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Fonte: www.cienciahoje.pt |
Prof. Dr. Valter Machado da
Fonseca*
Quando observamos, à primeira
vista, o nosso planeta, temos a sensação de que a água é uma substância comum.
Sendo a superfície do planeta Terra coberta majoritariamente por esse elemento,
fica-nos a impressão de que é um recurso infinito e que está à disposição de
todos os seres vivos de forma ilimitada e infinita. Ledo engano! Vários indícios
de corpos celestes dão mostras de que centenas de outros planetas já foram
recobertos por água. Isto fica visível quando observamos em fragmentos de
meteoros e meteoritos os registros de micro fósseis e a presença de marcas d’água
em diversas amostras de rochas advindas do espaço sideral. Então, fica a indagação:
se diversos planetas já foram recobertos por água em tempos pretéritos, por que,
no presente já não o são mais?
Isto evidencia que os recursos
hídricos não são infinitos como querem fazer crer os descuidados e desavisados.
Ao contrário, a água participa da constituição atmosférica, mantém o equilíbrio
térmico do planeta, participa ativamente, como e elemento principal e essencial
para o surgimento e manutenção de toda a cadeia da vida no planeta.
Nos tempos atuais, estamos
vivenciando fortes indicações de que a água está se movimentando de forma
intensa: migrando de uma região para outras, o que fica bem mais visível se
fizermos uma análise sensível e racional dos fortes desequilíbrios climáticos
pelos quais passa o planeta no momento presente. A migração da água pode
alterar a dinâmica dos ecossistemas, mudar as fitofisionomias dos diversos
biomas terrestres, promover alterações no relevo terrestre e, até mesmo,
realizar uma seleção natural de diversas espécies de seres vivos. Principalmente
os mais sensíveis às alterações do clima.
O certo, é que estamos
vivenciando um período geológico importante no planeta, pois estamos num
período interglacial e ao que tudo leva a crer, estamos marchando a passos
largos para uma nova Era Glacial, o que pode mudar drasticamente a configuração
e disposição dos continentes na superfície do planeta, promovendo alterações
importantes e significativas na dinâmica dos principais ecossistemas. Uma nova
Era Glacial se aproxima rapidamente, geologicamente falando.
Aqui nestas linhas superficiais
não nos deteremos nos motivos, causas e efeitos destas perturbações “naturais”
na dinâmica planetária. O principal objetivo deste texto é apenas elencar meia
dúzia de fatores que podem estar conectados entre si, interligados e que podem
incidir, diretamente, sobre os efeitos do aumento da temperatura do planeta, a
qual todos nós estamos sentindo. Basta verificar os termômetros. E, nesta nossa
leitura, faz-se preponderante incluir a espécie humana como uma mais uma
variável importante em nossas análises. Há milhões de anos atrás, o planeta
passou por diversas alterações verdadeiramente naturais (sem a presença
humana). Talvez o fato mais significativo e relevante das alterações climáticas
seja exatamente a presença humana. Presença que pode estar funcionando com um verdadeiro
entrave para que o planeta possa seguir seu curso normal e natural.
*
Escritor. Professor, Mestre
e Doutor em Educação pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Pesquisador
das temáticas “Alterações Climáticas” e “Impactos socioambientais sobre os
ecossistemas terrestres e aquáticos”. pesquisa.fonseca@gmail.com
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