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domingo, 5 de junho de 2016

MANTER A COERÊNCIA É MAIS QUE NECESSÁRIO... É FUNDAMENTAL

Foto: Arquivo pessoal (2015)



Prof. Dr. Valter Machado da Fonseca
Em tempos de opacidades, de coisificação do homem, da vida e da natureza, geralmente muitos procuram os caminhos mais fáceis, mais “seguros”, e por que não, mais sedutores. É muito cômodo falar aquilo que a grande maioria está ansiosa por ouvir. Mas, acontece que existe algo extremamente relevante chamado de concepção filosófica de vida, de mundo e de natureza e que exige outra coisa também essencial, fundamental, a coerência no pensamento, nas ideias e nas ações.
Coerência e concepções de vida não são mercadorias que se compram nos Shoppings Centers ou no boteco da esquina. São caminhos norteados por escolhas raras, demandam a construção permanente e diuturnamente do diálogo profundo conosco mesmos, com nossa consciência. Pois bem, meus caros (as) amigos (as), a construção da coerência se dá constantemente ao longo das escolhas que fazemos no percurso de boa parte de nossa vida, quiçá no longo percurso de toda uma vida. Por outro lado, a formação de nossa consciência demanda o exame cotidiano de nossas ações no mundo. Demanda a revisita constante aos conceitos e escolhas que determinam nossa práxis enquanto seres sociais. Na mesma direção, nossa construção enquanto seres sociais está condicionada à formação de “ser” no mundo das coisas e no mundo dos homens. Demanda, muitas e muitas vezes, abdicar-se do “ter” em detrimento do “ser” neste mundo de banalidades, de superficialidades.
Talvez seja uma das coisas mais difíceis do mundo mantermo-nos equilibrados no fio da navalha que delimita a fronteira entre a coerência e a superficialidade. Fazer a opção pela construção efetiva de superação de uma existência supérflua em função da construção de uma consciência que nos defina como seres sociais, capazes de intervir na realidade para transformá-la em função do coletivo, ao invés do individualismo conforme propõem os donos do capital é algo, ao mesmo tempo sublime e extremamente difícil.    
A todo instante somos bombardeados por propostas sedutoras que sustentam o “ter” neste mundo. Fazem dele (o “ter”) o eixo das “receitas de bolo” que prometem levar à felicidade eterna. Neste sentido, meus caros amigos, a manutenção das bases, pilares e princípios que sustentam a coerência e as concepções filosóficas de vida são fundamentais para a nossa compreensão de “ser” neste mundo, que caminha a passos largos para a barbárie generalizada. Então, superar a superficialidade e a artificialidade forjadas em nome de uma pseudo felicidade passa, necessariamente, pela manutenção incólume da coerência e de uma filosofia de vida que nos mantenham sempre a serviço de nossa construção de nossa consciência enquanto seres sociais, capazes de intervir concretamente na realidade com vistas à sua transformação.         

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