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quinta-feira, 9 de junho de 2011

O Vale da Liberdade


Prof. Valter M. da Fonseca em Ouro Preto (MG)
 O Vale da Liberdade
(Para Ouro Preto)

Valter Machado da Fonseca

Subindo a montanha na estrada em forma de serpente
O ar se modifica, demonstra o sabor do vento fresco destoante
Que penetra como suave perfume nas narinas do visitante
Ao lado da estrada sinuosa, os vales profundos e verdes
De árvores tortuosas, que se perdem na imensidão do horizonte
Rochas escuras escondem a beleza das pedras preciosas

Continua a subida, íngreme, como a escada do firmamento
A profusão de cores esfuziantes de todos os tons;
Arranca do viajante a expressão sublime da essência da eternidade
No alto da última curva aparece, com eterno esplendor
A cidade mergulhada no vale da terra da intensa liberdade
A velha cidade, surge no ar, aparece do nada com sua majestade

Suas ruelas estreitas escondem os mistérios seculares da história
Seus antigos casarões barrocos, com incontáveis janelas imponentes
Guardam os segredos dos tempos passados escondidos nas mentes
Dos habitantes que nos tempos de outrora construíram a história
Dos porões, ainda ecoam os gemidos, os lamentos
Expressão dos sentimentos, do sofrimento do povo guerreiro das Gerais

São inúmeros os segredos, os mistérios das lutas heroicas
Dos homens que lutaram contra a covardia da dominação
Do homem que guardava na mente o nobre ideal da inconfidência
Os gemidos dos porões, as algemas, os grilhões de ferro batido
São reflexos da hipocrisia, da covardia, da dominação do império
Que mantinha amarrado, torturado o negro guerreiro

Hoje, a velha cidade abre os poros e deixa escapar o suor
Manchado do sangue envelhecido da força da eternidade
Da luta heroica do povo das Gerais em busca da liberdade
Ah! Esta terra magnífica, quantos segredos guardados em teu ventre?
Ah! Esta cidade, velha senhora, ainda guarda no íntimo do esplendor
Toda a história da luta, da audácia, em busca do sublime amor

Ali, Dirceu achou Marília em sua beleza profana, quase insana!
Silvério condenou à morte cruel o camarada Xavier
Mas, apesar do tempo que devora a luta dos apaixonados
Apesar da brisa fresca que paira tranquila sobre os mistérios da cidade
Apesar do ar da igualdade que aguça o olfato dos visitantes da eternidade
O manto vermelho, banhado de sangue, ainda cobre a terra da liberdade.

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