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sábado, 14 de outubro de 2017

MODERNIDADE, CAPITALISMO E CRISE

Foto: Prof. Valter Machado da Fonseca (2017)



Prof. Dr. Valter Machado Fonseca
O aumento da velocidade da informação, dos transportes, das telecomunicações e da rede mundial de computadores “diminui” as distâncias entre os povos. A relação espaço/tempo configura-se de acordo com a lógica da velocidade. Estes são aspectos que caracterizam os tempos modernos, que marcam a “derrubada” das fronteiras econômicas entre os diversos povos. A “sociedade global”, por meio da tecnologia de última geração descortina também a crise, sem precedentes, que marca os tempos modernos.
A pretensão desse modelo, que emerge do pensamento positivista, é aparar as arestas das diferenças e desigualdades entre os povos, considerando-os como se fossem coisas, objetos moldados e talhados por um instrumento qualquer. O homem nesta sociedade, não passa de um objeto, descartável, cuja única função é vender sua força de trabalho em troca do florescimento da mais valia: fio condutor e ponto nevrálgico do modelo de desenvolvimento da sociedade capitalista contemporânea.
Vive-se um período marcado pela crise intensa da técnica e da ciência, pelas opacidades, pela coisificação do homem e da natureza. Vive-se num tempo onde os projetos de homem e de natureza, se perdem no “buraco negro” resultante da crise capitalista dos tempos modernos. Vive-se um período onde coexistem dois mundos: o primeiro trata-se de um submundo virtual, dirigido por tecnocratas insanos, os quais são responsáveis por ditar os destinos e os rumos da humanidade. Pairam sobre ela como juízes supremos, intocáveis, que a todos podem julgar e por ninguém podem ser julgados.
O segundo trata-se de um submundo real, habitado pela grande maioria da população global, imersa no gigantesco lamaçal da corrupção, da miséria, desemprego, fome, violência. Trata-se de uma sociedade chamada de “altamente informatizada”, mas que, no fim das contas desinforma, que no fim das contas atomiza as pessoas como partículas insignificantes dentro do colossal universo da degradação ambiental e da degradação econômica, política, cultural e social do ser humano. Trata-se de uma sociedade que coloca o homem na luta contra sua própria espécie e, em última instância o coloca na luta pela derrocada de todo o sistema planetário, para, enfim glorificar e fazer triunfar a mais-valia como mola mestra de um modo de produção autofágico e altamente destrutivo.
Desta forma, o planeta, a humanidade e este modelo de desenvolvimento econômico encontram-se imersos numa crise, sem precedentes. A coisificação do homem e da natureza se faz presente na maneira irracional com que o homem se apropria dos recursos naturais e da força de trabalho da própria espécie humana. Esta crise, explica-se, destarte, pela irracionalidade da supremacia da razão, ou seja, pela ganância do ser humano externada na mais-valia capitalista. Assim, a crise ocidental demonstra que este modelo está falido se se levar em consideração o bem estar e a dignidade do homem. Cabe somente a ele próprio repensar um conjunto de ações e reflexões que possam levar a uma mudança de paradigma. Caso contrário, a própria espécie humana estará sujeita à extinção, devido à irracionalidade do que ele próprio chama de racionalismo.

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