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Foto: Klaus Meiners, AAD/Peter
Kimball, WHOI (2014)
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Por NTV
Pela
primeira vez, cientistas conseguiram fazer um mapeamento detalhado do gelo da
costa da Antártica. Os dados coletados por um robô-submarino mostraram que a
espessura do gelo marinho da região é muito maior do que se estimava
anteriormente: em média de 1,4 a 5,5 metros, podendo chegar a 16 metros nos
pontos mais espessos.
Até então, só havia estimativas com
base em observações a partir de navios e perfurações no gelo. Elas calculavam
erroneamente que grande parte da camada de gelo tinha menos de um metro de
espessura. Segundo os cientistas, a medição mais precisa pode contribuir para o
entendimento da dinâmica das mudanças climáticas na região. Os resultados foram
publicados na revista "Nature Geoscience" nesta segunda-feira (24).
O veículo subaquático autônomo
utilizado na pesquisa, chamado "SeaBED", conseguiu fazer o mapeamento
preciso dos campos de gelo na costa da Antártica por meio de um sonar. Enquanto
o veículo se movimentava em uma profundidade de 20 a 30 metros, o sonar,
apontado para cima, fazia um mapeamento do mar logo abaixo da camada de gelo
marinho. Dessa forma, foi possível obter um mapa detalhado e em três dimensões
do lado de baixo do gelo.
"Construir um veículo
subaquático autônomo para mapear o lado de baixo do gelo marítimo é desafiador
dos pontos de vista de software, navegação e comunicação acústica", diz
Hanumant Singh, engenheiro do Instituto Oceanográfico de Woods Hole, nos
Estados Unidos, que desenvolveu o equipamento. O SeaBED tem cerca de 2 metros
de comprimento e pesa 200 kg.
Os dados foram coletados ao longo de
duas expedições feitas nas primaveras de 2010 e 2012. Foram mapeadas três
regiões que, juntas, se estendem por 500 mil metros quadrados.
"A topografia completa em 3D do
lado de baixo do gelo fornece uma riqueza de novas informações sobre a
estrutura do gelo marítimo e os processos que o criaram. Essa é a chave para
avançar em nossos modelos, particularmente mostrar as diferenças entre o gelo
marítimo do Ártico e da Antártica", diz o pesquisador Guy Williams, um dos
autores do estudo e cientista do Instituto de Ciência Antártica e Marinha, na
Austrália.
"Este trabalho é um passo
importante na direção de fazer os tipos de medidas de rotina que precisamos
para realmente monitorar e entender o que está acontecendo com o gelo e as
mudanças em grande escala que estão ocorrendo", diz Ted Maksym, outro
autor do estudo ligado ao Instituto Oceanográfico de Woods Hole.
Disponível em: http://g1.globo.com/natureza/noticia/2014/11/pela-primeira-vez-robo-submarino-mapeia-gelo-da-costa-antartica.html
Acesso em 25 de novembro de 2014.
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