Total de visualizações de página

quarta-feira, 29 de julho de 2015

O DESCONHECIDO!

Fonte: historiahistoria.com.br (2015)



Por Valter Machado da Fonseca
Um dia, passou por aqui uma moço forte e corajoso;
Ensinando o povo a viver melhor!
Trazia um fuzil numa mão e, na outra um violão.
Alforria! Alforria pra Maria! Alforria pro João!
Alforria pra farinha! Alforria pro feijão!
Em cada roça que chegava, os coronéis se preparavam;
E pegavam no armamento.
Diziam! Que mau momento! Livrai-nos sinhô dos passos!
Esse homem é o diabo, ele que fazer o inferno dessa aldeia feliz!

Mas, o moço não queria infernizar ninguém.
Ele só queria que safra fosse do trabalhador também.
Que na casa grande não sobrasse tanta comida e;
Que na mesa do pobre não faltasse tanta vida!
Que um bando de irmandade se espalhasse por aí.

Mas um dia, que nem cristo, corisco e lampião;
Uma tal de “Juca de Nada”, um famoso puxa saco,
Levou onde estava o moço, os capangas do patrão.
E foi um tiroteio danado! Foi até o sol raiar.
E, quando a jagunçada malvada, já cansada de atirar.
Pararam para ver o moço, que não cansava de sonhar!

terça-feira, 28 de julho de 2015

SOPHIE! Um raio de luz!

Foto: Arquivo Valter M. da Fonseca (2014)



Prof. Dr. Valter Machado da Fonseca*
Sophie é nossa maritaquinha! Ela nossa eterna companheira (minha e Carmen, minha companheira). Mas, sua presença faz-nos refletir sobre a aparência e a essência. É uma pequena ave, exuberante na essência e infinitamente bela na aparência. Seu estado de espírito, sua percepção fora do normal, faz com que reflitamos com mais seriedade sobre o reino dos animais ditos “irracionais”. Sua presença nos faz indagar sobre o real significado da suposta racionalidade dos seres humanos. Os humanos, esses seres “racionais” fazem coisas que a própria razão desconhece. Vemos a luta ininterrupta dos humanos entre si, a luta de iguais de extermínio de da espécie por indivíduos da própria espécie. Se isto é racionalidade, talvez a irracionalidade de indivíduos com a Sophie tenha muito mais significado, seja muito mais lógico.
A ingenuidade da Sophie, sua total confiança nos seres humanos, sua total capacidade de se entregar totalmente a nós, mesmo sendo uma pequenina ave, extremamente frágil, indefesa, nos deixa a sublime lição da entrega, da confiança da admiração e da fidelidade até às últimas consequências. Isto é que a faz um ser singular, ímpar, sem igual. Quão bela é a capacidade da entrega total sem pedir nada em troca! Quão linda é a capacidade de fidelidade sem nenhuma forma de cobiça, de inveja, ao contrário, é uma fidelidade pura, ingênua, cristalina. É um pequenino ser, capaz de distribuir, gratuitamente, em todos os momentos, a felicidade e a alegria por intermédio de gestos simples. Tudo que pede em troca é um punhadinho de carinho, de afago.
Observando a Sophie, nossa doce “papagainha”, é que temos a noção de o quanto a raça humana é egoísta, autodestrutiva, autofágica até. Mas, a simples existência de Sophie nos deixa um rastro de esperança de que se estas qualidades proliferam numa pequenina ave, porque não poderão um dia se proliferar para, pelo menos, uma parte da humanidade. Talvez, um dia, quem sabe, a Sophie não seja capaz de irradiar em todas as direções seu lindo raio de luz, tirando o homem de sua mediocridade, mesquinhez e solidão.   


* Escritor. Geógrafo, Mestre e Doutor pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Pesquisador e professor da Universidade de Uberaba (UNIUBE). pesquisa.fonseca@gmail.com

quarta-feira, 22 de julho de 2015

ENTRE RATOS, GATOS E SAPATOS!




Prof. Dr. Valter Machado da Fonseca
Conta a lenda, que num certo país existiam homens cruéis que arquitetavam planos mirabolantes para exterminar tudo que era belo, tudo que tinha substância e que era significativo para a vida das pessoas. Assim, começaram por destruir as flores, as samambaias, as orquídeas, as begônias, as árvores. Não gostavam das cores, nem dos aromas, sabores e odores. Sentiam inveja das flores porque elas chamavam a atenção sem mesmo se dar conta disso, sem o mínimo esforço para isso. Eram belas simplesmente por serem belas! Eram perfumadas, simplesmente porque exalavam uma inigualável fragrância, natural, que inebria os sentidos e viola os ouvidos.
Não gostavam das árvores porque eram verdes, exuberantes, magníficas, imponentes. Aliás, o verde também era uma cor e, além de ser uma cor, tem odor, tem sabor. E os homens detestavam cores e sabores. Desta forma, resolveram que as flores e as árvores não eram necessárias. Assim, como também eram desnecessários os animais, pois eles dependiam das árvores, das flores, das cores e sabores. Por isso, diz a lenda, que os homens bárbaros, cruéis, resolveram exterminar tudo que tinham cores e sabores, enfim, tudo que tinham vida.
Num dia, conta a lenda! Eles conseguiram seu intento: exterminaram todas as formas de vida. E, a partir deste dia, tudo em volta ficou árido, cinzento, opaco, vazio. A terra, outrora fecunda, virou imunda, vazia, nua, sem cores, sem flores, sem brilho, sem aroma, sem sabores. Ali, onde um dia tudo eram flores ficou escuro, fez-se o caos, virou cogumelo. E, conta a lenda, que estes homens cruéis podem estar dentro de sua casa, bem pertinho de ti, entre ratos, gatos e sapatos. Portanto, preserve tuas flores, teus aromas, tuas cores e sabores!