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Foto: Ístvan Mészáros Fonte: Boitempo Editorial (2002) |
Prof. Dr. Valter Machado Fonseca
Faleceu na última segunda feira, dia 02/10/2017, um dos maiores pensadores
do século XX-XXI. Ístvan Mészáros foi um dos mais exímios filósofos e
sociólogos marxianos do último século. Nascido em Budapeste (Hungria) em 1930,
onde se graduou em filosofia, ele foi primeiro assistente de Györg Lukács no
Instituto de Estética. Lukács autor da
obra prima “Antologia do Ser Social”, faleceu em 1971.
Mészáros, autor de diversas obras no campo marxiano, escreveu a obra do
século “Para Além do Capital”, segundo diversos institutos de pesquisas em
ciências sociais em todo o planeta. Esta obra foi uma tarefa assumida por
Lukács (que não conseguiu realizá-la em vida) de recontextualização dos estudos
de Karl Marx para os tempos atuais. Mészaros tomou para si está importante
tarefa e escreveu a obra-prima “Para Além do Capital”, trabalho onde faz uma
reinterpretação dos estudos marxistas para os tempos contemporâneos. Tarefa
hercúlea que ganhor inúmeros prêmios e elogios de toda a crítica especializada
na área das ciências sociais, em especial da Filosofia e Sociologia.
Um dos pontos culminantes do trabalho de Mészáros foi a afirmação de que
as crises cíclicas do capital propostas por Marx, foram superadas em
decorrência da falência múltipla do capital e suas instituições apodrecidas. Então,
segundo ele, o capital já não enfrenta mais o problema das crises cíclicas, as
quais passaram por um estágio de agudização, atingindo o estágio de crises
estruturais. Assim, o capital já não consegue mais se reinventar para superar
sua crise estrutural e passa a produzir mercadorias que não possuem nenhuma
ligação com as necessidades primárias e nem mesmo secundárias da humanidade.
Desta forma, ele afirma que o capital em crise caminha a passos largos
para a implantação definitiva da barbárie, ou seja, a autodestruição da
humanidade. Em suas palavras em diversas entrevistas que concedeu ele afirma a
farsa da democracia burguesa se exprime em plenitude e que a falência e a crise
estrutural do capital nos levarão “à barbárie se tivermos sorte”.
No Brasil ele publicou pela Boitempo Editorial as seguintes obras: Para além do capital (2002), O século XXI (2003), O poder
da ideologia (2004), A educação
para além do capital (2005), O
desafio e o fardo do tempo histórico (2007), Filosofia, ideologia e ciência social
(2008), A crise estrutural do capital
(2009), Estrutura social e formas de
consciência, v. I e II (2009 e 2011), Atualidade histórica da ofensiva socialista (2010), A obra de Sartre (2012), O conceito de dialética em Lukács (2013)
e A montanha que devemos conquistar
(2015).
Enfim, podemos
afirmar que faleceu um dos maiores marxistas de todos os tempos, porém sua
morte física não significa em hipótese alguma, o extermínio de seu pensamento.
Ele nos brindou com um cabedal composto por uma vasta obra e de profunda
densidade teórica. Cabe a nós, tirarmos as devidas lições de seus ensinamentos.
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