Universidade Federal Rural do Amazonas (UFPR). Ele ainda Participou de importantes Projetos, tais como: limpeza do reservatório da UHE Tucuruí no Pará, elaboração de nove inventários florestais na Amazônia, para a instalação de Usinas Termelétrica para as “Centrais Elétricas do Amazonas” – CELETRAMAZON e Coordenou a Área Ambiental durante a construção da UHE Nova Ponte, pala Leme Engenharia e Cemig.
Sob o tema "A Companhia Energética de Minas Gerais - Cemig: responsabilidade socioambiental e as experiências do complexo da Estação Ambiental de Volta Grande - EAVG", o evento foi um grande sucesso. Lucena fez uma brilhante explanação, abordando aspectos fundamentais sobre o papel, a responsabilidade e o compromisso da empresa para com as questões socioambientais. Ele abordou o histórico de atuação da Cemig em Minas Gerais e seu importante papel em projetos da microrregião do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, a exemplo do trabalho nas UHEs de Jaguara, Volta Grande, Nova Ponte e Pai Joaquim. Ele enfatizou que a empresa está ciente do seu papel diante da ciência, da legislação e da sociedade, no que concerne à sua responsabilidade com as questões sociais e ambientais dos tempos modernos e que a empresa tem feito, ao longo de todos os anos em que atua no mercado de energia, um esforço supremo no sentido de assumir todos os compromissos nesta área.
Ele destacou as ações sociais e ambientais que a empresa idealizou e colocou em prática, o que valeu a ela, prêmios de reconhecimento internacional, nas áreas de planejamento, organização, produção e gestão dos recursos energéticos. Pedro Lucena também abordou questões relativas à segurança no trabalho e prevenções que devem ser tomadas pela população em relação à segurança com a rede elétrica. Por fim, ele apresentou os projetos que a Cemig desenvolve atualmente, evidenciando a construção do Centro de Excelência em estudos ambientais, em especial estudos acerca da ictiofauna dos rios da região, visando à recomposição das espécies em época de Piracema. Para isso, a empresa tem um importante projeto, já em prática a anos, denominado “Peixe Vivo”. Finalmente, ele abordou a necessidade e o interesse da empresa em construir parcerias, especialmente com Universidades, visando à realização de pesquisas e estudos sobre as questões socioambientais.
Os professores da Engenharia Ambiental Carlos Messias, Tiago Zanqueta e Carolina Oliveira abrilhantaram o evento com sua presença. Destacamos também a presença da professora Elizabeth Uber Bucek do curso de Farmácia e Engenharia Química da Uniube. Os professores André Luís Teixeira Fernandes (gestor do curso) e Valter Machado da Fonseca (docente), idealizadores e organizadores do evento, o consideraram como extremamente significativo, pois, além da riquíssima apresentação do palestrante, ele significa um marco para o início de uma parceria séria do curso de Engenharia ambiental, com empresas dessa magnitude, em especial a Cemig. Eles agradecem, especialmente, aos alunos do curso de Engenharia Ambiental, que lotaram o anfiteatro da Biblioteca e garantiram o pleno sucesso do evento.

sábado, 12 de maio de 2012

Os trabalhadores e as eleições na França e na Grécia

Foto: Comemoração popular eleições francesas      Fonte: noticias.pt.msn.com

Valter Machado da Fonseca
No domingo de 06 de maio de 2012 o resultado das eleições na França lança uma série de elementos altamente significativos e que vem reafirmar que a classe trabalhadora europeia não esqueceu suas lutas e, consequentemente, suas conquistas ao longo história do movimento operário mundial.
Estas eleições apresentam, basicamente, duas vertentes importantes que precisam ser analisadas à luz dos principais acontecimentos que demarcam a conjuntura política mundial, em especial, a crise estrutural do capitalismo que varre a Europa de ponta a ponta. Diante disso, as eleições francesas colocam em pauta dois aspectos extremamente significativos para a análise do atual momento político mundial. Por um lado, a vitória nas urnas de François Hollande do Partido Socialista Francês (PSF) aponta um rumo interessante que precisa ser interpretado corretamente. Em que pese toda a distância que o PSF se encontra das origens e das lutas históricas da classe trabalhadora francesa e europeia, e ainda, seu alto grau de degeneração, sua vitória nessas eleições tem um importante significado simbólico.
Diferentemente da eleição de François Miterrand que dirigiu o Estado francês no período de 1981/1995, num outro contexto político, a eleição de Hollande ocorre no ápice de um período marcado por crises nunca dantes experimentadas na Europa, a crise estrutural do capital que se manifestou de forma contunde desde 2008, atingindo nos dias atuais nos dias atuais seu estágio mais avançado. Diante disso, se coloca a indagação central para o entendimento desse momento político: o que significa a vitória do Partido Socialista Francês em pleno ápice da crise econômica europeia, considerada a pior de toda sua história? Este é o primeiro elemento que precisa ser analisado.
A opção dos trabalhadores franceses pelo Partido Socialista demonstra que mesmo sabendo do estado de degeneração deste partido, eles o escolheram pela identificação com algo que tem uma ligação simbólica com as lutas e trajetória histórica do movimento operário europeu. É preciso entender também que os trabalhadores europeus foram os grandes protagonistas na construção do movimento operário mundial, das lutas históricas que resultaram nas conquistas heroicas do movimento dos trabalhadores em nível mundial. A participação efetiva na história do movimento da classe trabalhadora reflete nas gerações mais novas dos trabalhadores uma série de experiências de luta e de resistência da classe operária europeia. Assim, mesmo diante do processo de entreguismo histórico configurado na desarticulação do chamado “socialismo real” configurado e desconfigurado na extinta URSS, os trabalhadores não perderam o norte de sua orientação histórica. Então, a vitória do PSF significou uma rejeição à política de fraudes, de entreguismo das conquistas dos trabalhadores aos agentes do capital de Nicolas Sarkozy, ao mesmo tempo em que apontam a saída da crise, exatamente, para sua auto-organização, por intermédio dos instrumentos históricos de lutas da classe trabalhadora (vide grande greve geral em defesa dos direitos previdenciários).
No mesmo dia da eleição da eleição francesa, os trabalhadores também dão sua resposta nas eleições legislativas da Grécia. A eleição grega demonstrou que os trabalhadores rejeitaram categoricamente, os partidos que dão sustentação à Troika (União Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional). Os dois partidos pró-austeridade e pró-europeus gregos, o Pasok (socialista) e a Nova Democracia (direita), que governam juntos desde o fim de 2011, sofreram uma grande derrota, conseguindo apenas 32,4 por cento dos votos nas eleições legislativas.
O segundo aspecto das eleições europeias (França e Grécia) que necessita de análise, refere-se à ascensão de setores aparentemente inexpressivos e/ou adormecidos como os partidos nazifascistas da ultradireita. A ascensão destes setores reacionários derrotados historicamente pelo movimento das massas trabalhadoras volta à cena política para preencherem as lacunas deixadas pela crise estrutural do capital e dos planos de austeridade dos governos dos Estados europeus que defendem a política de entrega das conquistas históricas da classe trabalhadora em detrimento de salvaguardar as instituições podres do Estado europeu falido, como os grandes grupos econômicos e banqueiros. A frágil estrutura montada pelo FMI para a Grécia cambaleia após as eleições nesse país da Eurozona, na qual o povo expressou sua forte rejeição aos “ajustes” econômicos.
Para ilustrar o avanço das organizações nazifascistas na Europa é importante destacar um trecho de Martins (2012) em matéria do “Correio do Brasil”:
Assim como Jean-LucMélenchon eletrizou parte da esquerda francesa adormecida e desencantada com sua nova leitura do socialismo, revivendo comícios dignos da Revolução Francesa, da Comuna de Paris ou da vitória do Programa Comum da esquerda que levou Mitterrand à vitória, em 1981, é certo que a derrota da direita de Sarkozy, em franco adultério com a extrema-direita de Le Pen, despertará os ideais socialistas nos eleitores europeus.  Os ventos vão mudar a partir de domingo, mas um espectro ressuscitado por Sarkozy, na louca tentativa de conseguir obter mais votos, ficará rondando à espera de intervir e de transformar a vitória de domingo numa catástrofe. Sarkozy no seu desespero diante da derrota fez como Fausto um pacto com o Diabo e, pela primeira vez, desde o fim da Segunda Guerra Mundial, ressurgiu na boca de uma presidente francês a linguagem do marechal Pétain, colaborador de Hitler após a ocupação da França.  No afã de conquistar os votos da extrema-direita francesa do Front National, liderada agora pela filha de Le Pen, Marine, o já quase ex-presidente deu legitimidade e tornou compatível o discurso racista, ante estrangeiros e nacionalista popular dos neonazistas franceses.  Mas tudo em vão, porque Marine Le Pen, que promete restabelecer a pena de morte, expulsar os estrangeiros e branquejar a França, tem outro plano – fragmentar e destruir a direita francesa para reconstituí-la como um forte partido híbrido de extrema-direita. (CORREIO DO BRASIL, 2012). Disponível em: http://correiodobrasil.com.br/sarkozy-perde-mas-ressuscita-a-besta/445632/. Acesso em: 11 de abril de 2011.

O ressurgimento dessas organizações nazifascistas na cena política do velho continente é fruto da podridão das estruturas enferrujadas da máquina produtiva capitalista que abre espaços agora para a reprodução das mazelas que levam as populações pobres à penúria e sofrimento extremos. Estes atores decadentes voltam ressurgem das cinzas como sintomas do estado de barbárie que já se anuncia, em função da ineficiência do Estado capitalista em responder a quaisquer anseios dos setores explorados e marginalizados da sociedade moderna, devido ao esgotamento total das forças produtivas da humanidade.
Então, a crise estrutural do capital nos Estados capitalistas europeus abre duas possibilidades no cenário político e econômico mundial: ou a reorganização do movimento operário combinado com uma releitura dos princípios marxistas para os tempos modernos, abrindo a via para a superação (em prazo indefinido) da crise estrutural deste modelo econômico ou, a humanidade estará sujeita a amargar a volta do terror, miséria e sofrimento decorrentes de um paradigma econômico cujas engrenagens estão completamente corroídas e enferrujadas. O sistema capitalista, em crise estrutural descortina uma crise gigantrsca de projetos de homem e de natureza.      

segunda-feira, 7 de maio de 2012

DUAS VIDINHAS “NOVINHAS EM FOLHA”

Foto: rosa em vida.                                   Fonte: pqavidaassiim.blogspot.com

 
Valter Machado da Fonseca*
Domingo passado, numa revista eletrônica de uma das maiores emissoras de TV do Brasil, vi uma matéria jornalística formatada de maneira absurdamente vergonhosa. Não sei se o termo “Vergonhoso” faz jus à minha decepção e ao susto que tive diante da forma com que a matéria foi formatada. E ela foi anunciada por um dos apresentadores da revista eletrônica, também recentemente formatado, no sentido mais amplo da notícia enquanto mercadoria.
A matéria “jornalística” [agora entre aspas, porque não sei mais o que é jornalístico diante de uma matéria com esta] tratou do assunto que já deixou de ser manchete no telejornalismo há certo tempo, a tão comentada “barriga de aluguel”. Tratava-se de um casal que queria ter filhos, mas, por um motivo qualquer, não podia tê-los. Aí, o casal resolveu apelar para a Índia, local onde, na atualidade, é legalmente permitida tal prática. Note que, o que está em discussão neste texto não é a validade [o mérito] das experiências científicas com a tal “barriga de aluguel”, mas trata-se, fundamentalmente, da conotação, da forma com que a emissora de TV tratou do assunto.
Observem que o assunto em questão envolve relações humanas, sensibilidade e, sobretudo envolve vidas humanas e mais, envolve vidas de crianças. O “jornalista” em questão, ao finalizar a matéria e, para dar ênfase ao sucesso do casal que conseguiu alcançar seu desejo de ter filhos, por intermédio da “barriga de aluguel”, utilizou a seguinte frase: eles conseguiram “duas vidinhas novinhas em folha”.
Aparentemente, para os menos avisados e desinformados, a frase é descuidadamente inocente. Mas, absolutamente não o é, meus caros (as) leitores (as)! Existe propositadamente uma forte dosagem de ideologia altamente sacana, por detrás de tal afirmação. O termo “novinho em folha” é um termo altamente capitalista utilizado para quaisquer mercadorias [bens de consumo] que acabaram de sair de uma fábrica. É um termo utilizado para carros novos, geladeira nova, bicicleta nova, casa nova, dentre outros. É um termo que teve sua origem na linha de montagem da produção em série de diversas mercadorias que visam ao atendimento dos mercados consumidores.
Será que as vidas humanas, em especial as vidas de crianças recém-nascidas, podem ser chamadas de “vidinhas novinhas em folha”. Não! Absolutamente não, meus caros leitores! Não se pode permitir que vidas humanas sejam banalizadas, sejam colocadas no nível de uma reles mercadoria de consumo. Não se pode permitir que a vida humana seja tão aviltada como se fosse um simples bem de consumo. A vida humana não pode jamais ser descartada, jogada no lixo, desta forma tão manipulada, para atender às demandas do mercado da indústria das telecomunicações, como é o caso das grandes redes de TVs.  Será que o marketing tradicional de vendas de produtos televisivos está tão inoperante, tão ineficiente e tão incapacitado que exige um rebaixamento tão vexatório da condição humana?
Vamos torcer, ardentemente, que a sociedade do fetiche e sedução ao consumo e ao descartável não tenha atingido tal estado de degeneração. Tomara que este seja apenas mais um caso isolado de culto ao consumismo, aos enlatados e aos descartáveis e que não se torne regra geral. Torçamos para que a afirmação do nosso querido Boaventura de Sousa Santos “o capital promove a conversão do corpo humano em mercadoria última” não esteja tão latente como aparece na matéria da revista eletrônica de domingo na TV. Caso contrário, além de “nossas vidinhas estarem novinhas em folha”, estaremos entrando, definitivamente, em um mundo e numa sociedade decadentes, degenerados, corroídos e “velhinhos como sucatas”.             


* Escritor. Geógrafo, mestre e doutorando pela Universidade Federal de Uberlândia. Pesquisador e professor da Universidade de Uberaba. machado04fonseca@gmail.com