Por NTV
Estudo
divulgado nesta quinta-feira (17) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
(Ipea) aponta que o Brasil deveria ter no conhecimento e na conservação da
biodiversidade uma de suas estratégias para o desenvolvimento, para aproveitar
seu privilegiado capital natural. Mas o Ipea ressalta que, no que diz
respeito à diversidade genética, "o conhecimento é, certamente, o mais incipiente
e a pesquisa em exemplares da biodiversidade brasileira encontra-se no
início".
“Se
a maioria das espécies nativas é desconhecida, menos ainda se sabe acerca de
seus genomas”, diz o relatório. De acordo com o Ipea, grande parte da
informação está sendo irremediavelmente perdida, à medida que espécies se
extinguem ou variedade interna é reduzida. “Entre essas perdas podem estar as
chaves para a cura de doenças, o aumento da produção de alimentos e a resolução
de muitos outros problemas que a humanidade já enfrenta ou enfrentará. Daí a
necessidade de se estimular iniciativas de valorização, pesquisa e conservação
desse patrimônio”.
Conservação
O
instituto, ligado à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência, afirma
que, em relação à conservação da diversidade de espécies, o Brasil apresenta um
nível de conhecimento e estrutura de pesquisa acima de outros países
megadiversos, mas ainda assim carece de mão-de-obra especializada, como de
taxonomistas (especialistas em classificação de seres vivos), diz o Ipea. O
país tem significativo potencial para descoberta de novas espécies, seja por
meio da revisão do material já depositado em coleções no Brasil e no exterior,
seja pela realização de inventários em regiões pouco amostradas.
O
instituto ressalta que a infraestrutura e a formação de pessoal para
caracterização da diversidade da de microorganismos encontram-se em estágio
embrionário, o que é um entrave à sua exploração tecnológica. “Isso torna-se
particularmente relevante ante a crescente importância econômica da
biotecnologia, inclusive sob o ponto de vista estratégico em ciência”, comenta
o estudo.
Vantagem
competitiva
Aproximadamente
75% das espécies da fauna e da flora ameaçadas de extinção não são objeto de
quaisquer medidas de manejo, a despeito das exigências contidas em normas
específicas. “Considerando-se o amplo desconhecimento sobre a biodiversidade
brasileira e de seus benefícios para a humanidade, e ainda a larga taxa de
alteração que os biomas vêm sofrendo ao longo dos últimos anos, é bastante
provável que parte considerável do capital natural brasileiro esteja sendo
eliminada antes mesmo de ser conhecida pela ciência. Isso pode representar o
desperdício de uma grande vantagem competitiva de nosso país, que é o uso
sustentável desse patrimônio”.
O
estudo defende que o potencial de perda da biodiversidade seja considerado na
tomada de decisões para implementação de políticas e ações, nas esferas
públicas e privadas, de forma a evitá-lo. Em relação a isso, o Ipea destaca as
obras de infraestrutura e o uso do solo para as chamadas atividades produtivas,
por serem, de acordo com os autores, importantes vetores associados a essa
perda.
Disponível em: http://g1.globo.com/natureza/noticia/2011/02/brasil-esta-perdendo-biodiversidade-que-sequer-conhece-alerta-ipea.html
Acesso em: 23/09/2013
Acesso em: 23/09/2013
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