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quinta-feira, 28 de maio de 2015

A QUADRILHA DA CBF




Prof. Dr. Valter Machado da Fonseca
A casa caiu! Foi assim que o jornalista esportivo Juca Kifouri noticiou em seu blog no portal UOL o escândalo da CBF. Há tempos os desmandos da cúpula da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) já vinham sendo enunciados pelas beiradas. Mas foi preciso a inteligência norte-americana (FBI), às vésperas das eleições da FIFA, entrar em ação para iniciar o desbaratamento da quadrilha que se encastelou na entidade máxima do futebol brasileiro. José Maria Marin e seus comparsas saíram presos (embrulhados em lençóis) de um hotel em Zurique na Suíça. Finalmente veio à tona o tamanho e a gravidade do tumor maligno que gangrenava o futebol brasileiro e sul americano.
O mais interessante é que a maior rede de TV brasileira, preocupada como está em julgar e condenar os réus da “Operação Lava Jato” da Petrobrás, não tenha sequer emitido uma linha sobre a quadrilha da CBF antes da ação do FBI. Será que eles não tinham nenhum indício dessas falcatruas? Ou será que a “Operação Lava Jato” é mais importante? Ou, será que existem diferentes graus de corrupção e, por causa disso deve-se apurar os mais graves em primeiro lugar?
Voltando ao caso, o mais grave é que a CBF se aproveita da boa-fé de nosso povo, apaixonado que é pelo futebol. Diante desses fatos de extrema gravidade, a eleição da FIFA que pretende perpetuar Joseph Blatter no poder, ficará sob suspeita e a entidade não terá legitimidade para representar o futebol mundial diante dos escândalos desencadeados a partir do caso CBF. Então, diante dos fatos e da proximidade de Blatter com os membros da quadrilha, uma suposta “reeleição” dele será ilegítima aos olhos do mundo esportivo e da opinião pública.
Por outro lado, o desmembramento da quadrilha da CBF abre espaços para que o futebol mundial e, especialmente no Brasil seja passado a limpo. É hora de questionarmos os salários exorbitantes de um seleto número de profissionais do futebol, ao passo que a grande maioria passa a maior parte do ano desempregada. É o momento oportuno de questionarmos as parcerias dos grandes grupos de materiais esportivos, de indagarmos para onde vão as receitas arrecadadas das bilheterias. Também é o momento de indagarmos sobre os contratos exclusivos dos direitos de transmissão dos jogos, dos direitos de imagem dos jogadores, de sabermos qual o real papel do empresário dos profissionais do futebol. Enfim, este é o momento tardio para, enfim, passarmos a limpo este que é o maior esporte popular de todos os tempos em nosso país.       

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