![]() |
Fonte: Portal G1 (2015) |
Prof.
Dr. Valter Machado da Fonseca*
O
planeta tem dado mostras visíveis da força de sua dinâmica interna
especialmente nesta última década. Neste período, presenciamos eventos sísmicos
(terremotos) de grande intensidade em diversas regiões do globo terrestre: no
Chile, no Haiti, no Japão, na Índia e agora por último no Nepal e na Índia.
O
terremoto de intensidade 7,8 na Escala Richter registrado no Nepal no último
dia 25 de abril chamou a atenção da população mundial não somente pela força do
evento, mas, sobretudo, pelo nível de destruição e mortes (mais de dez mil) em
decorrência deste abalo sísmico. A acomodação das placas tectônicas têm
proporcionado grandes choques e mergulhos destas placas em diversos locais do
globo terrestre, em especial na região do denominado “Círculo do Fogo” do
Oceano Pacífico.
Qual
o significado destes abalos? O que o planeta quer nos dizer?
É
relevante salientar que eventos sísmicos são expressões da dinâmica natural do
Planeta Terra e nada tem a ver com a ação humana. Porém, podemos realizar uma
análise das grandes catástrofes naturais deste último período e, a partir daí,
procurarmos decifrar as mensagens, o significado da concentração deste eventos
naturais, em especial nesta última década. Neste últimos 10 (dez) anos
presenciamos uma aumento potencial no número e intensidade de terremotos,
maremotos, tsunamis, nevascas, enchentes e inundações (estas sim, podem ter
relações com a “mão” da tecnologia humana), tornados (inclusive no Brasil:
Santa Catarina) e furacões.
Pois
bem! Estamos num período interglacial, ou seja, saímos da terceira grande
glaciação e podemos muito bem vislumbrarmos os possíveis efeitos de uma futura
quarta glaciação. A proximidade ou não de uma quarta glaciação não é possível
prever, pois, a nossa tecnologia (ainda que muitos a considerem extraordinária)
está a anos luz de nos possibilitar quaisquer prognósticos acerca da
perspectiva de um evento geológico de tal magnitude. O certo é que todas as
três grandes glaciações anteriores foram precedidas pela intensificação dos
fenômenos extremos oriundos da dinâmica natural da Terra.
É
importante ressaltar que a glaciação é o fenômeno que resulta no rebaixamento
das partes altas (continentes) e na elevação das partes baixas, os assoalhos oceânicos.
Ou seja, o que está debaixo d’água passa a ocupar as porções emersas e o que
está sobre as águas (nos continentes, em terra firme) passa a ocupar as áreas
submersas. Isto significa dizer que caso ocorresse hoje um evento glacial desta
envergadura, mais de 2/3 (dois terços) da humanidade sucumbiria. E, fenômenos
desta magnitude o homem não pode prever e muito menos conter. Reflitam sobre
isto! Qual é a medida da nossa avançada tecnologia se não somos capazes de,
pelo menos, prever tais manifestações da natureza? Qual é nossa real força?
Qual é nosso real poder diante das forças da natureza?
*
Escritor. Geógrafo, mestre
e doutor pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Professor e pesquisador
da Universidade de Uberaba (UNIUBE). Membro e líder do grupo de pesquisas
“Energia e Interações Complexas nos Ecossistemas Terrestres (GEICET) – UNIUBE/CNPq.
Nenhum comentário:
Postar um comentário