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Foto: Estadão (2014) |
Por NTV
O governador Geraldo Alckmin (PSDB)
aciona nesta quinta-feira, 15, às 10h, o conjunto de bombas que darão início à
captação de água do "volume morto" do Sistema Cantareira. Nunca
utilizada antes pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo
(Sabesp), a água da reserva profunda do principal manancial paulista já pode
chegar na torneira de mais de 8 milhões de habitantes da Grande São Paulo a
partir de domingo.
Segundo estimativa feita por dois
consultores em engenharia hidráulica, o trajeto de 120 quilômetros da Represa
Jacareí, em Joanópolis, até o término do tratamento na Estação Guaraú, na zona
norte da capital, deve levar cerca de 72 horas. No percurso, os 105 bilhões de
litros que serão retirados do "volume morto" dos reservatórios
Jaguari-Jacareí vão misturar-se com o "volume útil" das outras três
barragens do Cantareira que são interligadas por túneis: Cachoeira, em Atibaia;
Atibainha, em Nazaré Paulista; e Paiva Castro, em Mairiporã.
"Ao longo do trajeto, novos
afluentes vão sendo incrementados. Sem considerar as novas contribuições, essa
água levaria cerca de 66 horas até Guaraú, percorrendo o trajeto a uma
velocidade de meio metro por segundo", estima o engenheiro Roberto Massaru
Watanabe, que trabalhou no projeto de construção do Cantareira, em 1974. Na
estação, a água leva cerca de 8 horas para ser tratada. Dali, é distribuída com
pressurização para a rede.
O uso do "volume morto" foi
a saída encontrada pelo governo Alckmin para evitar o racionamento de água
generalizado na Grande São Paulo. O custo das obras é de R$ 80 milhões. Ao
todo, serão 183 bilhões de litros represados abaixo das comportas da Sabesp. A
reserva das Represas Jaguari-Jacareí, que estavam ontem com apenas 1,8% da
capacidade, deve durar até o fim de agosto.
Outros 78 bilhões de litros serão
retirados das profundezas do reservatório Atibainha. Segundo a projeção inicial
da companhia, a reserva garantiria o abastecimento até 27 de novembro. Agora, o
governo diz que durará até março. "Até o início das próximas chuvas, a previsão
é captar 180 milhões de metros cúbicos", disse Alckmin.
Além do impacto na fauna e na flora
do manancial, o uso do "volume morto" é questionado por
ambientalistas e promotores por possível risco à saúde. A Sabesp e a Companhia
Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) atestam a qualidade da água. Cerca de
76% dessa reserva já abastece a região de Campinas - por meio de comportas que
ficam abaixo do nível dos túneis da Sabesp.
Disponível em: http://estadao.br.msn.com/ultimas-noticias/%C3%A1gua-do-volume-morto-come%C3%A7a-a-ser-captada-e-chega-%C3%A0s-torneiras-domingo
Acesso em 16 de maio de 2014.
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