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quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Balanço olímpico 2012: Brasil, alguns acertos e uma infinidade de erros!

Foto: Seleção feminina de Voleibol (bicampeã olímpica)  Fonte: claudia.abril.com.br

Por Valter Machado da Fonseca

Terminados os jogos olímpicos de Londres 2012, faz-se necessário realizar um balanço da participação do Brasil neste evento mundial. É sabido por todos que o esporte faz parte do processo de desenvolvimento de uma nação e se liga, de forma direta, ao grau dos investimentos em educação de um povo, de um país. Assim, ao final de um ciclo olímpico temos um raio X do processo de desenvolvimento educacional, econômico e de bem estar das nações participantes nos jogos.
Apesar de a mídia ter destacado a participação do Brasil nesta XXX edição das Olimpíadas da Era Moderna, considerando que o nosso país atingiu um novo recorde em número de medalhas, nosso resultado foi um fiasco. Aliás, por duas medalhas a mais, sendo uma delas conquistada de maneira inesperada no triatlo moderno no último dia e no último momento dos jogos, este evento de Londres serviu para demonstrar quão distante está o nosso país de um estágio, pelo menos satisfatório, nos investimentos em educação/esportes.  
A participação pífia do nosso país, considerando que ele sediará a próxima edição dos jogos olímpicos de 2016 é deveras preocupante. E quando falo de fracasso, não me refiro aos nossos atletas, pois é muito fácil despejar o ônus de uma participação vergonhosa nas costas da delegação brasileira, pois foi justamente ela, quem de fato derramou suor e deu o sangue para conseguir o resultado que obtivemos. Se formos olhar sob o ângulo do esforço e sacrifício de nossos atletas, o resultado obtido demonstra um sucesso estrondoso. Mas acontece, meus caros leitores, que não se pode medir o resultado da nossa participação nos jogos por este ângulo. Para avaliar este resultado medíocre do Brasil nas Olimpíadas de Londres 2012 devemos ter como critério e viés de análise, o grau de envolvimento, de compromisso, de investimento e de planejamento esportivo/educacional dos governantes de nosso país em relação a estes jogos.
O resultado da participação brasileira nas Olimpíadas de Londres deste ano de 2012 serviu como raio X para balizarmos o compromisso de nossos governantes para com o esporte, a educação e para com a juventude de nossa nação. E, observando por este prisma podemos compreender estes resultados como uma clamorosa vergonha. Os jogos olímpicos demonstram que o caminho para a diminuição da violência urbana, do consumo e tráfico de drogas passa pelo esporte e pela educação. E os nossos governantes jamais perceberam isto. Países como o nosso, com uma população de mais de 190.000.000 de habitantes conquistarem um número irrisório de 17 medalhas em eventos esportivos desta magnitude não deixa nenhuma margem para a dúvida quanto à irresponsabilidade e descompromisso totais de nossos governantes para com o esporte/educação.
O pior está por vir!
O encerramento dos jogos de Londres foi manchado com um episódio, no mínimo hilário: vermos os nossos representantes de posse da bandeira olímpica dos jogos de 2016. Se nada foi feito até o presente momento, o que eles pretendem fazer em quatro anos pelos nossos atletas, pela nossa juventude, pela educação e pelo nosso esporte? É importante ficarmos de olho na preparação deste evento em nosso país para denunciar pelo menos as maracutaias e desmandos que por ventura possam acontecer com o dinheiro público em nome dos jogos olímpicos em nosso país.
O que aconteceu de bom em nossa participação em Londres!
Como toda a certeza, o único saldo positivo da participação brasileira nestes jogos foram os gigantescos esforços, sacrifícios, suor e lágrimas que nossos valorosos atletas doaram na busca quase impossível por uma medalha. E, por incrível que pareça, dezessete heróis ainda conseguiram e destes, três atletas subiram no local mais alto do pódio olímpico. Meus sinceros parabéns a todos os nossos atletas: aos que trouxeram e aos que não trouxeram medalhas.
Infelizmente, minhas perspectivas para as Olimpíadas de 2016 no Brasil são as piores possíveis: é muito provável que tenhamos que aplaudir de pé milhares de atletas de outras nações de diversas regiões do planeta, no pódio olímpico construído com nossos recursos, enquanto que, ao mesmo tempo, tenhamos que verter litros e mais litros de lágrimas por mais um fracasso de nossas delegações.        

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