![]() |
Fonte: ultradownloads.com.br |
Por Valter Machado da Fonseca
Eu vi a semente no solo, vi água abundante Eu vi o solo rachando, a planta nascendo, crescendo
Das
folhas frágeis, do broto frágil, delicado e sutil
Desabrocha
a rosa vermelha da cor da centelha
Do
mesmo fogo matreiro que destrói, corrói a essência da vida
Da
terra outrora fecunda, agora imunda, terra sofrida
Senti
o pé da criança que criou a esperança
De
um futuro perfeito, do amor satisfeito
Senti
o olhar do felino que espreitava o destino
Senti
o olfato do cão que afugenta o ladrão
O
olhar satisfeito do mesmo sujeito
Que
plantara a semente da rosa vermelha da cor da centelha
O
mesmo solo fecundo agora imundo esconde a verdade
Do
tempo esquecido, do planeta aquecido pela chama cortante
Da
fumaça escura, que esconde o luar, que apaga as estrelas
Transformando
a noite de aquarela, em apenas uma tela
Vazia,
nua, sem cores, difamando os amores, realçando os odores
De
lodo fétido, contaminado e desbotado na chama da vela
Agora
tudo é árido é desértico, insuportável
O
mesmo sol que aquecia a flor, agora espalha o odor
Da
carne perdida, dos corpos sem vida, putrefatos
O
vento que acariciava a pele e afastava calor
Agora
traz a tormenta, causa o terror, espalha a dor
Da
criança que criou esperança, só resta o pavor
A
rosa vermelha bela e radiante agora distante
Só
existe na memória, lembrança constante do eterno retirante
A
rosa que agora desabrocha, virou cogumelo
De
cor escura que espalha a loucura da morte sofrida
No
solo onde vi a semente agora resta apenas uma cova
Inscrito
na cruz, agora reluz somente a mensagem:
Aqui
jaz a rosa vermelha, do tem da terra selvagem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário