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Fonte: nominuto.com |
As manifestações
chamadas para ontem (dia 11/07/2013) foram a prova evidente do momento
inexpressivo pelo qual passa o movimento sindical brasileiro. Os sindicatos que
noutros tempos levavam milhares e milhares de manifestantes às ruas, neste dia
11 de julho reuniram pouco mais de 3000 pessoas na Avenida Paulista (local
histórico de manifestações gigantescas noutros tempos).
A inexpressividade
do movimento sindical nos tempos presentes, a ausência de representatividade
das diversas e fragmentadas centrais sindicais no Brasil, demonstram os
reflexos de uma política entreguista das diversas correntes que disputam os
aparelhos dos sindicatos, que se traduzem no atrelamento desses sindicatos ao
aparelho e controle do Estado capitalista no Brasil. Esta política pelega e
corporativista gerou a total desconfiança das massas e afastou por completo as
diversas categorias de trabalhadores de seus sindicatos. Na verdade, a absoluta
maioria dos sindicatos brasileiros não representam sua categoria, suas
aspirações e reivindicações. Pelo contrário, representam em contrapartida, os
anseios do Estado capitalista no Brasil, legitimados por correntes pelegas
representantes das elites econômicas que se encastelaram nos velhos e
ultrapassados sindicatos (cujos “militantes” ainda trocam tiros na disputa pelo
controle do aparelho) e nas cúpulas das inúmeras centrais sindicais que se
proliferam por todo o território nacional e que, na verdade só defendem seus
próprios interesses.
O
que fazer?
As manifestações
esvaziadas chamadas pelos sindicatos pelegos e corporativos somadas às
gigantescas manifestações espontâneas chamadas pelo povo brasileiro por
intermédio das redes sociais em todo o país, demonstram que esta velha
estrutura sindical esta ultrapassada, que povo e os trabalhadores estão descontentes,
que possuem uma extensa pauta de reivindicações, porém, não existe nenhuma
direção honesta autêntica e legítima, na qual a grande massa de trabalhadores
possa confiar. Existe um claro vazio de direção que precisa ser preenchido,
caso queiramos ter sucesso em nossas lutas e reivindicações.
Portanto,
é hora de realizar uma grande reflexão com o conjunto da classe trabalhadora e
a juventude brasileira sobre os rumos a serem tomados para que logremos êxito
em nossas lutas. É hora de politizar as manifestações, dando oportunidades para
o surgimento de novos líderes que venham substituir esta direção entreguista
dos sindicatos e das centrais de trabalhadores. As manifestações massivas e
legítimas nos apontam o verdadeiro norte para o futuro de nosso país. O futuro
desta nação está entregue nas mãos de nossa juventude trabalhadora, somente ela
poderá tirar o gigante do berço esplêndido e mantê-lo de pé, infinitamente
acordado, lúcido e na batalha.
* Escritor. Geógrafo, Mestre e Doutor pela
Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Pesquisador e professor da Universidade
de Uberaba (UNIUBE). pesquisa.fonseca@gmail.com
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