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terça-feira, 6 de maio de 2014

O planeta Terra e o elemento água

Fonte: www.cienciahoje.pt
Prof. Dr. Valter Machado da Fonseca*

Quando observamos, à primeira vista, o nosso planeta, temos a sensação de que a água é uma substância comum. Sendo a superfície do planeta Terra coberta majoritariamente por esse elemento, fica-nos a impressão de que é um recurso infinito e que está à disposição de todos os seres vivos de forma ilimitada e infinita. Ledo engano! Vários indícios de corpos celestes dão mostras de que centenas de outros planetas já foram recobertos por água. Isto fica visível quando observamos em fragmentos de meteoros e meteoritos os registros de micro fósseis e a presença de marcas d’água em diversas amostras de rochas advindas do espaço sideral. Então, fica a indagação: se diversos planetas já foram recobertos por água em tempos pretéritos, por que, no presente já não o são mais?

Isto evidencia que os recursos hídricos não são infinitos como querem fazer crer os descuidados e desavisados. Ao contrário, a água participa da constituição atmosférica, mantém o equilíbrio térmico do planeta, participa ativamente, como e elemento principal e essencial para o surgimento e manutenção de toda a cadeia da vida no planeta.

Nos tempos atuais, estamos vivenciando fortes indicações de que a água está se movimentando de forma intensa: migrando de uma região para outras, o que fica bem mais visível se fizermos uma análise sensível e racional dos fortes desequilíbrios climáticos pelos quais passa o planeta no momento presente. A migração da água pode alterar a dinâmica dos ecossistemas, mudar as fitofisionomias dos diversos biomas terrestres, promover alterações no relevo terrestre e, até mesmo, realizar uma seleção natural de diversas espécies de seres vivos. Principalmente os mais sensíveis às alterações do clima.

O certo, é que estamos vivenciando um período geológico importante no planeta, pois estamos num período interglacial e ao que tudo leva a crer, estamos marchando a passos largos para uma nova Era Glacial, o que pode mudar drasticamente a configuração e disposição dos continentes na superfície do planeta, promovendo alterações importantes e significativas na dinâmica dos principais ecossistemas. Uma nova Era Glacial se aproxima rapidamente, geologicamente falando.

Aqui nestas linhas superficiais não nos deteremos nos motivos, causas e efeitos destas perturbações “naturais” na dinâmica planetária. O principal objetivo deste texto é apenas elencar meia dúzia de fatores que podem estar conectados entre si, interligados e que podem incidir, diretamente, sobre os efeitos do aumento da temperatura do planeta, a qual todos nós estamos sentindo. Basta verificar os termômetros. E, nesta nossa leitura, faz-se preponderante incluir a espécie humana como uma mais uma variável importante em nossas análises. Há milhões de anos atrás, o planeta passou por diversas alterações verdadeiramente naturais (sem a presença humana). Talvez o fato mais significativo e relevante das alterações climáticas seja exatamente a presença humana. Presença que pode estar funcionando com um verdadeiro entrave para que o planeta possa seguir seu curso normal e natural.



* Escritor. Professor, Mestre e Doutor em Educação pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Pesquisador das temáticas “Alterações Climáticas” e “Impactos socioambientais sobre os ecossistemas terrestres e aquáticos”. pesquisa.fonseca@gmail.com

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