Foto: Sophie (nossa papagainha) Fonte: Arquivo Pessoal Prof. Valter (2013) |
Prof. Dr. Valter Machado
da Fonseca*
Sophie
é nossa maritaca! Ela nossa eterna companheira (minha e Carmen, minha
companheira). Mas, sua presença faz-nos refletir sobre a aparência e a
essência. É uma pequena ave, exuberante na essência e infinitamente bela na
aparência. Seu estado de espírito, sua percepção fora do normal, faz com que
reflitamos com mais seriedade sobre o reino dos animais ditos “irracionais”. Sua
presença nos faz indagar sobre o real significado da suposta racionalidade dos
seres humanos. Os humanos, esses seres “racionais” fazem coisas que a própria
razão desconhece. Vemos a luta ininterrupta dos humanos entre si, a luta de
iguais de extermínio de da espécie por indivíduos da própria espécie. Se isto é
racionalidade, talvez a irracionalidade de indivíduos com a Sophie tenha muito
mais significado, seja muito mais lógico.
A ingenuidade
da Sophie, sua total confiança nos seres humanos, sua total capacidade de se
entregar totalmente a nós, mesmo sendo uma pequenina ave, extremamente frágil,
indefesa, nos deixa a sublime lição da entrega, da confiança da admiração e da
fidelidade até às últimas consequências. Isto é que a faz um ser singular,
ímpar, sem igual. Quão bela é a capacidade da entrega total sem pedir nada em
troca! Quão linda é a capacidade de fidelidade sem nenhuma forma de cobiça, de
inveja, ao contrário, é uma fidelidade pura, ingênua, cristalina. É um
pequenino ser, capaz de distribuir, gratuitamente, em todos os momentos, a
felicidade e a alegria por intermédio de gestos simples. Tudo que pede em troca
é um punhadinho de carinho, de afago.
Observando
a Sophie, nossa doce “papagainha”, é que temos a noção de o quanto a raça humana
é egoísta, autodestrutiva, autofágica até. Mas, a simples existência de Sophie
nos deixa um rastro de esperança de que se estas qualidades proliferam numa pequenina
ave, porque não poderão um dia se proliferar para, pelo menos, uma parte da
humanidade. Talvez, um dia, quem sabe, a Sophie não seja capaz de irradiar em
todas as direções seu lindo raio de luz, tirando o homem de sua mediocridade,
mesquinhez e solidão.
* Escritor. Geógrafo, Mestre e Doutor pela
Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Pesquisador e professor da
Universidade de Uberaba (UNIUBE). pesquisa.fonseca@gmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário