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sábado, 22 de fevereiro de 2014

A NATUREZA RESPONDE À ALTURA!

Fonte: www.feemjesus.com.br
Valter Machado da Fonseca*
Nesta virada de 2013/2014 estamos presenciando uma das piores estiagens dos últimos 50 anos na Região Sudeste do Brasil. Já ultrapassamos meados de fevereiro de 2014 e a chuva praticamente desapareceu exatamente num período em que, costumeiramente, estamos habituados a grandes picos de precipitações pluviométricas. Por incrível que pareça, sabemos de relatos de caminhões pipas levando água potável para fazendas do Triângulo Mineiro.
Mas, o que significa de fato, esta estiagem?  É normal períodos de estiagem em quaisquer épocas do ano. Porém, o que foge à normalidade é a frequência e o modo com estas estiagens vêm ocorrendo pelo país afora. Verificamos desde anos passados (2009/2010/2011/2012) picos elevadíssimos de temperatura que fogem da média e dos padrões normais para o verão. Observamos, já ao longo de duas décadas, a ocorrência constante e frequente de enormes catástrofes no período de chuvas, culminando com enormes alagamentos, enchentes e inundações, combinados com a ausência daquelas precipitações lentas e longas que permitem a infiltração correta das águas no solo. Pelo contrário, assistimos a processos de precipitações descontroladas (como as frequentes chuvas de granizo) que culminam com torrentes d’água fortíssimas sobre o solo provocando erosões (ravinas e voçorocas), escoamentos superficiais violentos com completa lixiviação dos nutrientes do solo.
Enquanto os debates no IPCC continuam para saber se os grandes eventos climáticos recentes são ou não frutos da ação antropogênica sobre os recursos naturais, as grandes catástrofes climáticas se alastram por todo o planeta, de forma cada vez mais violenta, sem nenhuma forma de prevenção e/ou controle. É a natureza respondendo aos ataques violentos e insensatos contra ela desferidos! Enquanto a sociedade se digladia em debates infrutíferos que não levam a quaisquer ações efetivas, a natureza age e tira do homem, pouco a pouco, o líquido da vida: a água potável. Talvez esta seja a única forma que possa levar o ser humano a um processo sério de reflexões sobre suas ações insensatas na face deste planeta. É preciso torcer para que o momento em que a sociedade consiga acordar já não seja tarde demais para a continuidade da espécie humana no planeta Terra. Aí, talvez seja o extermínio definitivo do homem e o recomeço de uma nova vida para a Terra!        


* Escritor. Geógrafo, mestre e doutor pela Universidade Federal de Uberlândia. Professor e pesquisador das temáticas “Alterações Climáticas” e “Impactos socioambientais sobre os ecossistemas terrestres e aquáticos”. E-mail: pesquisa.fonseca@gmail.com

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