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Fonte: Arquivos pesquisas Prof. Dr. Valter Machado da Fonseca (2015) |
Prof. Dr. Valter Machado da
Fonseca
A tragédia socioambiental
ocorrida recentemente na cidade mineira de Mariana, faz emergir importantes
elementos e aspectos que fortalecem a tese central de nossa pesquisa “A
Dinâmica dos Ecossistemas”. Nela defendemos o ideia de que em quaisquer
ecossistemas todos os elementos estão interligados, interconectados. Afirmamos
ainda que a grande indagação, nossa maior inquietação, reside na descoberta dos
elementos físicos, químicos e biológicos que constituem os elos de ligação dos
ecossistemas e que os mantém em equilíbrio. Quando se introduz uma variável
diferente (no caso de Mariana, a ação desordenada do homem sobre o ambiente)
que exerce uma força que ultrapassa os limites energéticos desse ecossistema,
este equilíbrio se rompe, às vezes de forma quase irreparável.
É isso que ocorreu nos arredores
da cidade mineira de Mariana, considerando a cidade e seu entorno como um
ecossistema onde interagem forças decorrentes das atividades altamente
depredadoras dos limites desse ecossistema: as atividades antropogênicas
ligadas à mineração. Pois bem! Essas atividades, por si só, já inserem grandes
excedentes de elementos físicos (grandes volumes de rejeitos da mineração), os quais
possuem em sua composição uma enorme quantidade de elementos químicos (naturais
e sintéticos) estranhos a estes ecossistemas. O conjunto desses elementos
interferem no fluxo energético desse ecossistema, rompendo seu equilíbrio e
causando danos socioambientais quase que irreversíveis.
A recuperação desse ecossistema
(Mariana e seu entorno) dependerá de intervenções técnicas milimetricamente
planejadas, as quais somente surtirão efeito se levarmos em conta as variáveis
naturais como a capacidade de auto recomposição dos corpos d’água envolvidos em
um dado intervalo de tempo (que nunca será um intervalo inferior a 20 anos, na
mais otimista das hipóteses). Então, a relação que devemos trabalhar para a
minimização dos impactos provocados pela tragédia de Mariana pode ser
sintetizada na seguinte formulação: capacidade natural de auto regeneração dos
corpos d’água/intervalo de tempo (20 a 30 anos)
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