Prof. Dr. Valter Machado da Fonseca
As
alterações climáticas é uma temática que tem sido alvo de intenso debates no
último período. Trata-se de anomalias na temperatura do planeta, o que tem
provocado grandes manifestações no comportamento dos fenômenos atmosféricos. O
tema tem sido debatido especialmente no Painel Intergovernamental de Mudanças
Climáticas (IPCC) e tem provocado inúmeras polêmicas, principalmente no que se
refere às suas causas principais.
Dentro
do IPCC existem duas correntes teóricas principais: a primeira dela defende a
ideia de que o fenômeno se liga às mudanças naturais da Terra (dinâmica do
planeta) e não possui nenhuma ligação com as ações humanas sobre o planeta. Já
a segunda corrente defende a ideia de que as Alterações e mudanças climáticas
se ligam diretamente às ações antropogênicas, ou seja, à interferência humana
sobre os recursos da natureza. Porém, o bom senso nos chama à razão, trata-se
da junção das duas proposições: as mudanças naturais do planeta aceleradas pela
ação humana sobre seus recursos.
Efeitos
e consequências:
Ø O derretimento do Ártico:
A cobertura de gelo da região no verão diminui ao ritmo constante de 8% ao ano
há três décadas. No ano passado, a camada de gelo foi 20% menor em relação à de
1979, uma redução de 1,3 milhões de quilômetros quadrados, o equivalente à soma
dos territórios da França, da Alemanha e do Reino Unido;
Ø Os furacões estão mais fortes:
Devido ao aquecimento das águas, a ocorrência de furacões das categorias 4 e 5
– os mais intensos da escala – dobrou nos últimos 35 anos. O furacão Katrina,
que destruiu Nova Orleans, é uma amostra dessa realidade;
Ø O Brasil na rota dos ciclones:
Até então a salvo desse tipo de tormenta, o litoral sul do Brasil foi varrido
por um forte ciclone em 2004. De lá para cá, a chegada à costa de outras
tempestades similares, ainda que de menor intensidade, mostra que o problema
veio para ficar;
Ø O nível do mar subiu: A elevação do
nível dos oceanos, desde o início do século passado está entre 8 e 20 cm. Em
certas áreas litorâneas, como algumas ilhas do Pacífico, isso significou um
avanço de 100 m na maré alta. Um estudo da ONU estima que o nível das águas
suba 1 metro até o fim do século. Cidades à beira-mar como Recife, precisarão
de diques de contenção;
Ø Os desertos avançam: O total de
áreas atingidas por secas dobrou em trinta anos. Um quarto da superfície do
planeta é agora de desertos. Só na China, as áreas desérticas avançam 10.000
km2/ano, o equivalente ao território do Líbano;
Ø Aumento da temperatura média global no século XX (em torno de 0,6º C);
Ø A temperatura média no Hemisfério Norte aumentou no século XX, mais do
que em qualquer século nos últimos 1.000 anos;
Ø A década de 1990 foi a mais quente do milênio;
Ø A amplitude da temperatura diária (t min. – t Máx.) diminuiu de
1950-2000;
Ø Dias com geadas (diminuição em praticamente todas as áreas continentais
durante o século XX;
Ø Precipitação nos continentes (aumentou de 510% no Hemisfério Norte e
diminuiu em várias regiões como no Oeste da África e partes do Mediterrâneo);
Ø Aumento das precipitações fortes nas latitudes médias do Hemisfério
Norte;
Ø Secas severas aumentaram no verão (regiões da Ásia e África a frequência
e intensidade aumentaram nas últimas décadas);
Ø El Niño aumentou frequência e intensidade nas últimas décadas
comparando-se com os últimos 100 anos;
Ø Aumento do nível dos oceanos entre 1222 cm no século XX (Taxa por ano:
1961-2003, aproximadamente 1,8 mm/1993-2003 = 3,1 mm);
Ø Duração de gelo sobre rios e lagos diminuiu em duas semanas nas
latitudes médias do Hemisfério Norte;
Ø Extensão da camada de gelo no Ártico (diminuição de 1015% na
primavera/verão desde 1950).
Estes dados
servem como elementos de reflexão para o debate sobre as alterações climáticas.
Fonte: IPCC (2010)
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