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Fonte: BBC Brasil (2013) |
Por NTV
Diamantes
- tão grandes que poderiam ser usados por estrelas de Hollywood - podem estar
caindo do céu em Saturno e em Júpiter. Essa é a conclusão de dois cientistas
americanos, que apresentaram sua pesquisa no encontro anual da divisão de
Ciências Planetárias da Sociedade Americana de Astronomia, que aconteceu em
Denver, nos Estados Unidos.
Novos
dados indicam que o carbono em sua forma cristalizada é abundante na atmosfera
desses planetas, segundo Kevin Baines, da Universidade de Winsconsin-Madison e
do Laboratório de Propulsão da Nasa. A co-autora da pesquisa é Mona Delitsky,
do instituto California Speciality Engineering.
A
tese de Baines e Mona afirma que poderosos raios transformam o metano em partículas
de carbono. À medida que vai caindo, esse carbono entra em choque com a pressão
atmosférica desses planetas, e se transformam primeiro em pedaços de grafite e,
em seguida, em diamantes. Dependendo das condições, esses 'granizos' de
diamante podem inclusive derreter.
Anel de diamante
Os
maiores diamantes provavelmente seriam de um centímetro de diâmetro, de acordo
Baines. 'Seria um diamante grande o suficiente pra colocar em um anel', disse,
acrescentando que seria algo que a atriz Elizabeth Taylor ficaria 'orgulhosa em
usar'.
'O
importante é que mil toneladas de diamantes são produzidos por ano em Saturno.
E as pessoas me perguntam: 'como você pode ter certaza se não tem como ir para
lá?' Bem, tudo é uma questão química. E acreditamos que estamos bastante
certos' Os cientistas analisaram as últimas temperaturas e pré-condições de
pressão no interior dos planetas, além de novos dados sobre como o carbono se
comporta em diferentes condições.
A
descoberta dos cientistas americanos ainda precisam ser avaliadas por outros
acadêmicos, mas especialistas consultados pela BBC disseram que a possibilidade
de uma chuva de diamantes 'não pode ser desconsiderada'. 'Parece válida a ideia
de que há uma profunda variação dentro das atmosferas de Júpiter e ainda mais de
Saturno, nas quais o carbono poderia se estabilizar como diamante', disse o
professor Raymond Jeanloz, um dos responsáveis pela descoberta de que havia
diamantes em Urânio e Netuno.