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Foto: Diquinha Fonte: Arquivo Pessoal (2015) |
Prof.
Dr. Valter Machado da Fonseca
Outro
dia, lembrei-me de minha sogra Dona Zelinda (a Diquinha), que nos deixou em
2010, mãe de Carmen minha companheira. Como era bela e singela a Dona Zelinda!
É dificílimo definir uma pessoa tão simples e, ao mesmo tempo de tão fino
trato. Era a essência da beleza em toda sua simplicidade. Via vida na
simplicidade das coisas, mirava em sua essência e extraía delas o tom de vida
mais puro, mais sublime e mais singelo.
Um de
seus grandes prazeres na vida era saborear um bom prato de comida caseira e
mineira, em especial um franguinho com quiabo e polenta de fubá (com ou sem
guariroba). Levava em torno de duas horas para degustar esta iguaria. Aquele
era um momento sagrado para Dona Zelinda. Gostava especialmente do pescoço e
dos pés do frango, sugava minuciosamente cada ossinho. Dava gosto vê-la à mesa
de refeição. Assim, combinando seu gosto pela simplicidade, também se vestia da
maneira mais simples, às vezes, um vestidinho de Chita barata. Porém, quando
ela o usava parecia uma rainha.
Por
vezes, muitas vezes, ficava horas arrancando ervas daninhas de seu quintal, de
sua horta e de seu jardim, também marcados pela simplicidade de suas flores.
Dentre todas as flores, amava as mais simples, pois, enxergava nelas a essência
da beleza absoluta. Conversava com suas plantas, com sua horta, com suas
flores. Assim era Dona Zelinda, me lembro muito bem de seu jeito altivo de ser,
de suas convicções, pelas quais era capaz de comprar um bela briga. Pois bem,
meus amigos! Ela se foi, porém nos deixou grandes lições de vida. Talvez a
melhor delas é que a vida se resume ao simples e na percepção da essência em
lugar das aparências. Dona Zelinda não faleceu, continua entre nós. Podemos
observá-la na estrela mais simples, porém mais viva e mais reluzente que habita
o firmamento.
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