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Foto: Roberto Chavez Arce/Divulgação (2014) |
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Foto: Caverna Hoyo Fonte: Roberto Chavez Arce/Divulgação (2014) |
Por NTV
Uma
expedição de cientistas e mergulhadores resultou na descoberta de um dos mais
antigos e mais completos esqueletos humanos já encontrados na América. O achado
permite chegar a conclusões importantes sobre a relação entre os primeiros
moradores da América e os nativos americanos modernos.
A descoberta ocorreu no sistema de
cavernas Sac Actun, na península de Iucatã, no México. Mais especificamente,
dentro de uma fossa conhecida como Hoyo Negro, mais de 40 metros abaixo do
nível do mar, onde também foram encontrados diversos esqueletos de animais
extintos.
De acordo com os pesquisadores, o
esqueleto era de uma garota com idade entre 15 e 16 anos que viveu entre 13 mil
e 12 mil anos atrás, no período Pleistoceno Superior. Todas as partes do
esqueleto estavam intactas, exceto por algumas fraturas sofridas logo antes da
morte nos ossos púbicos, trauma consistente com a queda em uma piscina rasa a partir
de uma das passagens superiores da caverna. O fato de o DNA estar perfeitamente
preservado e o crânio estar intacto permitiu concluir que, apesar das
diferenças no formato craniofacial, essa adolescente está ligada aos nativos
americanos modernos.
Segundo os autores, esta é uma
descoberta importante, pois a diferença de formato do crânio levou os
cientistas a considerarem a hipótese de que os primeiros americanos e os
nativos modernos tiveram origens diferentes. A descoberta foi descrita em um
artigo publicado na edição da revista "Science" desta sexta-feira
(16).
Pioneiros da América
A principal teoria a respeito da
origem dos nativos americanos descreve que eles vieram da Sibéria, chegando ao
território americano por meio do estreito de Bering, que, na época (entre 26
mil e 18 mil anos atrás) ligava a Ásia à América do Norte. Mas o fato de os
crânios humanos mais antigos da América terem características diferentes
daquelas observadas nos nativos modernos levantou dúvidas sobre a precisão
dessa teoria.
Enquanto os nativos americanos
modernos se parecem com a população da China, Coreia e Japão, os esqueletos dos
moradores mais antigos da América apresentam características diferentes:
crânios mais estreitos e longos, e faces menores e mais curtas. "Isso
levou à especulação de que talvez os primeiros americanos e os nativos
americanos vieram de diferentes origens, ou migraram da Ásia em diferentes
estágios de evolução", diz o pesquisador James Chatters, principal autor
do estudo.
Mas a análise do DNA extraído dos
molares do esqueleto descoberto revelou que a genética da jovem do Pleistoceno
tem características similares às encontradas nos nativos modernos. A análise
sugere que houve um único evento de migração para a América e toda a população
nativa tem uma origem única.
Disponível em: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2014/05/cientistas-descobrem-esqueleto-mais-antigo-e-mais-completo-da-america.html
Acesso em 15 de maio de 2014.
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