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segunda-feira, 5 de novembro de 2012

A EFÊMERA EXISTÊNCIA HUMANA!

 
Fonte: portuguesapoesia.blogspot.com
 
 
Prof. Dr. Valter Machado da Fonseca*
É muito comum nos interrogarmos: quem somos? De onde viemos? Para onde vamos? Estas interrogações povoam as mentes de milhões de pessoas e a ciência tem buscado estas respostas há centenas de anos. O fato é que são indagações intrigantes e cujas respostas parecem estar cada vez mais distantes.
Em grande parte das vezes o homem não consegue aceitar a ideia de sua finitude e de quanto é efêmera sua existência. Assim, ele precisa encontrar alternativas que lhe deixem algumas lacunas para abrandar o desespero de sua incompletude e de sua finitude. Assim como todas as espécies que compõem a “Teia da Vida”, o homem nasce, cresce, reproduz e morre. Neste sentido, sua vida somente possui, de fato, significado no plano dessa existência, agora, neste breve momento histórico e neste planeta. O ser humano difere das demais espécies de seres vivos pela sua capacidade de raciocínio, isto é, pela sua capacidade de, a partir dos conhecimentos adquiridos, reorganizá-los, reproduzi-los e produzir novos saberes e conhecimentos diferentes dos primeiros. E, esta capacidade de raciocínio lhe foi conferida devido à sua necessidade de adaptação ao ambiente terrestre, bem como às adversidades deste ambiente. Podemos verificar que de todas as espécies superiores da “Cadeia Alimentar” ou da “Teia da Vida”, o homo sapiens, com certeza, é a mais frágil, porém, sua capacidade de raciocínio o coloca num patamar superior às demais espécies.
Então, devido a esta capacidade de raciocinar, o homem precisa deixar sua marca nesta vida real, neste mundo real, sob pena de simplesmente passar pela vida, como uma espécie secundária qualquer. Mas, uma das maiores fragilidades do homem se mostra exatamente na sua dificuldade de aceitação de sua própria incompletude e finitude. Porque adiar para uma suposta vida futura (que ele insiste em acreditar, não porque acredita realmente, mas pelo fato de que precisa acreditar por não suportar a ideia de finitude) se ele pode realizar suas ações aqui nesta vida e neste mundo real, no qual ele vive.
Mas, ele tem a necessidade urgente de se afirmar enquanto o grande ser da criação, movido pela prepotência própria de sua incompletude, de sua própria finitude neste imenso universo em expansão. O que é o ser humano dentro da enorme imensidão espacial? O que somos dentro de um universo infinito e constantemente em expansão? Basta apenas uma explosão nuclear mais significativa acima dos efêmeros limites da nossa atmosfera para que toda a raça humana se extinga. A exposição dos núcleos de plutônio dos reatores nucleares da Usina japonesa, devido aos abalos sísmicos resultantes do último terremoto, por pouco não extinguiu e maioria da população humana do planeta. Estivemos muito próximos de um quase aniquilamento da maioria dos seres humanos, em função do último terremoto em território japonês.
Ora, meus (minhas) caros (as) leitores (as)! A raça humana deve procurar indagar, urgentemente, qual é o seu lugar na “Teia da Vida”, qual é sua função nesta vida real e neste mundo também real. O ser humano precisa aprender a aproveitar ao máximo sua efêmera existência neste breve momento histórico neste planeta azul, sob pena de se tornar num brevíssimo piscar de olhos em apenas uma ínfima quantidade de energia e um punhadinho de pó. A ínfima quantidade de energia irá se juntar a outras tantas formas de energia que mantém o equilíbrio do grande ecossistema planetário, enquanto que o pequeno punhado de pó irá se transformar em adubo para a continuação da vida das demais gerações de outras tantas espécies de seres vivos. E a sua prepotência, para onde irá? Com certeza se perderá para sempre nos anais da história da humanidade neste pequeno planeta azul inserido na imensidão do espaço sideral.


* Escritor. Geógrafo, Mestre e Doutor pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Professor e pesquisador da Universidade de Uberaba (UNIUBE). machado04fonseca@gmail.com


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