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sexta-feira, 30 de maio de 2014

A DINÂMICA DOS ECOSSISTEMAS: O clima e as precipitações pluviométricas


Prof. Dr. Valter Machado da Fonseca*
Se considerarmos o período compreendido entre as duas últimas décadas até os dias atuais, iremos verificar o declínio da média do volume anual das precipitações pluviométricas, especialmente na região Sudeste e Sul do Brasil. Isto pode ser constatado pelos registros das principais estações climatológicas destas duas regiões.
E o que isto significa?
O declínio do volume de chuvas está diretamente associado à homogeneização das formações vegetais no bioma cerrado, o acúmulo de atividades antropogênicas neste mesmo bioma o que vai incidir sobre o equilíbrio termodinâmico deste bioma, diminuindo a entrada de água e o aumento do consumo energético destes ecossistemas. A ruptura deste equilíbrio gera, sobretudo, um desequilíbrio climático promovido especialmente pela diminuição da evapotranspiração em decorrência da supressão de formações vegetais nativas e/ou introdução de espécies vegetais homogêneas por intermédio do plantio dos diversos tipos de monoculturas para a exportação. O significado de tudo isto não sinaliza boas perspectivas nem para o bioma cerrado, nem para os recursos hídricos que o drenam.
Toda esta carga antropogênica sobre os recursos naturais irá incidir sobre as formações climáticas regionais, especialmente sobre o volume das águas de superfície com das águas subterrâneas. Podemos verificar, claramente, o rebaixamento do lençol freático em diferentes áreas do Sul e Sudeste do Brasil, indo desde os pampas e pradarias gaúchos até ás áreas nucleares do cerrado do Sudeste e até mesmo do Centro Oeste. Isto fica bastante evidente quando examinamos o volume hídrico do sistema do Rio Cantareira que abastece boa parte da cidade de São Paulo e a região metropolitana da capital paulista.
O que fazer?
É necessário realizar urgentemente um estudo aprofundado de medidas que visem à recuperação dos recursos hídricos destas importantes regiões do Brasil. É preciso, efetivamente, realizar um levantamento dos diversos pontos críticos, apontando para medias de recuperação de áreas degradadas como matas ciliares, recomposição de vegetações de nascentes, reposição de faixas de vegetação nativa em pontos estratégicos visando à manutenção do nível dos lençóis. Ao mesmo tempo, medidas de recuperação da fauna aquática e revitalização dos nossos rios, o que irá lentamente restabelecer o equilíbrio dos ecossistemas naturais e contribuir para o aumento da evapotranspiração. Desta forma, estaremos dando passos decisivos para o uso e o manejo correto de nossos recursos hídricos buscando evitar a catástrofe do esgotamento de nossas fontes de água potável.     


* Escritor. Geógrafo, Mestre e Doutor pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Pós-Doutorando pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU).  Pesquisador e professor da Universidade de Uberaba (UNIUBE). machado04fonseca@gmail.com

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Dia Mundial da Migração de Peixes

Foto: Stand Eng. Ambiental                                       Fonte: Prof. Valter Fonseca (2014)
Foto: Francienne Gois: Gestora   Eng. Ambiental             Fonte: Prof. Valter Fonseca (2014)
Foto: Profª. Alessandra no stand da CEMIG   Fonte: Arquivo Prof. Valter Fonseca (2014)

Foto: Stand da CEMIG                        Fonte: Arquivo Prof. Valter Fonseca (2014)

Foto: Peixes do Rio Grande produzidos pela CEMIG   Fonte: Prof. Valter Fonseca (2014)

Prof. Dr. Valter Machado da Fonseca

Neste último sábado (24) foi realizada mais uma versão da Uniube Aberta. Trata-se de um evento muito significativo, no qual a Universidade de Uberaba realiza anualmente uma mostra das principais atividades desenvolvidas por seus diversos cursos, para a comunidade de Uberaba e região. No evento deste ano, quero dar um destaque especial na parceria realizada entre as Centrais Energéticas de Minas Gerais (CEMIG) e o curso de Engenharia Ambiental da universidade de Uberaba. Além de seu stand próprio, o curso de Engenharia Ambiental também marcou presença no stand da CEMIG, cujo tema principal foi comemorar o Dia Mundial da Migração de Peixes.

É importante salientar que a migração de peixes é extremamente relevante para a procriação e preservação das diversas espécies da ictiofauna presentes nos corpos d’água que compõem as principais bacias hidrográficas de nosso país. A CEMIG realiza na UHE Volta Grande a reprodução em cativeiro das espécies mais importantes de peixes da bacia do Rio grande. Os alevinos produzidos pela empresa têm como objetivo o repovoamento do Rio Grande, garantindo a preservação das espécies deste importante manancial. O stand da CEMIG deu total ênfase ao Dia Mundial da Migração de Peixes. A organização do stand ficou sob a responsabilidade da Professora mestra Alessandra Bedore (foto), competente bióloga e exímia pesquisadora desta empresa energética.

No stand foram distribuídas mudas de espécies vegetais para arborização, folhetos e materiais informativos e educativos acerca da importância da preservação da ictiofauna, bem como folders explicativos sobre as atividades de peixamento e educação ambiental desenvolvida pela CEMIG na UHE Volta Grande. Os organizadores consideram que a atividade atingiu pleno êxito e deverá ser repetida na próxima versão da Uniube Aberta.       

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Comemorar o que nesta Copa do Mundo?

Prof. Dr. Valter Machado da Fonseca*
É decepcionante constarmos que a apenas vinte dias da realização da Copa do Mundo em nosso país, sentirmos que não existe o menor clima em relação ao evento. Pelo contrário, o clima que se percebe por todos os cantos deste nosso Brasil é de decepção, de medo e de frustração diante do escandaloso despejo de dinheiro dos cofres públicos para a realização de um evento esportivo, ao qual terão acesso apenas os setores abastados da população. Um esporte que nasceu no seio do povo mais simples, totalmente apropriado pelas elites econômicas do país. Um evento que serve apenas para reafirmar o gigantesco abismo da desigualdade social, do preconceito e do descaso gigantesco e total para com a “coisa pública” no Brasil.
O povo está na rua! Está na rua para mostrar a corrupção deslavada, os desvios de verbas, o descompromisso total para com a saúde, educação, transporte, infraestrutura de mobilidade urbana, moradia, desemprego e subemprego, dentre diversos outros fatores. No momento em que a mídia nacional e internacional chama para o Brasil todos os olhares do mundo, a população brasileira aproveita para mostrar às diversas nações do planeta as mazelas e descompromissos do Estado brasileiro e seus principais atores sociais. É o momento oportuno para iniciar o processo de passar a limpo todos os exemplos de descasos de nossos dirigentes e governantes.
Enfim, quantos bilhões de dólares estão sendo gastos com este evento dirigido para uma minoria? Quantos milhões de euros deixaram de ser aplicados em áreas prioritárias tais como escolas, hospitais, saneamento urbano, sistemas viários de mobilidade urbana? Não, meus caros leitores! O povo não está errado em absoluto! É um direito legítimo de a população indignar-se com este estado de coisas. Definitivamente, é mais que o momento de passarmos este país a limpo, de mostrarmos ao mundo que já não mais aceitamos a condição imposta de nação de “segunda categoria”, de extirparmos de nossos dicionários o termo medíocre de “Terceiro Mundo”.   


* Escritor. Geógrafo, Mestre e Doutor pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Professor e pesquisador das temáticas “Alterações Climáticas” e “Impactos socioambientais sobre os ecossistemas terrestres e aquáticos”. Docente da Universidade de Uberaba – UNIUBE. pesquisa.fonseca@gmail.com

sábado, 17 de maio de 2014

Ossos de maior dinossauro já descoberto são achados na Argentina

Fonte: BBC (2014)

Por NTV
Ao medir o comprimento e a circunferência do maior fêmur (osso da coxa) encontrado, os cientistas estimaram que o dinossauro tinha 40 metros de comprimento e 20 metros de altura - quando esticava o pescoço. Com 77 toneladas, seria tão pesado quanto 14 elefantes africanos e sete toneladas mais pesado do que o recordista anterior, o Argentinosaurus, também encontrado na Patagônia.
Os cientistas acreditam que é uma nova espécie de titanossauro - enormes herbívoros que datam do período Cretáceo. Um trabalhador agrícola local tropeçou sobre seus restos no deserto perto de La Flecha, cerca de 250 quilômetros a oeste de Trelew, Patagônia.
Os fósseis foram escavados em seguida, por uma equipe do Museu de Paleontologia Egidio Feruglio, liderada por José Luis Carballido e Diego Pol. Eles desenterraram os esqueletos parciais de sete dinossauros - cerca de 150 ossos no total - tudo em 'condição notável'. Uma equipe de filmagem da unidade de História Natural da BBC capturou o momento em que os cientistas perceberam exatamente o quão grande era a sua descoberta.
"Dado o tamanho desses ossos, o novo dinossauro é o maior animal conhecido que andou na Terra", os pesquisadores disseram à BBC News. "Com o seu pescoço esticado, ele tinha cerca de 20 metros de altura - o equivalente a um edifício de sete andares", acrescentaram.
Este herbívoro gigante viveu nas florestas da Patagônia entre 95 e 100 milhões de anos atrás, acreditam os cientistas, com base na idade das rochas em que foram encontrados os ossos. Mas, apesar de sua magnitude, ele ainda não tem um nome. 'Ele terá um nome que descreva sua magnificência e em homenagem à região e aos proprietários rurais que nos alertaram sobre a descoberta', disseram os pesquisadores.
Houve muitos candidatos anteriores ao título de 'maior dinossauro do mundo'. O mais recente pretendente ao trono foi o Argentinosaurus, um tipo similar de saurópode. Originalmente, pensou-se que ele pesava 100 toneladas, mais tarde, porém, a estimativa foi revisada para cerca de 70 toneladas. É complicado estimar o peso dos dinossauros - há mais de uma técnica e, em geral, os cálculos se baseiam em esqueletos incompletos.
O peso Argentinosaurus foi estimado a partir de somente alguns ossos, mas no caso da nova descoberta os pesquisadores tinham dezenas para trabalhar, tornando-os mais confiantes na sua estimativa. Paul Barrett, especialista em dinossauros do Museu de História Natural de Londres, concorda que a nova espécie é 'realmente uma grande criatura'. Ele advertiu, porém, que é difícil ter certeza sobre seu tamanho preciso, pois as estimativas são feitas com informações incompletas.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

SISTEMA CANTAREIRA: Água do 'volume morto' começa a ser captada.

Foto: Estadão (2014)

Por NTV
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) aciona nesta quinta-feira, 15, às 10h, o conjunto de bombas que darão início à captação de água do "volume morto" do Sistema Cantareira. Nunca utilizada antes pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), a água da reserva profunda do principal manancial paulista já pode chegar na torneira de mais de 8 milhões de habitantes da Grande São Paulo a partir de domingo.
Segundo estimativa feita por dois consultores em engenharia hidráulica, o trajeto de 120 quilômetros da Represa Jacareí, em Joanópolis, até o término do tratamento na Estação Guaraú, na zona norte da capital, deve levar cerca de 72 horas. No percurso, os 105 bilhões de litros que serão retirados do "volume morto" dos reservatórios Jaguari-Jacareí vão misturar-se com o "volume útil" das outras três barragens do Cantareira que são interligadas por túneis: Cachoeira, em Atibaia; Atibainha, em Nazaré Paulista; e Paiva Castro, em Mairiporã.
"Ao longo do trajeto, novos afluentes vão sendo incrementados. Sem considerar as novas contribuições, essa água levaria cerca de 66 horas até Guaraú, percorrendo o trajeto a uma velocidade de meio metro por segundo", estima o engenheiro Roberto Massaru Watanabe, que trabalhou no projeto de construção do Cantareira, em 1974. Na estação, a água leva cerca de 8 horas para ser tratada. Dali, é distribuída com pressurização para a rede.
O uso do "volume morto" foi a saída encontrada pelo governo Alckmin para evitar o racionamento de água generalizado na Grande São Paulo. O custo das obras é de R$ 80 milhões. Ao todo, serão 183 bilhões de litros represados abaixo das comportas da Sabesp. A reserva das Represas Jaguari-Jacareí, que estavam ontem com apenas 1,8% da capacidade, deve durar até o fim de agosto.
Outros 78 bilhões de litros serão retirados das profundezas do reservatório Atibainha. Segundo a projeção inicial da companhia, a reserva garantiria o abastecimento até 27 de novembro. Agora, o governo diz que durará até março. "Até o início das próximas chuvas, a previsão é captar 180 milhões de metros cúbicos", disse Alckmin.
Além do impacto na fauna e na flora do manancial, o uso do "volume morto" é questionado por ambientalistas e promotores por possível risco à saúde. A Sabesp e a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) atestam a qualidade da água. Cerca de 76% dessa reserva já abastece a região de Campinas - por meio de comportas que ficam abaixo do nível dos túneis da Sabesp.