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Fonte: portuguesapoesia.blogspot.com |
Prof. Dr. Valter Machado da Fonseca*
É muito comum nos interrogarmos:
quem somos? De onde viemos? Para onde vamos? Estas interrogações povoam as
mentes de milhões de pessoas e a ciência tem buscado estas respostas há
centenas de anos. O fato é que são indagações intrigantes e cujas respostas
parecem estar cada vez mais distantes.
Em grande parte das vezes o homem
não consegue aceitar a ideia de sua finitude e de quanto é efêmera sua
existência. Assim, ele precisa encontrar alternativas que lhe deixem algumas
lacunas para abrandar o desespero de sua incompletude e de sua finitude. Assim
como todas as espécies que compõem a “Teia da Vida”, o homem nasce, cresce,
reproduz e morre. Neste sentido, sua vida somente possui, de fato, significado
no plano dessa existência, agora, neste breve momento histórico e neste
planeta. O ser humano difere das demais espécies de seres vivos pela sua
capacidade de raciocínio, isto é, pela sua capacidade de, a partir dos
conhecimentos adquiridos, reorganizá-los, reproduzi-los e produzir novos
saberes e conhecimentos diferentes dos primeiros. E, esta capacidade de
raciocínio lhe foi conferida devido à sua necessidade de adaptação ao ambiente
terrestre, bem como às adversidades deste ambiente. Podemos verificar que de
todas as espécies superiores da “Cadeia Alimentar” ou da “Teia da Vida”, o homo sapiens, com certeza, é a mais
frágil, porém, sua capacidade de raciocínio o coloca num patamar superior às
demais espécies.
Então, devido a esta capacidade
de raciocinar, o homem precisa deixar sua marca nesta vida real, neste mundo
real, sob pena de simplesmente passar pela vida, como uma espécie secundária
qualquer. Mas, uma das maiores fragilidades do homem se mostra exatamente na
sua dificuldade de aceitação de sua própria incompletude e finitude. Porque
adiar para uma suposta vida futura (que ele insiste em acreditar, não porque
acredita realmente, mas pelo fato de que precisa acreditar por não suportar a
ideia de finitude) se ele pode realizar suas ações aqui nesta vida e neste
mundo real, no qual ele vive.
Mas, ele tem a necessidade
urgente de se afirmar enquanto o grande ser da criação, movido pela prepotência
própria de sua incompletude, de sua própria finitude neste imenso universo em
expansão. O que é o ser humano dentro da enorme imensidão espacial? O que somos
dentro de um universo infinito e constantemente em expansão? Basta apenas uma
explosão nuclear mais significativa acima dos efêmeros limites da nossa
atmosfera para que toda a raça humana se extinga. A exposição dos núcleos de
plutônio dos reatores nucleares da Usina japonesa, devido aos abalos sísmicos
resultantes do último terremoto, por pouco não extinguiu e maioria da população
humana do planeta. Estivemos muito próximos de um quase aniquilamento da maioria
dos seres humanos, em função do último terremoto em território japonês.
Ora, meus (minhas) caros (as)
leitores (as)! A raça humana deve procurar indagar, urgentemente, qual é o seu
lugar na “Teia da Vida”, qual é sua função nesta vida real e neste mundo também
real. O ser humano precisa aprender a aproveitar ao máximo sua efêmera
existência neste breve momento histórico neste planeta azul, sob pena de se
tornar num brevíssimo piscar de olhos em apenas uma ínfima quantidade de
energia e um punhadinho de pó. A ínfima quantidade de energia irá se juntar a
outras tantas formas de energia que mantém o equilíbrio do grande ecossistema
planetário, enquanto que o pequeno punhado de pó irá se transformar em adubo
para a continuação da vida das demais gerações de outras tantas espécies de
seres vivos. E a sua prepotência, para onde irá? Com certeza se perderá para
sempre nos anais da história da humanidade neste pequeno planeta azul inserido
na imensidão do espaço sideral.
* Escritor. Geógrafo, Mestre e
Doutor pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Professor e pesquisador
da Universidade de Uberaba (UNIUBE). machado04fonseca@gmail.com
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