Foto Prof. Dr. Valter Machado da Fonseca (2015) Fonte: Arquivo pessoal |
Prof. Dr. Valter Machado da Fonseca
Uma parcela considerável de
historiadores, filósofos e pensadores costuma, até erroneamente, chamar a Idade
Média de “Era ou período das Trevas”. Eles não analisam que no interior da dita
“Era das Trevas” estava em plena gestação uma efervescente corrente de
pensadores, filósofos, poetas, escultores, pintores , enfim uma gama de
estudiosos e artistas que construíam as bases de uma nova forma de ver o mundo
e intervir nele: a “Idade das Luzes” ou “Iluminismo”,
corrente de racionalistas que iriam abalar as bases do regime feudal e, ao
mesmo tempo, edificaria os pilares de um novo modelo de sociedade embasado no
predomínio da razão, pondo por terra os valores arcaicos da Igreja e da
nobreza. Então a suposta “Idade das Trevas” possuía um potente feixe de luz em
seu interior. Então, na verdade, as “trevas” estavam iluminadas.
Mas, o
que tem a ver a Idade Média” com a dita “sociedade do conhecimento e da
informação”, modelo de pensamento dos tempos d’agora? Meus caros amigos! Não
existe nada em comum com os tempos medievais. Estamos numa sociedade hegemônica
gerida e controlada pelo lucro e a ganância capitalista. Exterminam a cultura e
implementam a contracultura, exterminam a música, a pintura, a escultura, a
filosofia, enfim matam as artes e todas as formas de pensamento. Tudo é
“enlatado”, “formatado”, produzido em série aos moldes do fordismo, do
taylorismo, do Toyotismo. Aqueles que ousam resistira à lógica perversa da
Globalização Econômica, nos dizeres do grande Milton Santos, vivem nas sombras
dos poderosos.
Então, na verdade existem dois grupos
bem definidos: o primeiro concorda e defende esta lógica ilógica de sociedade.
Vivem nas sombras de sua própria imbecilidade. Já o segundo Grupo, a imensa maioria
da população planetária, compõe a grande reserva de mão de obra barata e de
reserva a serviço da expansão da mais-valia, de forma consciente e/ou
inconsciente, pois, precisam sobreviver, precisam, pelo menos existir, sem
nenhuma esperança ou quaisquer formas de projetos de mundo, de homem e de
natureza. Estes vivem na mais completa escuridão. Então, diferentemente dos
tempos do feudalismo, neste modelo de sociedade não existe sequer um feixe de
luz. Existem somente a sombra e a escuridão.