Prof. Dr. Valter
Machado da Fonseca*
Para que
consigamos compreender o significado e a importância desses dois conceitos, é
preciso o entendimento do mecanismo de construção e desconstrução do relevo
terrestre e de suas estruturas geológicas.
Começando pelo princípio!
O planeta Terra
nem sempre possuiu a configuração atual, seja na distribuição dos continentes,
seja nas suas formas de relevo. No início, o planeta possuía intensas
atividades tanto da atmosfera em formação, quanto das forças oriundas do núcleo
do planeta. Assim, a Terra passou por um processo contínuo de vulcanismo,
tectonismo e terremotos, o que foi fundamental para a formação da atmosfera e
da evolução de suas primeiras formas de vida.
Com o resfriamento
lento e gradual, o planeta foi redesenhando suas estruturas e selecionando os
gases que iriam dar a ele a configuração atual de sua dinâmica atmosférica.
Devido ao tectonismo, os continentes também foram se desmembrando, atingindo
sua atual conformação. Então podemos afirmar que o planeta Terra passou por um
lento e gradual processo de evolução de suas estruturas e elementos, seja em
nível de superfície, seja em nível de relevo e de configuração e disposição de
seus continentes.
Importante!!!
Para atingir seu
estágio atual de evolução, o nosso planeta passou por um processo lento e
gradual de seus elementos e estruturas, de maneira a permitir a construção das
condições ideais para a existência de todas as formas de vida que hoje o
habitam. Nesse processo de construção e desconstrução, a Terra levou milhões de
anos, em tempo geológico. Assim, para que nosso planeta, por intermédio de sua
dinâmica, chegasse a um sistema em equilíbrio, ela levou milhões de anos,
geologicamente falando.
Nos dias atuais, a
Terra ainda não atingiu sua estabilidade estrutural, o que podemos observar
pela série de eventos naturais, como atividades vulcânicas e terremotos. Essas
atividades indicam que o sistema terrestre busca, por intermédio desses eventos
naturais, realizar um rearranjo e uma acomodação de suas formas e estruturas.
Recentemente, tivemos uma mostra da magnitude desses eventos naturais: os
terremotos do Haiti e do Chile.
Então, para se
compreender os ambientes ditos naturais faz-se necessário o entendimento do
processo de formação das feições geológicas e topográficas, aliadas aos
aspectos climáticos, vegetações, tipos de solos, relevo, temperatura, enfim, do
conjunto de aspectos e fatores que compõem as paisagens naturais da Terra. Para
se analisar essas paisagens é preciso considerar a biosfera, ou seja, o
conjunto de seres vivos que compõem esses ambientes, dentre eles a própria
espécie humana. Para que o ambiente seja considerado natural, ele não pode ter
passado por profundas transformações decorrentes das ações antrópicas ou
antropogênicas incidentes sobre ele.
Importante!!!
Um determinado
ambiente é dito “natural” quando ele ainda
não passou por profundas transformações artificiais decorrentes da ação humana.
Isso faz com que cheguemos à conclusão de que o homem possui, ou seja, as atividades
humanas possuem grande capacidade de modificar, transformar os ambientes
naturais, deslocando, dessa forma, o equilíbrio das forças que mantém o
equilíbrio nesses locais. Assim, concluímos que a força antrópica é muito
potente, no que diz respeito à transformação dos aspectos naturais dos
ambientes terrestres. Da ação desordenada dessas forças sobre os aspectos
naturais do ambiente é que surgem os fenômenos que chamamos de “degradação
ambiental”.
Nos dias de hoje,
é muito difícil apontarmos um ambiente que seja, de fato, natural, que conserve
ainda suas características originais, uma vez que o homem já conseguiu expandir
suas atividades pelos locais mais distantes, escondidos e longínquos do
planeta.
* Escritor. Geógrafo, Mestre e Doutor
pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Pesquisador e professor da
Universidade de Uberaba (UNIUBE). pesquisa.fonseca@gmail.com
Vamos todos cuidar da Natureza, vamos plantar mais Arvores
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